Fiasco: cometa Neowise decepciona friburguenses

Astrônomo já tinha avisado que dificilmente fenômeno repetiria aqui o espetáculo que vem proporcionando pelo mundo afora
segunda-feira, 27 de julho de 2020
por Adriana Oliveira (aoliveira@avozdaserra.com.br)
O cometa Neowise (brilho isolado no céu) clicado em Friburgo na última quinta (Foto: Fernando Lo Bianco)
O cometa Neowise (brilho isolado no céu) clicado em Friburgo na última quinta (Foto: Fernando Lo Bianco)

Com brilho tímido, longe da intensidade exibida no Hemisfério Norte, o cometa Neowise vem desapontando os friburguenses desde que a sua visita foi anunciada, com grande expectativa, na semana passada. Muitos curiosos, sobretudo os amantes da fotografia  e da astronomia que vinham procurando áreas abertas da cidade e posicionando tripés em busca do melhor ângulo,  já desistiram da empreitada. O cometa está visível a olho nu nos céus de Friburgo desde a última sexta-feira, 24, mas seu apogeu é prometido até a próxima quarta, 29, sempre após as 18h, à direita do ponto onde o sol se põe.

O fotógrafo Marlon Moreira de Souza confirmou que o brilho do cometa estava bem aquém do esperado. "Aqui do Centro era quase impossível vê-lo a olho nu. Acredito que do alto das montanhas ou de lugares mais afastados possa ter sido possível a observação, mas como se fosse uma estrela", disse Marlon, que usou uma lente 85mm (abaixo):

O astrônomo Reinaldo Ivaniska, responsável pelo Planetário de Nova Friburgo, já tinha avisado que dificilmente o Neowise proporcionaria por aqui o espetáculo que vem garantindo pelo mundo afora. "Mas cometa é cometa", comentou.

Para os que ainda não perderam as esperanças, o site especializado timeanddate.com  mostra em tempo real, e com animação, o mapa do céu de qualquer cidade, permitindo descobrir onde o cometa estará cada dia - é só mudar a data e a hora do calendário (VEJA FRIBURGO AQUI).

No início de agosto o Neowise se despede do Brasil e volta a sumir pelo espaço, só devendo se reaproximar da Terra daqui a 6.800 anos. 

Descoberto em março pela Nasa, o Neowise tem esse nome por causa das iniciais do telescópio especial que o detectou:  Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer.  Tecnicamente, para os astrônomos, ele é o cometa  C/2020 F3. Será o primeiro a ser visto da Terra este ano.

Cometas são corpos celestes formados de gelo e poeira cósmica. O brilho e a cauda são consequências de passagens próximas ao Sol. O Neowise passou o mais perto do Sol no último dia 3,  ganhando brilho mais intenso. Agora está passando perto da Terra, e o pico desta aproximação foi na quinta, 23, quando começou a ser visto no Brasil, de Norte a Sul, a 103 milhões de quilômetros de distância. 

 

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