Alerj e Firjan debatem soluções para alavancar a indústria

Estudo com propostas de ações visando ao aumento da competitividade foi apresentado no encontro
quinta-feira, 18 de junho de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Alerj e Firjan debatem soluções para alavancar a indústria

Os presidentes da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado estadual André Ceciliano (PT), e da Federação das Indústrias do Estado (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, se reuniram por videoconferência esta semana para debaterem as reivindicações da indústria e de que forma é possível destravar os gargalos que inviabilizam o seu crescimento ainda mais prejudicado atualmente com a pandemia da Covid-19. Problemas como, por exemplo, a necessidade de uma revisão da carga tributária, para que as empresas fluminenses tenham condições de fazer frente a concorrentes de outros estados e do exterior.

No debate, a Firjan apresentou um estudo com propostas de ações visando ao aumento da competitividade da indústria do estado. Uma delas é adoção do mesmo benefício fiscal concedido pelos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais. Caso o Rio adote essa política tributária, uma simulação feita pela Firjan mostra que haveria um grande avanço da economia, com a geração de mais de 41 mil empregos.

“Foi mais uma reunião produtiva com a Firjan para debater medidas de fortalecimento do nosso Estado, do ponto de vista fiscal. O Rio de Janeiro precisa ser mais competitivo e se destacar entre os estados da Região Sudeste. Nós, deputados, temos disposição para enfrentarmos a substituição tributária; esse é nosso desafio. O momento é importante, não tenho dúvida de que a médio e longo prazo conseguiremos reverter essa questão”, disse André Ceciliano.

Já Eduardo Eugenio destacou a importância do debate: “Ao construirmos uma agenda conjunta com a Alerj, estamos promovendo uma união de forças histórica no Rio e de compromisso com a sociedade”.

Retomada econômica

De acordo com o estudo, essa retomada da economia fluminense está baseada em quatro pilares: infraestrutura e mobilidade urbana, segurança pública, competitividade tributária e regulatória, e acesso ao crédito. Quanto à elaboração de um Plano Estadual de Concessão, a Firjan identificou 142 oportunidades para concessões e parceria público-privadas no Estado, representando um potencial de R$ 54,8 bilhões em investimentos. Além da inclusão de novos projetos, a Firjan entende que cabe avaliar a eventual expansão das concessões rodoviárias estaduais com a inclusão de outros trechos.

Na área de infraestrutura e mobilidade, a Firjan aponta para a criação de um comitê estadual voltado à coordenação de ações no setor de energia elétrica. O objetivo é enfrentar os problemas de custo de energia (tributário e de produção) e de qualidade, já que o Rio de Janeiro possui a maior tarifa do país, sendo 20% mais cara que a média brasileira. O estudo cita também a possibilidade de utilização de créditos tributários na geração de energia elétrica a gás natural, dando competitividade a projetos do gênero.

Com relação à carga tributária, a indústria defende a aprovação do projeto de lei 2626/2020 - que propõe a suspensão da aplicação do regime de ST (Substituição Tributária) nas produções de leite e derivados, bebidas destiladas, alambiques e cachaçarias -, bem como reivindica a inclusão de outros setores nesse projeto de lei como o de plástico.

No caso do setor de trigo, o estudo sinaliza a possibilidade de antecipação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) devido pelos varejistas e concessão de crédito presumido, nos termos da legislação existente em Minas Gerais. Quanto ao pescado fluminense, busca-se trazer para esse tipo de indústria o incentivo dado por São Paulo e Espírito Santo.

Repetro

O estudo também abordou a questão do Repetro, destacando a relevância da recente aprovação pela Alerj do projeto de lei 1771/2019, que determina a adoção de uma série de incentivos e benefícios fiscais para o setor de petróleo e gás natural do Estado do Rio. O projeto é considerado fundamental para a internalização de regime tributário nos termos do convênio do Confaz, permitindo a isonomia entre fornecedores nacionais e internacionais nos bens destinados à exploração ou produção de petróleo e gás. Com isso, a indústria desse setor vislumbra a oportunidade de atender a encomendas oriundas de mais de 30 projetos de Sistemas de Produção até 2030.

 

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