No dia do Rock, músicos de Nova Friburgo reafirmam seu amor pelo gênero

Em 1985, o Live Aid foi determinante na vida de muitos roqueiros
segunda-feira, 13 de julho de 2020
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)
(Foto: Acrevo Bruthus)
(Foto: Acrevo Bruthus)

 

A música alivia a alma. Acalma, relaxa, é parte de um processo terapêutico importante para a paz interior. Presente na vida de muita gente, seus diferentes estilos agradam a todos. Tem gosto para todo mundo. E nesta segunda-feira, 13, é o pessoal do rock que se deleita com diversos sons celebrando mais um Dia do Rock.

A pandemia tornou difícil a apreciação desse estilo secular que ao longo dos tempos se tornou também um excelente meio para críticas e posicionamentos em diversos assuntos. O rock já parou guerras, matou a fome, levou remédio, deu dignidade a milhões de beneficiados. Graças aos cantores e seus fãs que abraçaram as causas.

Também com a pandemia, com os eventos impedidos de acontecer, ficou complicado levar o som aos fãs dos mais diversos estilos que o rock proporciona. Mas mesmo assim, o gênero não passou em branco e através das lives tem feito o público, em especial os friburguenses matarem saudades. Em Nova Friburgo diversos cantores e bandas têm recorrido às transmissões ao vivo para driblar a crise proporcionada pelo coronavírus. Mas mais do que isso, manteve viva a chama da musicalidade e leva conforto e esperança.

O rock friburguense

Os músicos friburguenses lembram dos momentos marcantes de como o rock foi peça fundamental para ajudar a compor seus estilos e eventos que entraram para a história da música, como mega evento do Live Aid, realizado em 13 de julho de 1985. O evento foi organizado por Bob Geldof e Midge Ure com o objetivo de arrecadar fundos a fim de acabar com a fome na Etiópia e contou com apresentações marcantes de várias lendas do rock.

“Lembrar que em 1985, mais precisamente em janeiro, surgira um festival que ia mudar definitivamente minha cabeça, não só por me tornar um apaixonado, como também querer seguir a carreira de músico. Eu gostaria de prestar minha homenagem as bandas clássicas, gostaria de homenagear aos músicos e artistas da jovem e da velha guarda conhecidos ou anônimos que mantém esse estilo musical vivo. Hoje quando penso no cenário musical, diante da pandemia do Covid-19, estamos sendo privados de nos apresentarmos, mas tenho certeza que em breve tudo irá passar e que poderemos assim nos encontrarmos novamente, artista e público em um mesmo local. Feliz Dia do Rock a todos!”, desejou em tom de esperança o músico Marcelo Braune.

Gustavo Zebs, baixista da Bruthus, diz que apesar da comemoração ser diferente, os artistas seguem preparando material de qualidade para os fãs. "Nesse ano, o Dia Mundial do Rock está sendo celebrado de uma forma diferente… os shows ao vivo não aconteceram como de costume, mas a data nunca será esquecida! Muitas "lives" estão agendadas, muitas promoções estão sendo feitas pelas bandas, rádios e redes sociais. Muitos lançamentos de CDs, clips e DVDs ainda movimentam a cena, mesmo em tempos de quarentena. Quem curte o rock sabe que o movimento vai muito além de uma data no ano! Vivemos isso 24 horas por dia, ainda mais quando fazemos parte de uma banda", atesta Gustavo.

“O Rock DaKombi é um movimento de arte de rua que nasceu para tocar velhos mestres do rock and roll nos logradouros, nas praças e eventos públicos” definiu o famoso músico Celso DaKombi. Para o roqueiro, alguns eventos foram fundamentais para que isso fosse criado: A peça "Hoje é dia de Rock" no fim dos anos 70, em que o elenco fazia incursões às praias para divulgar a peça, eram apresentações de arte de rua de esquetes. “Lembro até hoje o quanto isso me afetou, tinha 8 anos e sabia que um dia eu iria fazer isso”, recorda-se Celso. 

Ele conta ainda como foi “salvo” pelos artistas de rua no Rio de Janeiro. “No Largo da Carioca no Rio, durante 25 anos de mundo corporativo cruel e competitivo perdi as contas das vezes que fui "salvo". Aquela arte aliviou minha panela de pressão muitas vezes, na mais inesquecível delas, lembro de ter parado chorando e que saí de lá sorrindo. Quando caminhava de volta para o escritório e percebi o quanto aqueles artistas haviam me afetado”, relembrou.

Durante a pandemia, o artista afirma que os músicos estão tirando um tempo para estudar. “Tudo na vida tem um movimento de sístole e diástole né? Logo, se a gente tem um movimento de expansão, também temos um movimento de contração.Tenho certeza que, depois quando as coisas começarem a retornar, vai vir uma avalanche dessa contração criativa.”, desejou o músico.

“Outra influência definitiva foi o show live Aid que é a data homenageada, ver tanta gente, em tantos lugares, reunidos em torno da humanidade, da compaixão e da caridade”, finalizou Celso.

Outro roqueiro que fez questão de fazer uma homenagem a esse dia tão querido da música, é o músico Ismael Carvalho. Segundo Ismael, nenhum outro gênero musical foi capaz de em tão pouco tempo mudar tantas coisas na sociedade desde estilos até ideologias. “De Dylan a U2, além de vários outros artistas, tá tudo lá, o manifesto musical por dias melhores. E hoje nesse momento difícil de distanciamento social, o bom e velho rock ainda cumpre seu papel através das inúmeras lives sejam de artistas consagrados ou desconhecidos. O rock nos une e nos traz entretenimento e alegria em nossas casas enquanto vencemos essa batalha. Long Live Rock and Roll!”, celebra Ismael. 

 

  • Celso DaKombi (Foto: Acervo Celso Dakombi)

    Celso DaKombi (Foto: Acervo Celso Dakombi)

  • Marcelo Braune (Foto: Smile Flash)

    Marcelo Braune (Foto: Smile Flash)

  • Ismael Carvalho (Foto: Arquivo Pessoal)

    Ismael Carvalho (Foto: Arquivo Pessoal)

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