O Ministério da Saúde alerta que o Rio de Janeiro é um dos 11 estados do Brasil que podem ter surto de dengue a partir de março. Exceto o Espírito Santo e o Rio, os demais estados ficam no Nordeste. Segundo o coordenador-geral de vigilância em arbovirose do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, o período favorável ao aumento de casos da dengue no Brasil, marcado por altas temperaturas e chuvas, começou em novembro de 2019 e vai até maio.
“A dengue é uma doença sazonal e o quadro é dinâmico e pode mudar em pouco tempo, mas, no momento, os nove estados do Nordeste e as regiões do Sudeste com grande contingente populacional pouco afetadas em 2019 estão no nosso alerta”, afirmou o coordenador. Isso aconteceu porque circulou, em todos esses anos, o mesmo sorotipo do vírus da dengue. E quando uma pessoa é infectada pela dengue, ela estará imune a um determinado sorotipo, mas não aos outros sorotipos da doença. Atualmente, há quatro sorotipos e quando ocorre alteração do padrão de circulação, também aumenta o número de transmissões. A intensidade de circulação desses sorotipos se alterna pelo país de tempos em tempos.
De acordo com Said, a mudança no padrão de circulação que está acontecendo agora no Estado do Rio aponta para um cenário de risco. Ele alertou que 80% dos criadouros do mosquito estão dentro das residências, por esse motivo deve haver integração entre as políticas públicas de governo e a mobilização da população. Ele diz ainda que o controle deve ser feito porque nesta época do ano, o mosquito completa seu ciclo de reprodução em dez dias.
A população deve manter o combate diário aos criadouros do mosquito, é importante estar atento à caixa d’água, se está aberta ou não; à limpeza das calhas; à verificação permanente da presença de água na bandeja do ar-condicionado, na bandeja da geladeira e nos pratinhos de vaso de planta; e acondicionar adequadamente os objetos que costumam ficar nos quintais, como garrafas e latas. A Prefeitura de Nova Friburgo informou que a Secretaria de Saúde do município realiza programa de controle e prevenção do Aedes aegypti durante todo o ano.
Transmissão
A fêmea do Aedes aegypti é responsável pela transmissão da febre amarela, dengue, chikungunya e zika vírus. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 1.544.987 casos de dengue no ano passado, com 782 mortes, um aumento de 488% em relação a 2018, um ano considerado atípico pelo Ministério.
Os dados de registro de zika ainda estão baixos no Brasil. "Mas temos a confirmação laboratorial de que o vírus do zika está em circulação por todos os estados, menos no Acre. Por isso, ainda há alerta de infecção para as gestantes", informou Said.
A zika é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo responsável pela dengue. Em gestantes, a infecção por zika pode causar microcefalia nos bebês. Em 2016, o Brasil foi apontado como um dos países mais afetados pelo zika. A chikungunya, também é transmitida pela picada do Aedes aegypti, apesar do aumento dos casos em 2019, não há previsão de um novo surto para 2020.
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