A medida foi tomada para trazer mais fluidez no trânsito e como uma via alternativa à Praça Getúlio Vargas, mas desde que a mão dupla foi implantada na Rua Augusto Spinelli, o risco de acidentes e atropelamentos passou a fazer parte da vida de quem mora ou passa pelo local. Na segunda-feira, 13, uma idosa foi vítima de um atropelamento ao tentar atravessar o cruzamento das ruas Augusto Spinelli e Monsenhor Miranda, por volta das 17h30, horário de grande fluxo de veículos, devido à saída de alunos do Colégio Nossa Senhora das Dores, que fica naquela esquina.
(Foto: Leitor)
Foi solicitado socorro e a vítima foi levada para o hospital. De acordo com funcionários do Colégio Nossa Senhora das Dores, esse e outros eventos, da mesma natureza, têm sido frequentes na área desde as mudanças implantadas na Rua Augusto Spinelli, que tornaram a via extremamente perigosa para a circulação de alunos e transeuntes em geral. Situação confirmada pelo músico Rodolfo Barbosa. “Moro há 15 anos nessa rua e nunca passei por tanta dificuldade para atravessar, como estamos vivendo agora. Isso porque ainda temos facilidade de mobilidade, de se locomover. Mas o meio fio é muito alto. As senhoras têm dificuldade de descer ou subir as calçadas. E com carros passando em mão dupla na Rua Augusto Spinelli somando ao trânsito da Monsenhor Miranda, realmente está muito perigoso. Tem que ter alguma solução, seja sinal, quebra-mola, agente de trânsito para trazer mais segurança”, solicitou ele.
Nossa equipe esteve no local nesta terça-feira, 14, e ouviu muitas reclamações sobre o perigo do cruzamento de pedestres e motoristas. “Temos que parar em cima da faixa para conseguir enxergar o fluxo na Rua Augusto Spinelli. E como tem esse trânsito duplo, fica muito mais difícil chegar à Praça Getúlio Vargas, principalmente em horário de saída de escola. Em horários críticos, como de entrada e saída da escola, esse cruzamento fica muito perigoso. Organizaram o trânsito para tentar dar fluidez, mas acabaram criando outros problemas”, disse a professora e atriz Sílvia Araújo.
(Professora e atriz Sílvia Araújo)
A mesma dificuldade foi declarada por Francisco Cavalcante, que passa diariamente pelo local. “Eu venho buscar minha esposa na escola todos os dias e minha visão, como motorista, é a dificuldade em respeitar a faixa de pedestre na Rua Monsenhor Miranda, porque não temos visibilidade. O ideal seria colocar um espelho, que desse a visão. Não está complicado só para pedestre, mas também para os motoristas”, observa Francisco Cavalcante.
(Francisco Cavalcante)
A falta de educação no trânsito também contribui com a situação. “A questão do cruzamento aqui é que a maioria dos motoristas não dá passagem para o pedestre e, quando estamos à pé, fica muito complicado para atravessar. E como é um cruzamento, vem carros de todos os lados. Geralmente os motoristas estão com pressa e não param. Acredito que deveria ser colocado um sinal de trânsito pelo menos nesses horários de saída de escola”, disse a professora, Kátia de Abreu Barroso.
(Professora Kátia de Abreu Barroso)
“Apesar dos inúmeros pedidos à prefeitura, Ministério Público e outros órgãos, nenhum sinal foi instalado ali até agora. Pais de alunos e a direção do Colégio Nossa Senhora das Dores já tentaram sensibilizar a prefeitura sem sucesso. A falta de sinalização contribui para o trânsito ficar ainda mais caótico”, disse a leitora Carla Biscaio Fernandes, em mensagem enviada pelo Instagram do jornal.
Pedido antigo e promessa não cumprida
De acordo com a diretora do Colégio Nossa Senhora das Dores, Jean Beatriz, foram inúmeras as solicitações de providências, junto aos órgãos competentes, como a demarcação da área de embarque e desembarque na portaria da escola, a instalação de um semáforo, de redutores de velocidade e colocação de placas próprias para área escolar. “Também não foram poucas as promessas para a solução do problema, desde março de 2016. Ao longo desses anos, inúmeros ofícios foram encaminhados, acusando o problema e solicitando solução, audiências diversas, debates na Câmara Municipal com a presença de autoridades ligadas à mobilidade urbana, inclusive com a participação do prefeito Johnny Maycon, até o momento, nenhuma medida foi tomada. Infelizmente, o problema continua e se agrava cada vez mais”, relatou ela.
Na edição de 17 de janeiro de 2020 de A VOZ DA SERRA, o problema já havia sido mostrado na reportagem “O cruzamento da Rua Augusto Spinelli com a Rua Monsenhor Miranda, junto ao Colégio Nossa Senhora das Dores, deverá ganhar em breve um "traffic calming" (passarela de pedestres elevada). A informação foi dada pela prefeitura em resposta à reclamação de um leitor do jornal, morador das proximidades.
O que diz a prefeitura
Procuramos a prefeitura nesta terça-feira, 14, que respondeu, em nota, que “há um projeto para contemplar o trecho mencionado, que inclui sinalização com placas, além da instalação de um semáforo. As mudanças serão promovidas no período pós-carnaval.”
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