A produção cafeeira no Estado do Rio de Janeiro, principalmente a de grãos especiais, registrou um aumento de 127% no faturamento para os produtores do setor e se confirma como um dos segmentos no ramo de alimentos que mais se desenvolvem. Somente este ano foram produzidas mais de 18 mil toneladas de grãos ensacados, um aumento de 36% em relação a 2021, quando foram contabilizadas pouco mais de 13 mil toneladas.
“O Estado do Rio voltou a produzir e isso nos orgulha. A cultura do café é uma dessas atividades, que vem gerando emprego, renda e movimentando a economia, em especial no interior. E é para esse produtor que estamos criando linhas especiais de crédito, melhorando as estradas para escoar a produção, tirando do papel projetos de infraestrutura que permitam que o setor cresça e ajude o estado a continuar avançando”, comemora o governador Cláudio Castro.
Embora o Estado do Rio de Janeiro seja uma das menores áreas de produção de café no país (10,5 mil hectares em 2022), os índices de produtividade colocam o estado entre os maiores produtores de café no país. A maior concentração de produtores está nas regiões noroeste e serrana. O gerente regional de café da Emater-Rio, Gustavo Polido, explica que, em se tratando de cafeicultura, um fator é preponderante: a bienalidade, o que alterna os anos com alta produção e baixa na colheita.
“Considerando a bienalidade do café (em um ano ele floresce mais e no outro a produção decresce), neste ano tivemos alta produtividade em diversos pontos se compararmos com 2021. Até o momento, são poucos os produtores que restam para acabar a colheita da safra”, completa Polido.
A Emater é a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, vinculada à Secretaria estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (Seappa), uma das responsáveis por estimular e organizar os agricultores familiares de acordo com cada cultura agrícola, considerando as potencialidades naturais de cada região. No Rio, o café é a segunda cultura no estado com maior número de produtores e está mais concentrada na região Noroeste, com 80% da produção. Em seguida, estão as regiões Serrana, com 18%, o Vale do Café, no Sul, com 1%, e as regiões Centro e Norte, também com 1%.
“Este perfil reforça a importância de eventos sazonais e temáticos que explorem a qualidade da produção e o maior interesse de produtores em todas as regiões fluminenses. Entre os principais exemplos está o Dia de Campo, um dos eventos recorrentes no portfólio dos extensionistas da Emater-Rio para conectar conhecimentos, ofertar orientações, tecnologias atualizadas e atendimento técnico aos agricultores. Essas ações estimulam o turismo e movimentam a economia, gerando renda e emprego”, explica.
Programas de incentivo
O café foi um dos sete itens incluídos na cesta de alimentos da agricultura familiar para a merenda das escolas municipais e estaduais fluminenses. A ação é fruto de alguns projetos, entre eles o Programa Especial de Fomento Agropecuário e Tecnológico (Agrofundo), o programa de crédito rural, o Programa Nacional da Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Alimenta Brasil (PAB). A ideia é facilitar o acesso a mercados institucionais, promovendo segurança alimentar e nutricional às comunidades rurais.
Somente este ano, as famílias produtoras já foram beneficiadas com mais de R$ 2,2 milhões nas chamadas públicas para a compra das cestas. Além disso, é preciso seguir promovendo eventos e ações para coletar e compartilhar boas práticas de manejo agroecológico dos cafés especiais e gourmet.
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