A obesidade infantil é considerada um dos maiores problemas de saúde pública pediátrica, afetando mais de 220 milhões de crianças em idade escolar no mundo. No Brasil, quase 7 milhões de crianças apresentam excesso de peso e segundo o Ministério da Saúde (MS), uma em cada 10 crianças brasileiras de até 5 anos está com o peso acima do ideal: são 7% com sobrepeso e 3% já com obesidade. As tendências pós anos 2000 previram um mundo onde, pela primeira vez, haveria mais crianças e adolescentes obesos do que com baixo peso.
A obesidade é uma condição complexa, qualquer que seja a faixa etária, vista pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma epidemia mundial, e sua prevalência crescente vem sendo atribuída a fatores políticos, econômicos, sociais e culturais.
Conforme informado pelo MS, um agravante é que em vez das crianças estarem consumindo alimentos saudáveis, como frutas e verduras ou minimamente processados, estão sendo expostas muito cedo aos alimentos ultraprocessados, que prejudicam a saúde.
A má alimentação e a diminuição de atividades físicas podem fazer com que crianças e adolescentes obesos apresentem dificuldades respiratórias, aumento do risco de fraturas, hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e efeitos psicológicos, como baixa autoestima, isolamento social, transtornos alimentares, entre outras doenças com riscos graves à saúde.
Os registros do IBGE apontam que uma em cada grupo de três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no país. As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, revelam que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave.
Estudo recente aponta que crianças acima do peso possuem 75% mais chance de serem adolescentes obesos e 89% dos adolescentes obesos podem se tornar adultos obesos. Para evitar esse quadro, a prática de atividade física e uma boa alimentação são importantes aliados. Além disso, se estimulados desde a infância os exercícios viram rotina e têm impactos positivos também no futuro.
Brincadeiras são fundamentais para as crianças fazerem atividade física de forma prazerosa, com benefícios à saúde e ao bem-estar. Essa é uma boa alternativa para manter as crianças em movimento, com desenvolvimento da parte física e da parte cognitiva, ou seja, de memória e aprendizagem.
Educação física e desempenho escolar
A atividade física é importante para o pleno desenvolvimento humano e deve ser praticada em todas as fases da vida e em vários momentos. No caso das crianças, a atividade física é praticada principalmente em jogos e brincadeiras ou em atividades mais estruturadas, como a participação em escolinhas de esportes e nas aulas de educação física escolar.
Já para os adolescentes, além dessas opções, a atividade física também pode ser praticada em academias, mas as aulas de educação física escolar ajudam a compor uma rotina fisicamente mais ativa e diversificada. Em alguns casos, a educação física escolar é o único momento em que os jovens praticam alguma atividade física.
Participar das aulas de educação física vai além da prática de atividade física e do desenvolvimento de habilidades motoras, como correr e saltar, contribuindo para uma vida ativa e saudável. Por isso, é importante garantir que todos os estudantes tenham acesso e participem de mais e melhores aulas de educação física.
Além dos benefícios já amplamente conhecidos, como a contribuição para a manutenção do peso corporal saudável, a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e a melhora da saúde mental, a atividade física também oferece benefícios para o desempenho escolar.
É por meio do movimento que a criança desenvolve não somente as suas habilidades motoras, a sua coordenação e o seu equilíbrio, mas também o seu lado social e a sua capacidade cognitiva — que se dá por meio das ligações neurais que a prática de atividade física é capaz de promover. Isso vai permitir que a criança transfira conhecimentos e habilidades adquiridas por meio da atividade física para as tarefas escolares. (Fontes: IBGE, MS e OMS)
Deixe o seu comentário