Rodízio de CNPJ: entidades do comércio e indústria se manifestam

Decisão da Prefeitura de Nova Friburgo é única em todo o Estado do Rio. Não há nada parecido nos outros 91 municípios fluminenses
sábado, 10 de abril de 2021
por Jornal A Voz da Serra
(Fotos: Henrique Pinheiro)
(Fotos: Henrique Pinheiro)

Entidades do comércio e indústria de Nova Friburgo se manifestaram sobre o novo  decreto municipal que coloca em prática o rodízio de CNPJs através de uma carta aberta divulgada nesta sexta-feira, 9, intitulada “Todos pela Vida”. Há 14 meses, desde o início da pandemia, a Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo (Acianf), Câmara dos Dirigentes Lojistas de Nova Friburgo (CDL) e o Sindicato do Comércio Varejista de Nova Friburgo (Sincomércio) lideram diversas iniciativas visando proteger a vida das pessoas e das empresas locais. 

Veja a íntegra do manifesto “Todos pela Vida”: “Sempre defendemos o diálogo com o Poder Público e sempre nos colocamos à disposição em todas as medidas e campanhas, visando a sobrevivência das empresas, preservando empregos, garantindo a dignidade do trabalhador e de suas famílias mesmo diante de tantas adversidades.

O Poder Público tem se omitido nas obrigações elementares, fiscalizar e punir os transgressores, sua obrigação de fazer o básico tem levado ao caos e ao desespero.

Não dá mais para fechar tudo e esperar que venha do céu um milagre. Nós estamos fazendo a nossa parte, garantindo empregos, cumprindo todas as exigências sanitárias. Não é dentro do comércio, das fábricas ou dos escritórios que está o problema, mas sim de nossas portas para fora.

Estamos exaustos. Chegamos ao nosso limite. Demos todas as nossas quotas de sacrifício. O Poder Público não entrou nessa guerra com ações efetivas, leitos insuficientes, equipes de saúde esgotadas, não adotou medidas concretas para conter o avanço assustador do contágio em nossa cidade, ônibus lotados, espaços públicos abertos, aglomerações, falta de uma política de combate às transgressões sanitárias, fiscalização, a cidade continua com suas ruas cheias. 

Não temos mais como manter nossos empregados, não temos mais como pagar nossos compromissos, aluguel, água, luz, impostos e o pior, não temos mais como garantir nossas folhas de pagamento.

Um decreto inócuo que lamentavelmente nasce desacreditado. Como atender um sistema de rodízio de CNPJ, não vai funcionar. Queremos trabalhar todos os dias, mesmo que com redução de empregados  e de horário.

Não há critérios técnicos para manutenção do rodízio de CNPJ, não podemos criar medidas que levem à desobediência, à anarquia.

Até quando viveremos tamanho clima de instabilidade e falta de segurança jurídica na cidade? O abre e fecha é o caminho mais fácil, entretanto mais devastador. Os desempregados já começam a falar em fome, falta comida na mesa do trabalhador.

Prefeito, só queremos trabalhar e garantir trabalho. Fizemos a nossa parte, agora faça a sua, URGENTE, freie a contaminação com barreiras sanitárias, ampliação da testagem, ampliação de leitos UTI e enfermarias, combate à aglomeração de pessoas, intensificação da vacinação, instituição do rodízio de CPFs, fechamento de espaços públicos, aplicação de severas multas aos descumpridores das leis sanitárias, principalmente ao não uso de máscaras.

Não vamos mais permitir o avanço da pandemia em nossa cidade. A população precisa fazer a sua parte, sair de casa somente quem precisa sair e se for essencial, teremos que conviver por muitos meses ainda, aprender a viver neste estado de guerra e precisamos lutar pela nossa sobrevivência.

Estamos diante de um colapso generalizado em hospitais, empresas, poder público. É hora da administração pública arregaçar as mangas e virar o jogo que lhe compete e permitir que vidas sejam ainda salvas que empresas parem de morrer. Friburguenses, precisamos estar unidos! Todos pela vida!”

Firjan também demonstra preocupação

Empresários da representação regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no Centro-Norte também demonstram preocupação com o fechamento de atividades essenciais sob o risco de desabastecimento de toda a cadeia produtiva industrial. Segundo eles, a decisão da Prefeitura de Nova Friburgo vai contra os decretos federal e estadual que reconhecem a indústria como atividade essencial.

A decisão da Prefeitura de Nova Friburgo é única em todo o Estado do Rio. Não há nada parecido nos outros 91 municípios fluminenses, o que deixa os empresários muito surpresos. “É fundamental que o Poder Executivo avalie os casos separadamente e não somente por um conjunto de CNPJs. Além disso, é preciso criar regras claras que não deixem dúvidas sobre o funcionamento”, disse o grupo de empresários.

Os empresários da Firjan destacaram ainda que a paralisação das indústrias de atividade contínua pode provocar sérios prejuízos financeiros e materiais, além de ampliar o risco de graves acidentes. Há processos químicos, fornos e caldeiras, entre outros equipamentos, que precisam de um período para serem acionados e desligados, o que não se faz num estalar de dedos.

 

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