Vacina DTP: em Nova Friburgo, apenas 153 doses aplicadas em 2022

Número equivale a 3,53% das doses necessárias para imunizar os bebês, público alvo nesse período
terça-feira, 25 de abril de 2023
por Christiane Coelho (Especial para A VOZ DA SERRA)
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Dados do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) mostram que 1,6 milhão de crianças no Brasil, de 2019 a 2021, não receberam nenhuma dose da vacina DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche. E em Nova Friburgo, os dados passados pela prefeitura são preocupantes: apenas 153 doses do imunizante foram aplicadas no ano passado em bebês no município.

Ao se levar em conta que o esquema dessa vacina é composto por três doses: aos 2 meses, aos 4 e aos 6 meses, as crianças que nasceram, em novembro e dezembro de 2021 e de janeiro a junho de 2022, teriam que ter tomado as três doses da DTP em 2022. As que nasceram entre julho e setembro de 2022, teriam que ter recebido duas doses no mesmo ano e a terceira em 2023. As nascidas em outubro deveriam ter recebido uma dose em dezembro de 2022 e as duas seguintes em 2023.

De acordo com os dados do Portal da Transparência de Registro Civil, entre novembro de 2021 e outubro de 2022, foram registrados 1.933 nascimentos em Nova Friburgo. Desses, 1.308 crianças deveriam ter recebido o esquema completo da vacina DTP, com três doses em 2022, ou seja, deveriam ter sido aplicadas somente nesses bebês, 3.924 doses. Somam 480, os que deveriam ter recebido duas doses ano passado, perfazendo 960. E, no mês de outubro de 2022, foram registrados 145 nascimentos, ou seja, 145 bebês que deveriam ter sido imunizados em dezembro de 2022 com a primeira dose da vacina DTP.

Somando os três públicos, em Nova Friburgo, deveriam ter sido aplicadas 4.329 doses do imunizante contra difteria, tétano e coqueluche e, de acordo com as informações passadas pela prefeitura, apenas 3.53% desse número foi aplicado. Isso, sem contar as doses de reforço, que devem ser aplicadas em crianças com 15 meses e, depois, com reforço aos 10 anos.

A VOZ DA SERRA questionou a prefeitura sobre o baixo número de doses do imunizante no município, mas até o fechamento desta edição, não obtivemos resposta.

Dados do Brasil

No Brasil, além de 1,6 milhão de crianças que não tomaram nenhuma dose, 700 mil tomaram somente a primeira e/ou a segunda, mas não tomaram a terceira, o que leva a um total de 2,4 milhões de crianças não imunizadas com a DTP. 

O Unicef alerta que o planeta vive o maior retrocesso contínuo na imunização infantil em 30 anos, alimentado pela pandemia da covid-19, e cobra urgência na retomada das coberturas vacinais globais. Atualmente, o Brasil conta com uma das coberturas vacinais mais baixas desde a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), não chegando a 60% das crianças vacinadas, contra 95% em anos anteriores. “Os números brasileiros fazem parte de um desafio global urgente”, avaliou a entidade.

Confiança nas vacinas 

No Brasil, embora os índices continuem altos, houve queda de dez pontos percentuais na percepção sobre a importância e a confiança nas vacinas para crianças: antes da pandemia, 99,1% dos brasileiros confiavam nas vacinas infantis, contra 88,8% agora.  

Busca ativa e imunização de rotina 

Diante dos dados brasileiros, o Unicef avalia que o país, em curto e médio prazos, precisa investir para ampliar os percentuais de coberturas vacinais em todos os estados e municípios, em um esforço conjunto em nível federal, estadual e municipal de modo que todas as cidades retomem o patamar de mais de 95% de cobertura vacinal de rotina, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).  

“Paralelamente, é urgente encontrar e vacinar cada uma das 1,6 milhão de crianças que ficaram para trás e não receberam nenhuma vacina entre 2019 e 2021; e aquelas que perderam outras vacinas do calendário ou estão com doses atrasadas”, completou a entidade, citando a busca ativa e a retomada de campanhas de vacinação e de estratégias de comunicação voltadas a famílias e profissionais de saúde.  (Fonte: Agência Brasil)

Sobre a vacina DTO + Hib

O imunizante DTO é uma combinação da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP), feita com bactérias mortas e produtos de bactérias (toxinas), com a vacina contra Haemophilus Influenzae tipo b (Hib), que é um tipo de meningite, produzida com substâncias da parede da bactéria. É aplicada  por injeção via intramuscular no vasto lateral da coxa (em crianças com menos de dois anos) ou na parte superior do braço – músculo deltóide (em crianças com mais de dois anos). Todas as crianças devem o imunizante em três doses, aos dois, quatro e seis meses de vida. Aos 15 meses, é necessária uma dose de reforço só com a DTP. A criança deverá receber ainda uma outra dose aos dez ou onze anos com a vacina dupla adulto (difteria e tétano). (Fonte: Ministério da Saúde)

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