Superalinhamento interplanetário tem ápice nesta segunda

Fotógrafo friburguense consegue fotografar até lua de Saturno, além das quatro de Júpiter
segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
Júpiter e Saturno juntinhos atrás da Catarina-Pai (Foto: Marlon Moreira de Souza)
Júpiter e Saturno juntinhos atrás da Catarina-Pai (Foto: Marlon Moreira de Souza)

Dois planetas e seus muitos satélites no mesmo campo de visão. O superalinhamento de Júpiter e Saturno, que não acontecia com tamanha proximidade entre os dois planetas e a Terra desde a Idade Média, ainda será possível de visualizar nos céus de Friburgo nesta segunda-feira, 21, quando o fenômeno chegará a seu ápice. 

Nos últimos dias, quando o alinhamento já estava em curso, a nebulosidade prejudicou um pouco a observação em Friburgo, possível apenas na curta janela entre o por do sol, por volta das 19h, e o anoitecer, até perto das 21h, quando os planetas se escondem no horizonte, a oeste, sob a lua minguante mudando para crescente.

No sábado, no entanto, o céu limpo  fez a alegria de muitos fotógrafos amantes da astrofotografia, entre eles André Ferreira e Marlon Moreira de Souza, que postaram suas "conquistas" nas redes sociais.

André Ferreira, por exemplo, vibrou ao conseguir, pela primeira vez, fotografar Titan, uma das luas de Saturno. Ele fotografou Júpiter com suas quatro luas - Io, Europa, Calisto e Ganimedes -,  além da a estrela HD191250. Ao lado, de Júpiter, Saturno e, abaixo dele, um pontinho miúdo, quase imperceptível, sua lua Titan (abaixo). 

"Realmente, Nova Friburgo tem menos poluição na atmosfera e isso facilita a observação", comemorou.

Para aumentar ainda mais a magia em torno do fenômeno, a grande conjunção de Júpiter e Saturno, os dois maiores planetas do nosso sistema solar, com a Terra coincide com o solstício de verão, início oficial da nova estação, e a entrada da última lua crescente de 2020. O dia da “Grande Mutação”, para os místicos.

Segundo o astrônomo colombiano Hernando Guarín, o alinhamento e a possibilidade de observá-lo a olho nu a partir da Terra são excepcionais por conta do próprio movimento dos três planetas. "A Terra leva um ano para dar a volta em torno do Sol; Júpiter leva 12 anos e Saturno, 30 anos", explicou ele à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC).

Embora o alinhamento ocorra aproximadamente a cada duas décadas, o fenômeno deste ano tem características específicas que são inéditas há muitas centenas de anos. "Esta conjunção será excepcionalmente rara devido a quão próximos os planetas estarão entre si", disse à BBC Patrick Hartigan, astrônomo da Universidade de Rice (EUA).

Uma conjunção assim, com os planetas tão próximos entre si, só ocorreu em 16 de julho de 1623, mas Hartigan acha que o que está acontecendo agora só tem paralelo com um fenômeno ainda mais antigo. "Seria preciso retroceder até antes do amanhecer de 4 de março de 1226 para ver um alinhamento mais próximo entre esses planetas (de modo) visível no céu noturno", disse ele à BBC.

Depois desta segunda, 21, Júpiter e Saturno só estarão tão próximos em 15 de março de 2080. É esperar para ver...

 

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