Nadadores querem nova seletiva olímpica, mas CBDA veta

Texto segue defendendo os critérios adotados
quinta-feira, 13 de maio de 2021
por Vinicius Gastin
Jhennifer fez parte do movimento pela realização de uma segunda seletiva olímpica
Jhennifer fez parte do movimento pela realização de uma segunda seletiva olímpica

O movimento ganhou força e a friburguense Jhennifer Alves também aderiu. Nadadores e ex-atletas se uniram e, através de postagem compartilhada em suas redes sociais, foi apresentado o pedido para a revisão dos critérios e a inclusão de uma nova seletiva olímpica para os Jogos de Tóquio. Nada feito. Prontamente, através de nota, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos reconheceu os pedidos, mas vetou a ideia.

“Foram dias intensos, uma semana atípica e vários “quases” que deixaram muitos nadadores do Brasil de fora da convocação para os Jogos Olímpicos 2020/2021. Foi uma estrutura e local de competição que já conhecíamos baseado em competições passadas, realizadas em condições normais, tanto estruturais quanto climáticas. Só não esperávamos os efeitos que os fatores externos poderiam causar no decorrer da semana. E não foi apenas o ambiente atípico devido a pandemia. De acordo com a meteorologia, acompanhamos a formação do ciclone Potira, com ventos fortes e pancadas de chuva”, diz parte do texto compartilhado pelos atletas.

“Não era apenas mais uma simples competição. Era uma classificatória para os Jogos Olímpicos 2020/2021, que diante de todo o ocorrido no mundo, tem uma representatividade muito grande para a humanidade. E isso pesou. A seletiva aconteceu e tiveram atletas classificados com todos os méritos e parabenizamos a todos eles por essa conquista. É um novo momento, atípico. Onde se faz necessário um olhar diferenciado para todo o mundo, inclusive no esporte. (...) A seletiva única pode ser uma opção viável, mas não neste momento tão delicado que vivemos. É sabido desde 2017 que este seria o modelo aplicado. Porém, são critérios que foram definidos antes da pandemia. (...) E as perguntas que ficam são: O que mais pode ser feito? E as vagas que ainda podem ser preenchidas? A natação brasileira ainda pode ter uma nova oportunidade e que todos lutamos pelo mesmo sonho: a segunda seletiva olímpica”, finaliza a postagem.

Em nota, a CBDA afirma que “como de costume nos últimos anos, ouve com muito entusiasmo toda manifestação dos atletas. Acreditamos que todo posicionamento é válido e deve ser levado em consideração. Em contrapartida, temos como diretriz que a seletiva única é um conceito amplo que visa ter o melhor desempenho dos nossos nadadores nos Jogos Olímpicos a curto, médio e longo prazo, trata-se de uma mudança de cultura.”

O texto segue defendendo os critérios adotados: “Não foi inventado agora, de uma hora para outra. O conselho técnico, reunido em Santos em agosto de 2017 decidiu implementar esse formato. Antes de Tóquio, testamos cinco vezes para dois Mundiais, Jogos Pan-Americanos, Pan Pacífico e Jogos Olímpicos da Juventude até chegar nos Jogos Olímpicos. Existem estudos científicos que mostram que os atletas melhoram seus tempos na competição principal quando o formato é esse. Os critérios eram conhecidos por todos há quatro anos(...) Portanto não pretendemos fazer uma nova seletiva para os atletas que já nadaram. Apenas a que está marcada para o dia 12 de junho, para os que utilizaram do salvo-conduto para a Covid-19”, informa a nota da CBDA.

Ao todo, o Brasil soma 18 garantidos na natação na olimpíada japonesa. Alguns atletas ainda terão a chance de fazer uma tomada de tempo em junho para tentar obter índices. O Brasil também pode aumentar seu número de classificados com os revezamentos femininos, que precisam esperar a definição dos rankings mundiais. É onde Jhennifer se encaixa.

No segundo dia de eliminatórias da Seletiva Olímpica de Natação do Brasil, a nadadora friburguense foi a grande destaque ao quebrar o recorde brasileiros dos 100 metros peito, com um tempo de 1:07.35. Jhenny dominou a prova de ponta a ponta fazendo parciais de 31.44 e 35.91. Na segunda, entretanto, a nadadora marcou 1'08"08, um segundo a mais do que o índice olímpico, que é 1’07”07.

Ao todo são sete revezamentos olímpicos, três classificados (4×100 livre, 4×200 livre, 4×100 medley todos masculinos) e quatro na busca das vagas (4×100 livre, 4×200 livre, 4×100 medley todos femininos e o 4×100 medley misto). Para os revezamentos não classificados, a primeira condição é estar entre os quatro melhores tempos da repescagem das competições entre 2019 até o próximo dia 31.

Os três revezamentos femininos já estão definidos, e no 4×100 medley, Jhennifer Alves compõe o time ao lado de Etiene Medeiros, Giovanna Diamante e Larissa Oliveira. O processo de classificação é de “replay only”, ou seja, nadadores sem índices A que vão aos Jogos Olímpicos é atrelado ao número de revezamentos classificados.

Neste momento os três revezamentos masculinos estão classificados, ou seja, há seis vagas, sendo quatro utilizadas. Para o Brasil ter todos os sete revezamentos na olimpíada todas as equipes precisam estar no top 4 da repescagem. A prova do 4×100 medley feminino no Campeonato Europeu acontece no próximo dia 23.

Tempo dos brasileiros

 Etiene Medeiros 1:03.89

Jhennifer Conceição 1:06.79

Giovanna Diamante 58.83

Larissa Oliveira 54.82

Total 4:04.33

Comparativo com os tempos das provas individuais: (considerando os tempos das finais)

Etiene Medeiros 1:01.37

Jhennifer Conceição 1:08.08

Giovanna Diamante 59.03

Larissa Oliveira 54.39

Ranking da repescagem

1º- Coreia do Sul 4:03.38

2º- Finlândia 4:03.49

3º- Hong Kong 4:03.52

4º- Belarus 4:03.61

5º- Polônia 4:04.27

6º- França 4:04.32

7º- Dinamarca e Brasil 4:04.33

 

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