Com a parte financeira extremamente limitada, o Friburguense se reinventa a cada temporada. A capacidade de garimpar, lapidar e lançar talentos parece ser ampliada com o passar dos anos, reforçando uma característica histórica do clube. Por mais que ainda se insista na ideia de que o Tricolor não oferece oportunidades para novos valores, os números e a prática mostram exatamente o contrário.
Foram vários os nomes que surgiram nos últimos campeonatos disputados pelo Frizão, e em 2021, as participações na Série A2 do Campeonato Carioca e na Copa Rio apenas alimentam esses dados. Do time base montado por Cadão em busca do retorno à elite estadual, o goleiro Afonso, a dupla de zaga, formada por Jhonata e Christopher, os laterais Murillo e Neto e o meia Ricardinho foram revelados ou tiveram passagens importantes pela base do Friburguense.
No banco de reservas, os garotos Thai, Gustavinho, João Victor, Igor Gomes foram sempre opções importantes. Todos eles revelados na base do clube. Sem contar o zagueiro Bruno Leal e o atacante Luis Felippe, já mais experientes, também nascidos em Nova Friburgo. Num cálculo aproximado, mais de 60% do plantel montado para 2021 passou pelas divisões de base do Eduardo Guinle. Esse número aumenta se considerarmos a Copa Rio.
Sub-20 finalista
Além do trabalho de observação e testes, o Friburguense também mantém escolas de futebol no estádio Eduardo Guinle e no campo de society, além do futsal no ginásio Helena Deccache. É desta forma que os destaques são observados e pinçados para as divisões de base do clube, coordenadas pelo gerente de futebol, José Siqueira, com o apoio de nomes como Sávio Badini e Felipe Malhard, além dos olhos clínicos dos ídolos Cadão, Sérgio Gomes, Bidu e Ziquinha, atualmente membros da comissão técnica tricolor.
As observações e montagens de plantéis, nas variadas categorias, também apresentam resultados nas competições de base. Em 2021, com grande campanha nos dois turnos – 19 pontos no geral, um dos melhores desempenhos do campeonato -, o Frizão foi quase impecável na Taça Corcovado da Série A2 Sub-20. A equipe chegou a avançar para a decisão do segundo turno, sendo derrotada pelo Audax, fora de casa.
Na primeira rodada, o Friburguense empatou com a Cabofriense, fora de casa, por 1 a 1. No segundo desafio, o Tricolor da Serra bateu o Gonçalense por 1 a 0, e logo depois goleou o Duque de Caxias por 5 a 1. Antes de bater o Audax, o Frizão empatou com o América, no Eduardo Guinle, por 1 a 1. Foram três vitórias e dois empates, com 11 pontos conquistados. Onze gols marcados e três sofridos.
No primeiro turno, a Taça Santos Dumont, o Friburguense fez cinco jogos, com duas vitórias, dois empates e apenas uma derrota, com oito pontos ganhos, oito gols marcados e outros oito sofridos.
Com a saída de alguns atletas após o fim da Série A2, o técnico Cadão recorreu exatamente ao Sub-20 para montar um time competitivo e disputar a Copa Rio. E que encarou o experiente e caro time do América de igual para igual nos dois jogos. Do time base, titular na maior parte da competição, Afonso, Murillo, Jhonata, Cristopher, Neto, Leo Assis e Lucas Sales permaneceram.
O restante foi preenchido com os garotos da base, que fizeram uma excelente campanha no Estadual Sub-20. Igor Gomes, Barrozo, Alan, Daniel, Leandro, Lucas Mello, Jonas, Luã e João foram algumas das novidades. Este último, por exemplo, estreou como profissional e foi autor do gol do Frizão no empate por 1 a 1 em Nova Friburgo. Muitos desses garotos devem pintar novamente no elenco profissional em 2022. A fábrica de talentos do Eduardo Guinle segue operando a todo o vapor.
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