Comércio ambulante: Prefeitura anuncia fiscalização rigorosa

Medida têm como objetivo proteger os comerciantes estabelecidos, que enfrentam dificuldades para competir com os camelôs
sexta-feira, 09 de junho de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Divulgação/Acianf)
(Foto: Divulgação/Acianf)

Na última segunda-feira, 5, representantes da Frente Empresarial e de Classe de Nova Friburgo (FEC-NF) se reuniram com os secretários municipais de Assistência Social, Turismo, Meio Ambiente, Mobilidade Urbana, Posturas e Governo para discutir e colocar em ação melhorias necessárias ao desenvolvimento e bem estar da população de Nova Friburgo. O encontro aconteceu na Associação Comercial, Industrial e Agrícola do município (Acianf) e contou com a participação de comerciantes e empresários locais.

A Acianf, em razão de sua representatividade, recebe diariamente, pedidos de orientação, reclamações e registros feitos por diversos comerciantes que cumprem seus deveres e observam suas vendas prejudicadas por falta de ordem e fiscalização. Júlio Cordeiro, presidente da Acianf, liderou a reunião e pontuou alguns problemas corriqueiramente denunciados à entidade e que afetam diretamente o desenvolvimento das secretarias municipais participantes dos encontros. 

“Essa reunião representa o Marco Zero para melhorias, em prol da cidade que almejamos. Representamos mais de 1.500 empresas, que pagam seus alvarás, impostos, folhas de pagamento a funcionários. Essas empresas estão sendo fortemente impactadas com comércios irregulares espalhados no centro e diversos bairros, poluição visual e sonora, muitas pessoas em situação de rua que comercializam mercadorias nas calçadas da cidade, disputando espaço com as lojas pré estabelecidas. Já estivemos em encontro similar com o presidente da Câmara Municipal, vereador Max Bill, e solicitamos que o Legislativo retomasse a Lei da Cidade Limpa, que engloba resolução de diversos desses problemas. Sabemos que é uma lei complexa, mas podemos auxiliar e cumprí-la por etapas”, destacou Júlio Cordeiro.

Poluição visual 

Outro problema citado na reunião foi o cabeamento em postes da cidade, em que as empresas de telecomunicações locais fogem de suas responsabilidades, o que afeta diretamente a cidade que nunca investiu tanto em turismo. O objetivo da reunião é ouvir dos secretários se estão abertos a trabalhar junto com as entidades empresariais e de classe, pois sabemos que o trabalho em conjunto será sempre mais construtivo para a cidade”, complementou Júlio Cordeiro.

Representando o comércio local, os empresários Renato e Andréa Abido, mostraram insatisfação com as diversas irregularidades: “Sinto-me envergonhado de receber pessoas de fora. Ao andar pela Avenida Alberto Braune, nos deparamos com manequins, araras, caixas de som espalhados pelas calçadas e a sensação que nos dá é que a prefeitura é inoperante. Precisamos de um choque de ordem, pois a conscientização é válida até certo ponto”, questionou Renato. Andreia Abido citou também os restaurantes, que espalham mesas e cadeiras pelas praças e ruas da cidade.

Roosevelt Concy, presidente do Nova Friburgo Country Clube e diretor executivo da Acianf, apresentou aos participantes fotos, principalmente do centro da cidade, retratando moradores em situação de rua, nas praças e calçadas, lixo acumulado de forma irregular pelas ruas, lojas ocupando de forma deliberada as calçadas da Avenida Alberto Braune, letreiros gigantes, sem padronização e enormes emaranhados de fios nos postes que impedem até mesmo a visualização de prédios históricos. “Se não fizermos melhorias agora, corremos o risco disso se tornar irreversível”, disse.

Edson Almeida, conselheiro da Acianf e presidente do Convention & Visitors Bureau de Nova Friburgo, pontuou sobre os problemas que impactam o setor de turismo diretamente: “A cada dia que passa, temos mais comércios, feiras, food trucks, cobranças de estacionamento irregulares, e precisamos mexer nisso. Nossa cidade é bonita, tem boa gastronomia, mas esses problemas espantam os turistas que queremos. “Edson citou ainda a máxima do Turismo: “A cidade, para ser boa ao turista, precisa primeiro ser boa para seus moradores”, observou.

Já Flávio Stern, presidente do Polo Gastronômico e Cervejeiro e vice-presidente de Cultura, Turismo e Serviços da Acianf, exemplificou a Rua Portugal, que poderia ser revitalizada, padronizada e servir de modelo para o restante da cidade. Flávio também pontuou a preocupação com a falta de ordem em Nova Friburgo: “Estamos acompanhando a decadência da cidade, num curto espaço de tempo. A Avenida Alberto Braune é o espelho dos demais bairros. Precisamos valorizar nossas empresas, que não passam por boa fase econômica. Qual tipo de turista queremos atrair? Quais eventos podemos realizar para isso?”, questionou. 

Os empresários, Jackson Thedin, presidente do Conselho Deliberativo da Acianf; Sérgio Tadeu, presidente do Conselho Fiscal da Acianf; Antonio Carlos Celles Cordeiro, conselheiro da Acianf; Salvador Canto, Gilberto Sader e Walter Oliveira, corroboraram com observações sobre o projeto da Estrada do Contorno, apropriação de espaços públicos, falta de padronização de fachadas, cabeamento nos postes e excesso de fiação, falta de fiscalização, e outros.

Márcia Carestiato, presidente da representação regionalda Federação das Indústrias do Estado (Firjan) no Centro-Norte, comentou sobre a união entre poder público e privado: “Em nenhum governo anterior, estivemos tão próximos como estamos atualmente. Como representantes das empresas locais, estamos abertos a auxiliar, com experiência, força de trabalho, projetos em parceria. Entendemos que isso tudo é um vespeiro, mas que precisamos mexer e o poder público terá nosso apoio”, destacou. 

Apertando o cerco 

Desde a última quarta-feira, 7, ações de fiscalização e controle para combater o comércio ambulante e reprimir o abuso do uso das calçadas por parte dos comerciantes que as utilizam como espaço de vendas têm sido intensificadas, segundo a prefeitura, para atender as demandas dos empresários.  

Diante das preocupações levantadas pela FEC, a prefeitura demonstrou seu compromisso em resolver a questão do comércio ambulante e garantir a ordem nas calçadas. A atuação dos camelôs tem sido uma fonte de controvérsia, prejudicando os comerciantes estabelecidos e causando problemas de acessibilidade para os pedestres.

Essas medidas têm como objetivo proteger os interesses dos comerciantes estabelecidos, que enfrentam dificuldades para competir com os ambulantes, além de garantir o direito de circulação dos cidadãos nas calçadas da cidade.

O secretário de Ordem e Mobilidade Urbana, Renato de Souza, anunciou que sua equipe de fiscalização tomará medidas drásticas. “Já temos o planejamento e realizaremos um choque de ordem a partir da próxima semana, até mesmo com o recolhimento de mercadorias”, disse o secretário. 

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