A hemofilia é uma doença genético-hereditária que se caracteriza por desordem no mecanismo de coagulação do sangue causando sangramentos excessivos e por maior tempo associado a fortes dores, principalmente nas articulações. A doença manifesta-se quase exclusivamente nos homens. Existem dois tipos de hemofilia: A e B. A hemofilia A ocorre por deficiência do fator VIII de coagulação do sangue e a hemofilia B, por deficiência do fator IX.
Segundo as médicas especialistas no tratamento da hemofilia, Carla Mendonça e Beatriz Corrêa, responsáveis pelo tratamento dos pacientes em Nova Friburgo e região, a doença pode ser classificada, ainda, de acordo com a quantidade do fator deficitário em três categorias: grave (fator menor do que 1%), moderada (de 1% a 5%) e leve, acima de 5%. Neste caso, às vezes, a enfermidade passa despercebida até a idade adulta.
Nova Friburgo concentra cerca de 10% dos pacientes hemofílicos do Estado do Rio, sendo o segundo município com maior número de hemofílicos, ficando atrás somente da capital, Rio de Janeiro, segundo o Governo do Estado. O Hemocentro Regional de Nova Friburgo Enfermeira Cássia Viviane Kale Martins oferece tratamento gratuito para os pacientes do município e região. “Existe uma pactuação com o Ministério da Saúde já que é uma especialidade em que há poucos hematologistas e hemoterapeuta atuando na cidade”, disse uma das especialistas.
“O tratamento se faz através da reposição do fator deficitário. A partir da reposição desse fator tanto para os eventos hemorrágicos sob demanda, quanto em tratamento profilático onde não se espera o paciente sangrar. Os pacientes hemofílicos graves podem fazer a reposição duas ou três vezes por semana como forma de prevenção de sangramentos. Foi um ganho muito grande nos últimos anos”, comemoraram as especialistas.
De acordo com a Prefeitura de Nova Friburgo, o paciente com suspeita de hemofilia é regulado pelo Sisreg (Sistema de Regulação) para o atendimento no serviço de referência no estado, normalmente no Hemocentro Regional, que funciona anexo ao Hospital Raul Sertã, o diagnóstico é feito através de exame laboratorial. “Esse paciente é cadastrado no Ministério da Saúde e assim temos condições de liberar o fator para tratamento sob demanda, tratamento profilático e até dose domiciliar, que é a dose que o paciente guarda em casa. Se ele sangrar, deve fazer o uso imediatamente do medicamento e depois procurar o hemocentro para consulta médica”, explicam as especialistas.
Ainda de acordo com as médicas, as duas ficam disponíveis 24 horas para atendimento desses pacientes, por se tratar de uma emergência médica.
Dia Mundial do Hemofílico
Para alertar a população sobre a doença, foi criado o Dia Mundial do Hemofílico ou Dia Mundial da Hemofilia, celebrado todo 17 de abril. Nesta data, diversas entidades aproveitam para divulgar mais dados sobre a hemofilia, a realidade dos pacientes, as opções de tratamento, como é feito o diagnóstico e informações relevantes sobre a doença.
Sintomas
De acordo com sites especializados, os quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente. Em geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares que desgastam primeiro as cartilagens e depois provocam lesões ósseas. Os principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição de movimento. As articulações mais comprometidas costumam ser os joelhos, tornozelos e cotovelos. Nos quadros leves, o sangramento ocorre em situações como cirurgias, extração de dentes e traumas. Pessoas com hemofilia não sangram mais que os outros, sangram por mais tempo. Não há cura para a doença, mas a terapia oferecida pelo SUS garante qualidade de vida.
Contratação de profissionais
No Diário Oficial Eletrônico de Nova Friburgo publicado no último dia 19, a prefeitura divulgou uma lista com diversos profissionais de saúde contratados. No entanto, em algumas categorias não foi possível preencher o quadro de servidores, entre eles a especialidade de médico hematologista.
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