O nome "jornal" deve ser sinônimo de luta e resistência

Lucas Barros explica a importância dos meios de comunicação na sociedade
quinta-feira, 07 de abril de 2022
por Lucas Barros
O nome "jornal" deve ser sinônimo de luta e resistência

O jornal possui um papel fundamental e inegável na disseminação da comunicação do planeta, apesar de ainda ser imprecisa a origem exata do jornalismo, a sua história é mais antiga do que podemos imaginar, afirma Lucas Barros em sua coluna "Além das Montanhas"..

O lendário imperador romano, Julio César, necessitava divulgar todas as conquistas militares de Roma e informar o povo sobre a expansão do império e assim, criou o Acta Diurna, em 59 A.C, o primeiro jornal do mundo.

Como não existiam tecnologias de impressão e sequer papel em quantidade suficiente, o Acta Diurna era publicado em grandes placas de madeira, algo parecido com um outdoor, que eram colocados em lugares públicos para que pudessem ser lidos por todos. Contudo, a elaboração dessas placas era muito demorada e necessitava de uma grande logística para o seu transporte, assim as notícias eram sempre atrasadas, de semanas ou meses atrás.

Somente na Idade Média, o jornalismo teve o seu maior salto tecnológico: a prensa de papel de Gutemberg – algo parecido com uma impressora nada moderna -, que possibilitou que o trabalho que antes era feito manualmente, fosse feito por máquinas, tornando as publicações muito mais rápidas. A revolução foi tão grande, à época, e alguns historiadores afirmam que a invenção da prensa tirou o mundo de vez da Idade Média, como despertar definitivo da ciência e do jornalismo, essencial para o desenvolvimento da sociedade.

Mais tarde, outra revolução, a invenção do telégrafo, em 1844, transformou a imprensa escrita, pois permitiu que as informações fossem passadas rapidamente, possibilitando relatos mais novos e relevantes. A partir daí, os jornais emergiram no mundo inteiro, trazendo notícias mais rapidamente e muito mais transparência à toda sociedade acerca dos quatro cantos do país, e agora, do mundo.

A construção da sociedade, como a queremos hoje e como a pretendemos amanhã, tem repouso nos pilares da informação, esta, por sua vez, se estruturou em colunas igualmente resistentes, que desde há muito tempo, promovem pequenas e grandes revoluções: o jornal.

Caminhos tortuosos

Os periódicos mudaram completamente os rumos da humanidade, contudo, nem sempre, viveram momentos fáceis na história. Mas, há quem diga, que “mar calmo não faz marinheiro experiente”.

Somente por volta de 1808, os primeiro jornais vieram chegar no Brasil, juntamente com a família real. Durante a época do império, admitiam-se somente os periódicos que estavam sob as asas do rei, fazendo com que alguns veículos de comunicação tivessem que vender as notícias sobre escândalos na monarquia, escondidos.

Em tempos não muito distantes dos atuais, durante os períodos autoritários do regime militar no Brasil, não existiam campos férteis para liberdade de imprensa no país. Época em que inúmeros jornais foram submetidos ao cerceamento, ao ponto de existirem censores – fiscais militares – dentro das redações dos jornais para decidir sobre o que poderia ser publicado ou não.

Desde o começo da imprensa, os obstáculos enfrentados para o livre exercício da atividade revelam episódios de profunda intimidação contando com assassinato de jornalistas, perseguição a publicações e o fechamento de instituições. O jornal é um símbolo de mudança social, que se mantém há anos, mesmo sendo um risco para quem não apoia a democracia.

E não somente a censura foi uma grande barreira para o jornal. A invenção do rádio e da televisão parecia por fim ao que era a soberania dos periódicos impressos, contudo o tempo fez com que os jornais se modernizassem e até hoje se mantém sólidos e firmes no dever de instruir à sociedade.

Aniversário de A VOZ DA SERRA

O papel do jornal na sociedade é importantíssimo e seu nome deve ser sinônimo de luta e resistência. E, nós, friburguenses, devemos, nos orgulhar em ter um exemplo de jornalismo sério e comprometido que, hoje, 7, completa 77 anos de história. A VOZ DA SERRA tem uma contribuição gigantesca para a construção da sociedade friburguense, cobrindo as mais felizes - e mais tristes - notícias da nossa cidade. Toda vez que abro o AVS, penso em quanta história já não passou nessa instituição que presenciou 23 presidentes no poder do país, duas copas do mundo no Brasil, o fim de uma guerra mundial e a instalação de um regime ditatorial.

E que apesar de tudo, mesmo com os avanços tecnológicos, se mantém firme, e consolidado como um dos mais antigos veículos de comunicação impresso do Estado do Rio de Janeiro.  AVS é além de história, um orgulho para população friburguense.

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