Em 2022, a Semana Santa começa no dia 10 de abril, com o Domingo de Ramos, e vai até o dia 17, com o Domingo de Páscoa. O único feriado da Semana Santa é no dia 15, a Sexta-Feira Santa — Paixão de Cristo, sendo o período de sete dias considerado o mais importante da Igreja Católica.
Em um breve resumo sobre a origem da Semana Santa, consta que Jesus Cristo não aceitava o tipo de vida que seu povo levava, com o governo cobrando altos impostos, riquezas extremas para uns e miséria para outros.
Ao chegar a Jerusalém foi aclamado pela população como sendo o Messias, o Rei. Mas os romanos não acreditavam que ele era filho de Deus, duvidavam dos seus sábios ensinamentos, de sua missão para salvar a humanidade, e passaram a persegui-lo.
Jesus tinha conhecimento do que estava por lhe acontecer, da peregrinação que o levaria à morte. Reuniu seus 12 discípulos para o que seria a última ceia e os incumbiu de levar seus ensinamentos a todos que encontrassem. Judas Escariotes, um desses apóstolos, também duvidou que Ele fosse um enviado de Deus e o entregou para os romanos.
Em seguida, o fizeram caminhar pelas ruas (a via sacra) carregando uma cruz por um longo trecho, enquanto era chicoteado pelos soldados e caçoado pela multidão que assistia ao seu martírio, até ser crucificadoção e morto.
Em 325 d.C, o Concílio de Niceia, presidido pelo Imperador Constantino e organizado pelo Papa Silvestre I, idealizou e consolidou a doutrina da Igreja Católica, como a escolha dos livros sagrados e as datas religiosas. Ficou decidido também que a Semana Santa seria comemorada por uma semana — do Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa.
Há relatos de festas em homenagem aos últimos dias de Cristo, pouco tempo depois de sua morte. Porém comemoravam dois dias apenas (Sábado de Aleluia e Domingo da Ressurreição). Nesse Concílio também foi adotado o Catolicismo como religião oficial do Império Romano.
Cada dia da celebração faz referência a um acontecimento: o Domingo de Ramos refere-se à entrada do Messias na cidade de Jerusalém, para comemorar a Páscoa Judaica; na segunda-feira, dia em que Maria ungiu Cristo; na terça, a figueira foi amaldiçoada; a quarta é conhecida como o Dia das Trevas; na quinta, a Última Ceia com seus apóstolos, mais conhecida como Sêder de Pessach; a sexta foi o dia de sua crucificação; sábado é o dia da Oração e do Jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus; e, finalmente, o Domingo de Páscoa, o dia em que Ele ressuscitou e encheu a humanidade de esperança pela vida eterna.
A Páscoa, seu significado e seus símbolos
A palavra páscoa vem do hebraico pesach, que significa "passagem" ou "passar além". Os rituais que precedem a Semana Santa começam 40 dias antes da Páscoa, período conhecido por Quaresma — quando os cristãos se dedicam à penitência do jejum, para lembrar os dias passados por Jesus no deserto e o sofrimento da crucificação.
Esse período começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, onde o caminho é enfeitado com folhas da palmeira. E se encerra no domingo, com a ressurreição de Jesus e sua primeira aparição para seus discípulos.
Na Páscoa dos judeus é comemorada a conquista da liberdade pelos hebreus, que viviam como escravos no Egito. Como essa libertação coincidiu com o início da primavera, a renovação da natureza e o renascimento de Israel foram reunidas numa só festa. Vários símbolos fazem parte do ritual das comemorações:
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Cordeiro: Este é um dos símbolos mais antigos da Páscoa, e lembra a aliança que Deus teria feito com o povo judeu no Antigo Testamento. Naquela época, a Páscoa era celebrada com o sacrifício de um cordeiro. Para os cristãos, Jesus Cristo é o “cordeiro de Deus que tirou os pecados do mundo”.
