O secretário estadual de Fazenda do Rio de Janeiro, Guilherme Mercês, propôs na última semana a criação de um comitê técnico permanente para debater questões econômicas do Estado com base em dados científicos gerados por matrizes econômicas. A sugestão foi feita durante uma reunião virtual da qual também participaram o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) e o professor da Universidade Federal Rural do Estado do Rio de Janeiro (UFRRJ) Joílson Cabral.
O deputado Luiz Paulo disse que vai levar a sugestão da criação do comitê ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), e que o grupo pode ajudar na construção de um plano estratégico de saída da crise. “É hora de darmos esse salto de qualidade, sair do empirismo e ter coisas mais científicas”, avaliou Luiz Paulo.
De acordo com a proposta de Mercês, universidades e entidades de pesquisa também participariam do comitê. “Com isso, damos uma sinalização para a sociedade que existe um grupo técnico pensando no Estado do Rio de Janeiro, com ferramentas para tomar as decisões e avaliar políticas públicas”, relatou.
As matrizes são modelos que reproduzem as relações da cadeia econômica e simulam o impacto de mudanças tributárias, por exemplo. Esses modelos são conhecidos como CGE, sigla em inglês para Modelo de Equilíbrio Geral Computável. “Sempre sonhei em construir as matrizes insumo-produto do Rio. São as ferramentas que temos para fazer esse tipo de estudo. Outros modelos não conseguem trabalhar com um mundo que muda tanto quanto o de hoje. Esse é um dos grandes trabalhos que o Rio pode ter. Será fundamental construir uma ferramenta como essa”, concluiu Guilherme Mercês.
O secretário deu um exemplo bem-sucedido do uso das matrizes. O governo da Califórnia criou uma lei segundo a qual qualquer alteração legislativa na área tributária com impacto superior a US$ 50 milhões tem que passar por um modelo de equilíbrio desenvolvido por uma universidade local. Essa análise dá subsídios para a tomada de decisão.
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