"Os bons tempos estão de volta a Nova Friburgo"

"O Festival de Inverno é um presente do Sesc para nossa cidade e toda a região", diz Braulio Rezende
sexta-feira, 08 de julho de 2022
por Jornal A Voz da Serra
Para o presidente do Sincomércio, o evento movimenta a economia e o turismo do município
Para o presidente do Sincomércio, o evento movimenta a economia e o turismo do município

Ao celebrar sua vigésima edição, que acontecerá de 15 a 31 de julho, o Festival Sesc de Inverno anunciou com destaque a volta de apresentações musicais ao palco montado na ilha dos jardins do Nova Friburgo Country Clube. Foi lá, em um cenário deslumbrante, que o evento se realizou pela primeira vez, viveu seus anos dourados e deixou nos friburguenses as melhores recordações. Entusiasta desta retomada, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio) de Nova Friburgo, Braulio Rezende, tem ligação íntima com o assunto. Ele compôs o grupo que elaborou o lançamento do festival, se empenhou em trazer à cidade grandes atrações enquanto atuou como secretário municipal de Governo, em 2009 e 2010 (FOTOS ABAIXO), e agora, como conselheiro do Sesc RJ e diretor da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ), lutou para que Nova Friburgo fosse presenteada com programação de qualidade. Na entrevista a seguir, Braulio recorda um pouco da história do festival, fala de suas expectativas quanto à movimentação da economia e do turismo gerada pelo evento e convida os friburguenses a desfrutarem de um momento especial, em que poderão respirar cultura, após longo período de restrições impostas pela pandemia.

 

AVS: Como o Festival de Inverno foi criado?

Braulio Rezende: O Festival de Inverno nasceu em Nova Friburgo, sendo posteriormente encampado pelo Sesc RJ e estendido a outras cidades. A ideia surgiu em uma conversa com um amigo meu, Altino de Barros, na comemoração dos 50 anos que ele completou na agência de publicidade e marketing McCann Erickson, em São Paulo. A McCann é uma multinacional influente, que na época detinha contas de marcas em evidência como Coca-Cola, Brahma, Chevrolet, Varig. Nesse bate-papo, Altino sugeriu que se concebesse aqui algo que despertasse interesse dos turistas no inverno. Ele citou casos de Gramado e Campos do Jordão, também lugares frios, que promoviam festivais de cinema e música, respectivamente, na alta temporada. E me colocou em contato com Pelão (João Carlos Botezelli), produtor dos Festivais da Canção da TV Globo, que revelaram tantos artistas no passado. Pelão nos ajudou a esboçar o festival.

 

Em que ano aconteceu o primeiro festival?

Nosso primeiro Festival de Inverno ocorreu em 1998, no Country Clube, com apoio da Prefeitura, e já se mostrou um sucesso. Em 2001, passou a ser organizado pelo Sesc RJ, entidade gerida pela Fecomércio RJ, que, com sua reconhecida capacidade de trabalho, aprimorou o evento. Sob curadoria do Sesc RJ, o festival se expandiu para os municípios de Petrópolis e Teresópolis e ampliou as atrações, que atualmente englobam diferentes segmentos da cultura, como teatro, cinema, dança e literatura, bem como atividades infantis. É considerado o maior evento multilinguagem do país.

(Edição anterior do Festival de Inverno / Foto: Daniel Marcus)

O festival conquistou automaticamente o coração dos friburguenses.

Com shows no palco da ilha do Country Clube, o festival entrou para a agenda cultural da cidade e era aguardado com ansiedade pela população. Além de brindar o público com arte e cultura, o Festival de Inverno sempre movimentou a economia do município: lotava os hotéis, bares e restaurantes, estimulava as vendas no comércio. Depois, por um período, o Sesc RJ reduziu o tamanho do festival, transferiu as apresentações para dentro de suas unidades e apenas os shows principais para praças. Esse recuo durou alguns anos.

 

Em 2009 e 2010, quando o senhor era secretário de Governo do então prefeito Heródoto Bento de Mello, o Festival de Inverno recuperou seu esplendor.

Naqueles dois anos, conseguimos realizar o festival no Country Clube com atrações como Titãs, Jorge Ben Jor, Vanessa da Mata, Maria Gadu, Maria Rita, Orquestra Sinfônica Brasileira. Nunca nos esquecendo dos artistas locais. Com nossa saída da Prefeitura, o festival novamente encolheu. Recentemente, a pandemia suspendeu o evento em 2020 e 2021. Neste ano, expressamos nossa imensa alegria por devolver o festival ao seu formato original, no Country Clube, um dos cartões-postais mais lindos da cidade, que funciona como moldura perfeita para a programação que planejamos com carinho.