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Ovo: Por representar o nascimento e a vida, presentear com ovos era um costume antigo entre os povos do Mediterrâneo. Durante as festividades para comemorar o início da primavera e a época de plantio, os ovos eram cozidos, pintados e presenteados, para representar a fertilidade e a vida. Muitas culturas mantêm até hoje esse costume. No mundo moderno, o ovo de chocolate virou tradição no Domingo de Páscoa.
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Coelho: O coelho tornou-se símbolo da fertilidade e da vida, por se reproduzir em grandes ninhadas. Está relacionado com a Páscoa por representar a esperança de vida na ressurreição de Jesus.
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Sinos: Todo domingo de Páscoa, os sinos das igrejas católicas tocam festivamente para comemorar a ressurreição, anunciando a vitória de Jesus sobre a morte e de esperança para todos os cristãos.
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Pão e vinho: O pão simboliza o corpo, e o vinho, o sangue de Cristo. Os dois elementos aparecem na Última Ceia, quando Jesus e seus discípulos celebram a Páscoa judaica, lembrada na Quinta-Feira Santa, quando se inicia o momento mais importante da Semana Santa: o Tríduo Pascal.
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Círio Pascal: É uma grande vela decorada com as letras gregas alfa e ômega, que significam “início” e “fim”, usada durante as missas da Semana Santa. Durante a Vigília Pascal são inseridos na vela os cinco pontos das chagas de Cristo. Acesa no Sábado de Aleluia, sua luz representa a ressurreição.
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Peixe: Vem dos apóstolos, que eram pescadores, simboliza a vida e era usado pelos primeiros cristãos no acróstico IXTUS — peixe em grego. As letras são as iniciais de "Iesus Xristos Theos Huios, Sopter", que significa "Jesus Cristo, Filho de Deus, o Salvador". Faz parte do ritual comer peixe na Sexta-Feira Santa, para lembrar os 40 dias de jejum de carne, seguidos pelos cristãos durante a Quaresma.
Teorias para explicar por que a semana tem 7 dias
Há várias teorias que explicam como sete dias formam uma semana. Uma delas conta, por exemplo, que juntar sete dias e chamá-los de semana vem da Babilônia, na Mesopotâmia (hoje, Iraque). Os povos dessa região resolveram homenagear sete componentes do Sistema Solar conhecidos até então: Lua, Sol e os planetas Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno.
Explicam também que uma semana tem sete dias porque esse seria o tempo mais próximo da alternância entre as fases da lua. E, ainda, há a teoria de que se considera que Deus criou a semana em seis dias e descansou no último, totalizando sete.
Os romanos, seguindo a astrologia, denominaram cada um dos sete dias de acordo com os astros do sistema solar. Sendo assim, em português, temos: Dies Solis (Dia do Sol); Dies Lunae (da Lua); Dies Martis (Marte); Dies Mercuri (Mercúrio); Dies Iovis (Júpiter); Dies Veneris (Vênus); Dies Saturni (Saturno).
No português usamos a palavra feira porque, na semana da Páscoa, funcionavam as feiras. Desse modo, seria prima-feira (primeiro dia da semana, o domingo), secunda-feira (segunda-feira) e assim por diante.
Outra explicação é que no início do Cristianismo, como as pessoas tinham poucas opções de trabalho, dedicavam muito tempo às orações. E esses dias eram chamados de feriaes ou feriados.
Já os dias que compõem o fim de semana também receberam denominações dos romanos. Sábado é considerado o dia de Saturno. Também advém de sabbath, que significa “descansar”. Para os judeus, o sabbath é considerado o dia de descanso.
Por outro lado, o domingo, conforme o latim, chamava-se solis dies, “dia do Sol”, mas os cristãos mudaram esse nome para dominica, que significa “dia do Senhor” — dies dominus.
(Fonte: brasilescola.uol.com.br/)
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