Faltando apenas uma semana e meia para o Natal, os comerciantes de todo o Estado do Rio de Janeiro estão otimistas com a possibilidade de aumento nas vendas de presentes para a data que é considerada pela categoria a campeã de vendas em todo o ano. Afinal, nem que seja uma lembrancinha, todo mundo quer agradar alguém no fim do ano, seja com a troca de presentes em família ou as brincadeiras de amigo secreto.
Os lojistas do Rio de Janeiro estão animados e já observam maior movimento de clientes desde a semana passada. Os empresários do setor, inclusive, apostam alto e acreditam que este pode ser o melhor Natal dos últimos cinco anos, confirmando a estimativa de crescimento nas vendas de 6% em relação ao ano passado conforme previsão do Clube de Diretores Lojistas da capital.
De acordo com Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do SindilojasRio, apesar dos últimos dados do PIB trimestral mostrarem estagnação da economia, há um alento devido a elevação do consumo das famílias de 1,1%. “É com base na continuidade do consumo neste fim de ano que estimamos vendas natalinas maiores do que em 2022. A despeito de algumas previsões, permanecemos otimistas, esperando que as vendas possam surpreender neste dezembro”, diz Aldo.
No interior do estado, o comércio também demonstra otimismo. Em Nova Friburgo as lojas já estão autorizadas a permanecerem abertas até as 22h para facilitar os clientes que trabalham em horário comercial a comprarem os presentes de Natal. Os lojistas friburguenses apostam em maior procura de clientes a partir do próximo dia 20, data limite para as empresas pagarem a segunda parcela do 13º salário aos trabalhadores formais.
“Todo ano é assim. Dezembro começa e logo já é registrado um aumento na circulação de consumidores nas ruas. Muita gente vem, observa os itens, escolhe o que quer, mas só compra mesmo nas vésperas do Natal. Muita gente usa a primeira parcela do 13º salário para quitar dívidas e reserva a segunda parcela para as compras de presentes”, atesta o vendedor de uma loja de roupas e calçados na Avenida Alberto Braune.
Segundo a mais recente pesquisa do CDLRio e do SindilojasRio, os consumidores fluminenses estão dispostos a gastar mais com as compras de presentes neste fim de ano. A média deverá variar entre R$ 150 e R$ 500, sendo que 55% podem manter o mesmo nível de compras do ano passado, enquanto 30% devem diminuir e 15% pretendem gastar mais.
Comércio online x físico
“Embora os preços de sites de compras na internet sejam competitivos, a atividade comercial caracteriza-se como presencial. As pessoas gostam de usufruir da experiência da compra em lojas físicas. Nesse aspecto, o comércio vêm se remodelando, agregando mais valor aos serviços para tornar os momentos do consumo mais atrativos e memoráveis. Com mais dinheiro no bolso devido ao 13º salário, o consumidor está atento às oportunidades para realizar seus desejos. Isso porque, além de realizarem compras online específicas para o Natal (45%), cerca de 50% deverá movimentar-se a partir da próxima semana acessando sites ou indo às lojas, fato que comprova a tradição das compras de última hora, uma característica dos brasileiros”, conclui Aldo Gonçalves.
O cartão de crédito continua sendo o principal meio de pagamento para 65% dos consumidores fluminenses, enquanto entre 10% e 15% estão optando por não fazer dívidas e pretendem comprar os presentes de Natal com Pix, cartão de débito ou dinheiro. Vestuário, acessórios e calçados são as escolhas para 65%; brinquedos, artigos pessoais e perfumaria são os preferidos para 25%; e 10% estão optando por produtos de maior valor, como celulares, relógios, joias, entre outros.
Otimismo também entre os consumidores
Ainda de acordo com a pesquisa do CDLRio e do SindilojasRio, outro ponto que merece destaque é que o consumidor está mais confiante este ano. É o que se constata quando 65% dos entrevistados disseram que as perspectivas da economia brasileira estão melhores frente ao mesmo período do ano passado.
Boa parte dos entrevistados citou o comportamento da inflação como fator positivo para induzir maior confiança nas compras (68%); outra parte, 20%, mencionou ter feito ajustes no orçamento para se preparar melhor para 2024; e a parcela de 12% disseram que estão “enrolados” em dívidas, esperaram que os programas de negociação de dívidas, comuns nesta época do ano, os auxiliem na retomada do fôlego ao consumo novamente e reconheceram as dificuldades em lidar com o tema educação financeira.
Quase 60% dos consumidores vão comprar presentes, diz o Ifec
Sondagem feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), feita com 718 consumidores em vários municípios fluminenses, entre os dias 21 e 22 de novembro, mostra que 59,1% pretendem presentear alguém neste Natal. Pelo menos 10,6% ainda não sabem se vão presentear e 30,3% disseram que não vão.
Segundo apurou o Ifec, os itens de vestuário, calçados e acessórios (49,9%) são os preferidos para os que irão presentar alguém, seguidos de brinquedos (32,7%), lembrancinhas (20,6%) e artigos de perfumaria (11,2%).
A movimentação financeira na economia do Estado do Rio de Janeiro neste fim de ano está estimada em R$ 796 milhões. Segundo 60,5% dos entrevistados, as compras serão feitas em lojas físicas. Já 22,1% comprarão em lojas virtuais e 16% em ambas.
Sobre a Fecomércio
A entidade reúne 59 sindicatos patronais, líderes empresariais, especialistas e consultores com o objetivo de incrementar o desenvolvimento dos negócios no setor do comércio de bens, serviços e turismo no Estado do Rio de Janeiro. Desenvolve soluções, pesquisas e disponibiliza conteúdo sobre questões que impactam a vida do empreendedor e colaboram nas decisões dos gestores públicos. Representa mais de 330 mil estabelecimentos, que respondem por 2/3 da atividade econômica do estado e 68% dos estabelecimentos, gerando mais de 1,6 milhão de empregos formais, que equivalem a 60% dos postos de trabalho no estado.
Através do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ) atua em assistência social, cultura, educação, lazer e saúde aos comerciários e população carente, enquanto o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) promove educação profissional voltada para o setor.
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