As redes sociais terão ainda mais protagonismo numa eleição municipal que começa em meio à pandemia do coronavírus. E as chances de sucesso dos candidatos estão diretamente ligadas à capacidade de se adaptar ao meio digital.
Essas são algumas das lições deixadas pelo especialista em comunicação eleitoral, Marcelo Serpa, que abriu a série de palestras sobre o pleito municipal de 2020, promovida pela Escola do Legislativo (Elerj), órgão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
"Hoje, com a internet, temos a possibilidade de influenciar e ser influenciado por mais pessoas e isso impacta diretamente na forma de se fazer uma eleição. O que melhor se adaptar a essas mudanças do sistema de comunicação, será então o vitorioso do pleito eleitoral que virá. O que está mudando é que agora dispomos de uma ferramenta essencial, que são as redes sociais”, explicou Serpa, que é professor a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Com o tema “Comunicação eleitoral, opinião pública e eleição”, Serpa buscou referenciais teóricos para explicar como o eleitor constrói sua opinião, ressaltando que ela tem uma lógica individual. "A opinião é um sentimento subjetivo sem fundamentação científica. Basta que alguém nos apresente um argumento melhor que mudamos de opinião. Ela não tem esse caráter permanente que a fé tem, mudamos de opinião à medida que as coisas e o mundo mudam" explicou.
Do ponto de vista político, ele esclareceu que é importante observar o comportamento das pessoas antes e durante o período eleitoral, pois, só assim se constrói um bom modelo de comunicação para a candidata ou candidato. "Como o voto é a manifestação de uma opinião sobre política e ideologia, nós sabemos que as pessoas vão ter que formar essa opinião, para assim, declarar o voto nas urnas. As questões políticas acabam ganhando um destaque muito expressivo, e nesse momento nós estamos buscando persuasão, - a prioridade passa a ser da emoção - e não formação apoia na lógica”, afirmou Serpa, que participou profissionalmente de todas as eleições brasileiras desde os anos 90 e acredita que pode haver um aumento da abstenção nas urnas este ano.
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