Foi-se o tempo em que estar solteiro era sinônimo de solidão. A forma de se relacionar nos anos 2000 se divide entre antes e depois do surgimento dos aplicativos de encontros. Plataformas como o Tinder, Happn, Badoo e Grindr — só para citar algumas — se tornaram as ferramentas principais de milhões e milhões de solteiros e solteiras mundo afora quando o assunto é paquera, aventuras sexuais, namoro e, até mesmo, casamentos.
De acordo com o site The Economist, só nos Estados Unidos, mais de um terço dos casamentos tiveram origem na internet. Uma recente pesquisa realizada pela Universidade de Genebra, na Suíça, apontou que casais formados por aplicativos tinham mais intenções de morar juntos, quando comparados aos que se conheceram em ambientes fora do mundo digital.
Ou seja, faz tempo que as relações virtuais deixaram de ser tabu para se tornarem uma possibilidade real, possível e aceita. Tudo indica que este formato de relacionamento cada vez mais assume um caráter definitivo, ou seja, independe de isolamento social.
O Dia dos Solteiros, neste domingo, 15, assim como o do ano passado, não deverá ser celebrado como antes da pandemia, com pegação a torto às cegas. Porque ainda é necessário evitar aglomerações e usar máscaras de proteção facial e higienização das mãos. Este é um tema que está em franca expansão, ocupando espaços não apenas nos bares da vida, mas em debates e seminários, incentivando reflexões em diversos grupos da sociedade.
Medo de se relacionar de novo
A síndrome de quem está com esse bloqueio tem nome: F.O.D.A., que não é sacanagem e sim a sigla para “Fear Of Dating Again” (em tradução literal, o medo de se relacionar novamente) criada pela cientista comportamental inglesa Logan Ury.
Com a chegada do isolamento social, decorrente da pandemia do coronavírus, os encontros físicos cessaram. Logo, a pergunta que não quer calar é: o que foi feito de todos esses aplicativos? E como os solteiros e solteiras do mundo todo vêm interagindo nesses tempos difíceis?
A resposta é simples. Por mais contraditório que pareça, os aplicativos de encontros passaram a bombar ainda mais durante o isolamento social. Os “apps de paquera” — como são popularmente mais conhecidos — deixaram de ser apenas uma ferramenta para viabilizar encontros fortuitos e se converteram, também, numa simples plataforma de interação no momento em que a quarentena inflige solidão a milhões de pessoas em várias partes do mundo.
De todo modo, assim como muitos outros produtos de tecnologia, os aplicativos de namoro também tiveram um desempenho notável durante a pandemia. Um exemplo disso é o caso do conglomerado Match Group, a empresa-mãe de 45 marcas de namoro, incluindo Tinder, Hinge, OkCupid e Match, que relatou ter tido um aumento nos downloads e no número de assinantes nos períodos pós-Covid-19, sobretudo a partir do segundo trimestre de 2020, de acordo com um relatório publicado em agosto passado na publicação Business Insider. No total, a empresa viu um aumento de 15%, para cerca de 11 milhões de usuários em todo o planeta.
(Fonte: Estadão Conteúdo e Vogue)
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