A última quarta-feira, 5, foi uma data importante para o futuro do transporte público de Nova Friburgo. Este foi o último dia que os moradores e usuários dos ônibus urbanos puderam participar de uma consulta pública, feita pela prefeitura, em seu site, sobre os itens que devem compor o edital de licitação para concessão do serviço de transporte de passageiros por ônibus no município. Também na quarta-feira foi realizada na Câmara Municipal uma audiência pública sobre a situação atual do transporte e as demandas dos usuários.
De acordo com a prefeitura, a consulta pública para receber sugestões que auxiliem na elaboração do edital para concessão do transporte público recebeu um total de 370 participações, além de outras 26, via e-mail. Em nota o Governo Municipal informou que “as principais proposições são relacionadas a ampliação do número de linhas e áreas de transbordo, bem como ajustes nos horários das mesmas, além de uma comunicação/interação mais eficiente entre a operadora de transporte e os usuários.”
A prefeitura informou também que “o resultado da consulta pública tem como objetivo auxiliar no aprimoramento do edital do transporte público, portanto, as proposições são direcionadas à equipe técnica, e não haverá apresentação para os cidadãos.” Ainda não há data definida para o lançamento do edital.
Audiência Pública
A Câmara de Nova Friburgo debateu na noite desta terça-feira, 5, em audiência pública, a situação do transporte público municipal em Nova Friburgo. Foram abordados, entre outros temas, o atual cenário e a proposta para a futura licitação de concessão do serviço.
O evento, proposto pela vereadora Priscilla Pitta, contou com as presenças dos vereadores Maicon Queiroz, Dirceu Tardem, Zezinho do Caminhão, Claudio Leandro, Isaque Demani e Maiara Felício. Participaram representantes de diversas associações de moradores de bairros e distritos de Nova Friburgo, sindicatos, instituições do município e populares.
O subsecretário de Serviços Concedidos, Rodrigo Lima, representou o Poder Executivo, enquanto Josimar Tardim, gerente operacional da empresa Friburgo Auto Ônibus (Faol), foi o representante da atual concessionária do setor. O advogado Hugo Lontra participou representando a subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Nova Friburgo. Os representantes expuseram as dificuldades e expectativas, de acordo com a realidade das localidades.
Frente Empresarial também discutiu as mudanças
Na última segunda-feira, 3, os integrantes da Frente Empresarial e de Classe de Nova Friburgo (FEC) se reuniram no Senai Espaço da Moda com o professor da Coppe/UFRJ, Rômulo Dante Filho, autor do estudo que derivou o atual edital. Na ocasião, Rômulo esclareceu algumas questões aos integrantes da FEC.
De acordo com ele, o objetivo desse novo plano de transporte público é descongestionar o trânsito de ônibus no centro da cidade com a criação de linhas alimentadoras, que teriam metade da tarifa praticada atualmente e que levariam as pessoas das partes mais periféricas de Nova Friburgo até uma estação de transbordo para, aí sim, chegarem ao centro da cidade.
O plano também propõe o uso mais eficiente da frota, conciliando o tipo de veículo com o tipo de demanda (veículos maiores para locais de maior movimento e veículos menores como vans e microônibus para locais com menos demanda ou fora dos horários de pico daquela região). Com isso, pretende-se facilitar que os usuários se desloquem de uma localidade à outra sem, necessariamente, terem que passar pelo centro da cidade, fortalecendo a ligação Conselheiro Paulino-Centro-Olaria com a implementação de um serviço expresso, que faça menos paradas e que interligue as três regiões em uma só viagem. A previsão de conclusão do planejamento do novo sistema é setembro deste ano, com implementação em 2024.
Júlio Cordeiro, presidente da Associação Comercial e Industrial do município (Acianf), pensando ainda em manter os empregos, sugeriu que se incluísse no edital uma condição em que, caso uma nova empresa venha a ganhar a concorrência, os direitos dos trabalhadores da empresa atual sejam mantidos ao menos entre seis meses a um ano.
Outra reivindicação é que a frota de ônibus climatizados seja mantida em igual número, pois a FEC entende que é uma necessidade, principalmente no verão, e que uma licitação sem essa exigência seria um retrocesso.
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