De acordo com dados divulgados pelos empresários do setor, as vendas do comércio, a retomada da construção civil e de alguns setores da indústria indicam melhora na economia, embora a situação ainda esteja distante dos níveis pré-pandemia. Um indicador da Receita Federal mostra que as compras pela internet aqueceram o mercado em junho, e aqui entram também as compras do Governo Federal de respiradores e produtos hospitalares na pandemia. O indicador registra as transações com nota fiscal eletrônica.
O volume chegou a quase R$ 24 bilhões em junho, 10% a mais que em junho de 2019. Em abril, já com a pandemia, essas vendas tinham caído quase 15% em relação ao mesmo mês no ano passado. Em maio, a queda foi ainda maior em relação a 2019. Empresários do setor de moda revelam que as vendas on-line, aumentaram, em geral, cerca de 30%, em junho. Para a maioria deles, “o que possibilitou esse aumento foram as vendas realizadas pela internet, com os clientes escolhendo as peças sem precisar sair de casa”.
Para o secretário especial da Receita, José Tostes, a tendência é de recuperação: “Essa ampliação em junho foi um indicativo muito importante por dois motivos: primeiro, reforça o diagnóstico que o pior impacto foi em abril e, segundo, de que estamos caminhando gradualmente para uma recuperação."
Horizonte à vista
“A construção civil já vinha em um crescimento forte. Até março, já tínhamos detectado 26,7% de crescimento nas vendas. Imaginamos que, com a pandemia, fosse cair, no entanto, a reação tem sido melhor do que a gente imaginava”, comentou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins.
Para a Receita Federal, o auxílio emergencial também está fazendo diferença, considerando que as três parcelas do auxílio, que totalizou R$ 150 bilhões, deu um fôlego para o mercado através do consumo. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, de janeiro a junho, houve aumento de 65,7% nas vendas on-line - em parte por causa da mudança de hábito do consumidor, porque em muitas cidades do país o comércio estava fechado. O Nordeste registrou a maior alta no faturamento.
Outro setor que também começou a reagir foi o industrial. Depois da paralisação de muitas fábricas, redução de jornadas e salário, em maio o faturamento subiu 11,4% em comparação com abril, o pior mês da crise, segundo a Confederação Nacional da Indústria. O resultado interrompe sequência de duas quedas seguidas do faturamento, embora ainda falte muito para tranquilizar o setor.
Perspectivas do varejo e da indústria de consumo
O mundo está diante de um processo de transformação intensa. A pandemia do coronavírus tem sido uma grande impulsionadora para a adoção de novos recursos, na maioria dos setores. Há um aumento crescente do comércio eletrônico e de tecnologia, e o que antes era um complemento, hoje é fundamental para o desenvolvimento e sobrevivência dos negócios.
Agora, as pessoas exigem transparência das empresas e assuntos como conscientização, sustentabilidade, produção e inclusão definem o posicionamento na hora de fazer uma compra. Não há mais “simples clientes”, a tendência é que os consumidores sejam vistos como “agentes da mudança”.
Esse é o momento das empresas começarem a investir em novos modelos de trabalho, aprendizados à distância, entretenimento on-line, entre outros. Atualmente tudo o que é possível está migrando do mundo físico para o virtual. Novos modelos de negócios e o e-commerce estão crescendo.
A tecnologia móvel é um dos principais propulsores das plataformas, já que praticamente todos os consumidores possuem um smartphone. De acordo com pesquisas, mais de 80% da população global tem uma conexão móvel ativa de internet, e por isso o varejo agora é digital: uma compra pode ser feita de qualquer lugar e em qualquer horário.
Com o novo cenário, a tecnologia deixou de ser um complemento para se tornar uma necessidade, com toda a cadeia do varejo dependente das novas ferramentas. O mundo tecnológico chegou para modificar os padrões de comportamento, bem como as novas oportunidades oferecidas, com novos comandos como a inteligência artificial.
(Fontes: G1, Receita Federal e www.consumidormoderno.com)
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