(Edição anterior do Festival de Inverno / Foto: Daniel Marcus)

O que o senhor espera para este mês de julho em Nova Friburgo, transcorridos mais de dois anos de dificuldades com a pandemia?

Nossa economia ganhará incentivo enorme. Vamos ver shows no Country Clube e, igualmente, presenciar cinema na Praça Dermeval Barbosa Moreira, música, teatro e literatura na unidade do Sesc. Quem não está ávido para assistir à Orquestra Sinfônica Brasileira? Ela era responsável pelos maravilhosos concertos do Projeto Aquarius, que reuniam milhares de pessoas na Quinta da Boa Vista. Um espetáculo assim atrai turistas, mesmo porque a divulgação do festival invadirá os meios de comunicação e as redes sociais. Nova Friburgo conquista os visitantes por seu clima, sua gastronomia, suas belezas naturais, seus hotéis e suas pousadas aconchegantes; o festival somará valor e alavancará ainda mais o turismo. Os próprios friburguenses, que reclamam de falta de opções de lazer, vão se motivar a sair de casa para curtir esse ambiente de agitação cultural e confraternização.

 

Os investimentos que a Fecomércio aporta em Nova Friburgo, e que contam com a sua intervenção, não se limitam ao Festival de Inverno.

Trabalhamos incansavelmente com a Fecomércio para beneficiar nossa cidade. Entre diversos investimentos de peso, ressaltamos a reforma e a ampliação da antiga pousada do Sesc, que teve seu número de quartos elevado de 22 para 52 e virou hotel de referência no Brasil. Aumentamos a unidade, para melhorar o atendimento aos comerciários, com a compra de terreno atrás da área construída. Talvez em 2023 tenhamos o retorno da tradicional educação infantil do Sesc em Nova Friburgo. Vamos disponibilizar em breve um mamógrafo para permanecer na unidade: dos dez aparelhos adquiridos pelo Sesc RJ, conseguimos um para Nova Friburgo. As unidades móveis Sesc Saúde Mulher e OdontoSesc já haviam ficado quatro meses estacionadas na Praça do Suspiro, em 2019, prestando exames preventivos de câncer de mama e colo de útero e assistência odontológica à população, gratuitamente. Outra notícia importante: a inauguração, no Centro, de pequena unidade do Sesc para oferecer aos comerciários cursos de línguas e pré-vestibular. Preparamos também uma espaçosa sede para o Senac, iniciativa que impulsionará a qualificação profissional em Nova Friburgo. Só temos a agradecer ao presidente da Fecomércio, Antonio Queiroz, pela generosidade com que olha para nossa cidade. 

 

Outra ação fundamental em Nova Friburgo compreende a distribuição de alimentos através do programa Mesa Brasil.

Há 20 anos o programa de segurança alimentar e nutricional Mesa Brasil Sesc RJ combate a fome e o desperdício. Os produtos recolhidos junto aos doadores e aos produtores de hortifrutigranjeiros da região são direcionados a instituições socioassistenciais, asilos e creches, que os fazem chegar a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Em 2021, afora os órgãos cadastrados que recebem cestas básicas mensalmente, o Mesa Brasil distribuiu em Nova Friburgo mais de dez toneladas extras de alimentos. Na data de hoje, sexta-feira, entregaremos mais nove toneladas extras. Trata-se de um auxílio admirável para famílias necessitadas. 

 

Para finalizar, convide a população de Nova Friburgo a comparecer ao Festival Sesc de Inverno.

O festival é um evento que exige gigantesca dedicação da equipe do Sesc RJ. Estive em várias reuniões nos últimos meses e asseguro que todas as etapas são árduas, exaustivas, cheias de detalhes. O Festival Sesc de Inverno consiste num presente para Nova Friburgo e municípios da nossa região, que vão usufruir de 15 dias de animação cultural que se desdobrarão em incremento das atividades econômicas. Eu me sinto feliz demais com o retorno dos shows ao Country Clube e com o resultado da programação. Os bons tempos estão de volta a Nova Friburgo! Desejo que os friburguenses aproveitem muito a oportunidade excepcional que se abre para eles neste mês de julho.

 

 

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