Neste 27 de julho, Dia do Motociclista e da Prevenção aos Acidentes de Trabalho, algumas constatações merecem ser refletidas. As motocicletas têm ganhado cada vez mais usuários em todo o Brasil. E em Nova Friburgo não é diferente. Em dez anos, 6.788 motos foram emplacadas no município. Neste ano, até junho, foram 376 novos emplacamentos registrados. De acordo com o Detran-RJ, hoje Nova Friburgo tem 25.037 motocicletas regulares.
Além de ser um meio de transporte mais econômico, a motocicleta também passou a ser subsistência para muitos. Alguns trabalham com entregas de encomendas, os motoboys e, recentemente, chegou à cidade o serviço de mototáxi, feito através de uma plataforma de transporte por aplicativo.
Mas, o aumento do uso de motos para trabalhar gerou consequentemente, o aumento de acidentes de trânsito. A gravidade desses acidentes é maior pela falta de proteção, ou seja, a falta do uso de equipamentos. Foi o que aconteceu com a universitária Laura Gonçalves Carney Ned. No dia 19 de junho, ela pegou um mototáxi, quando saiu da academia. “O motociclista ultrapassou o sinal vermelho no Paissandu e no Edifício Itália. Ele estava correndo muito. Chegando perto da Rua Fernando Bizzotto, o sinal estava verde, um cara entrou na frente da moto. O motociclista bateu nele e fui arremessada, bati no homem atropelado e fui de cara no chão”, relatou.
Laura disse que estava usando um capacete formiga, que é proibido nesse tipo de transporte, e o equipamento de segurança saiu da cabeça. “Fui socorrida pelos bombeiros e levada para o Raul Sertã com o nariz quebrado. Fiquei 11 dias internada e tive que passar por cirurgia”, contou a universitária.
Laura é uma das 91 vítimas de acidentes de moto que deram entrada no Hospital Raul Sertã apenas em junho, mês que o hospital recebeu o maior número de vítimas desse tipo de acidente.
De acordo com a prefeitura, esse ano, até o dia 23 de julho, 508 motociclistas acidentados foram atendidos no Raul Sertã. Foram 69 pacientes vítimas de acidente com moto em janeiro; 79 em fevereiro; 77 em março; 57 em abril; 70 em maio; 91 em junho; e 65 em julho (até o dia 23).
De acordo com a Secretaria estadual de Defesa Civil, os bombeiros resgataram vítimas de 217 acidentes de motocicletas esse ano. Foram 124 colisões, 76 quedas e 17 atropelamentos por motocicletas. Durante todo o ano passado, o município registrou, de acordo com a pasta, 427 acidentes com motocicletas.
As dores de quem sofre um acidente de motocicleta podem perdurar por anos, não só físicas, mas emocionais também. “Hoje, não consigo nem ouvir barulho de moto. Se realmente a pessoa precisar usar uma motocicleta, aconselho ter mais prudência no trânsito. E caso, seja garupa, não deixe de falar com o condutor, caso esteja incomodado com a velocidade, imprudência. Eu ainda tive sorte, pois poderia estar morta ou o acidente ter sido pior”, finalizou Laura.
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