Paralisação dos rodoviários não durou nem um dia

Em assembleia na garagem da empresa Faol, motoristas decidiram pela volta ao trabalho ainda pela manhã
quinta-feira, 29 de abril de 2021
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
(Foto: Henrique Pinheiro)
(Foto: Henrique Pinheiro)

O município de Nova Friburgo amanheceu nesta quinta-feira, 29, sem ônibus urbanos, causando uma série de transtornos aos usuários que saíram de casa logo cedo rumo ao trabalho e esperaram em vão pelos coletivos nos pontos de parada de toda a cidade. O jeito foi tentar uma carona, optar por carros de aplicativo ou táxis ou até mesmo ir a pé para o trabalho. Muita gente desistiu e voltou para casa, já que nenhum ônibus deixou o pátio da garagem da empresa Friburgo Auto Ônibus (Faol), no distrito de Conselheiro Paulino, no início da manhã. 

“Fui pego de surpresa. Não sabia que iria ter essa paralisação e tive que ir a pé até o Centro. O prefeito atual não tem culpa, o problema vem de gestões anteriores. Infelizmente por conta dessa queda de braços entre a prefeitura e a Faol, quem sofre é o povo”, lamentou Renato Esteves, morador do bairro São Jorge. Duas usuárias também ficaram revoltadas ao chegarem em um ponto de parada no distrito de Conselheiro Paulino e serem informadas por outros passageiros que não havia ônibus em circulação. “Tivemos que embarcar em um carro de aplicativo e o pagamos o dobro do valor geralmente cobrado no  percurso”, disseram.

A paralisação foi um protesto dos rodoviários diante a falta de garantias da manutenção dos empregos, caso a Faol deixe de operar na cidade até o próximo dia 15 de maio, conforme prometido por sua direção. Outro motivo do movimento foi o pedido de informação do prefeito Johnny Maycon sobre a contratação emergencial de uma nova empresa de ônibus para operar o transporte público friburguense.

O movimento, no entanto, durou pouco. Antes das 13h, alguns coletivos começaram ser vistos nas ruas operando as linhas urbanas. Segundo um dos diretores do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Anexos de Nova Friburgo, Adegilson José da Silva, somente 30% dos veículos voltaram a operar. “Fizemos uma assembleia e foi decidido pela maioria retornar com frota reduzida nesta quinta-feira e partir desta sexta-feira, 30, a criculação volta ao normal”, informou. 

Prefeito se reuniu com representantes da categoria 

Ainda na noite da última quarta-feira, 28, a prefeitura confirmou a realização de uma reunião com representantes dos rodoviários. De acordo com o Executivo, no encontro com o prefeito Johnny Maycon, foi manifestada a insegurança dos funcionários da Faol quanto à possibilidade da contratação de uma outra empresa, por parte do município, podendo gerar o desemprego. A prefeitura informou que os rodoviários apresentaram também um  comunicado emitido pela direção da Faol sobre o parcelamento dos salários do mês subsequente, por uma suposta dificuldade financeira.

Sobre a possibilidade de demissão e a não recontratação dos funcionários pela empresa vencedora do processo de dispensa de licitação, a prefeitura informou que “não há meios jurídicos para garantir, no edital de dispensa, que haja a manutenção desses empregos”. No entanto, segundo o município, vereadores e o Sindicato dos Rodoviários, vão criar uma comissão, com representante dos envolvidos, para que em caso de proposta vencedora, iniciem os diálogos com a nova empresa para que os funcionários da Faol sejam absorvidos. 

“A prefeitura buscará através de meios legais evitar que haja qualquer prejuízo salarial aos empregados da empresa, inclusive o parcelamento dos salários, que entende ser completamente absurdo. As partes frisaram, na reunião, o compromisso de defender o direito de todos os trabalhadores, buscando através do diálogo, a solução das demandas que forem trazidas”.

Aos funcionários da empresa responsável pelo transporte público coletivo em Nova Friburgo, a prefeitura reafirmou que, caso outra empresa venha a assumir o serviço durante a vigência do contrato emergencial, naturalmente buscará quadros com experiência no transporte coletivo e que conheçam a cidade, e que o Executivo fará o que estiver a seu alcance para que a massa trabalhista da atual prestadora do serviço seja reabsorvida.

“Todavia, por razões óbvias, a prefeitura enfatiza também que não existe qualquer possibilidade de divulgação antecipada de informações estratégicas ao sucesso do certame, posto que a preservação dos interesses coletivos passa justamente pelo processo de livre a ampla concorrência”, finalizou a nota.

 

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