Chegou a hora: Jhennifer disputa Seletiva mirando vaga na Seleção Olímpica de natação

Para estar na prova individual dos 100 metros peito nos Jogos de Tóquio, Jhennifer precisa alcançar 1min07s07
sábado, 17 de abril de 2021
por Vinicius Gastin
Atleta friburguense busca realização profissional e pessoal com vaga em Tóquio
Atleta friburguense busca realização profissional e pessoal com vaga em Tóquio

Chegou o momento de colocar toda a preparação, as renúncias e a dedicação à prova. Jhennifer Alves está há milésimos de segundos de conseguir entrar para a história da natação brasileira mais uma vez, escrevendo mais um capítulo importante na carreira. A nadadora de Nova Friburgo participa da seletiva para as Olimpíadas de Tóquio a partir desta segunda-feira, 19, até o próximo dia 24, no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro

A competição vai definir os representantes da natação brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio (Japão). Em meio ao momento mais delicado da pandemia, o evento vai contar com uma série de restrições, sendo limitado a somente 103 atletas que tenham alcançado o chamado índice "B" da Federação Internacional de Natação (Fina). Jhennifer Alves faz parte do seleto grupo.

Diferentemente de outras modalidades, que têm uma ampla janela para decidir quem são os atletas que vão à Olimpíada, na natação os ciclos de treinamento têm maior interferência no resultado. Se a seletiva olímpica for adiada, a chance de obtenção de índices cai de forma significativa, assim como a de um bom resultado na Olimpíada, uma vez que não haverá tempo para um mais um ciclo completo de treinamentos. Não à toa, quase todos os países que se destacam na natação estão realizando seletivas nessa semana ou nas próximas.

Visando reduzir os riscos do evento, a CBDA reduziu os participantes da seletiva a apenas aqueles com chances reais de estarem em Tóquio. Ou seja, os que já fizeram pelo menos o índice B da Federação Internacional de Natação (Fina), impondo também uma quota de 120 vagas. No fim, apenas 103 foram preenchidas. Só foi aberta exceção nas provas de 100m e 200m livre femininas, porque existe a possibilidade de classificação dos revezamentos - podem ir a Tóquio também atletas sem índice A.

Atletas com índice para a seletiva poderão nadar várias provas, não só aquelas nas quais se classificaram inicialmente. Mesmo assim, em diversas provas haverá menos competidores do que de raias. A seletiva abre com o 400m medley masculino, em que só seis atletas disputarão as eliminatórias — está mantida o esquema de eliminatória e final, mesmo assim. Só os tempos das finais valem como índice.

Em nota, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) justificou os critérios mais restritivos pelo agravamento da pandemia da Covid-19 no Brasil. O índice "B" é uma marca mínima determinada pela Fina para um nadador ter a possibilidade de ir aos Jogos. É mais exigente que o corte estabelecido anteriormente para participação na seletiva. Nas provas com apenas três habilitados pelo índice, são convocados nadadores, segundo o ranking nacional, para completar o balizamento de, pelo menos, quatro atletas.

Para estar na prova individual dos 100 metros peito nos Jogos de Tóquio, Jhennifer precisa alcançar 1min07s07 na seletiva olímpica. “Tenho que baixar em alguns centésimos a minha melhor marca. É um piscar de olhos. Fiz um levantamento com meu técnico. Até o momento, a única mulher que já teria a marca é a Etiene Medeiros nos 50 metros livre. Depois dela, a atleta mais próxima do índice sou eu. Agora é seguir trabalhando para confirmar. É meu grande sonho”, declarou a friburguense durante entrevista recente.

Os atletas vão poder disputar a seletiva apenas com resultado negativo no teste da Covid-19. Nadadores com exames positivos e que não possam participar do evento terão, mais adiante, possibilidade de uma "repescagem". Segundo o diretor de Natação da CBDA, Eduardo Fischer, a nova tomada de tempo, caso necessária, deve ocorrer cerca de 40 dias antes da Olimpíada, novamente no Maria Lenk.

Os critérios de qualificação para Tóquio foram atualizados em fevereiro. Os dois primeiros colocados de cada prova - desde que atinjam, nas respectivas finais, o índice "A" (mais exigente) da Fina - se classificam. Nos 50m livre masculino, por exemplo, os tempos não podem superar 22 segundos e um centésimo. Nos 50m feminino, o limite é 24 segundos e 77 centésimos. Nos revezamentos, o Brasil tem presença garantida no 4x100m livre, 4x100m medley e 4x200m livre - todos masculinos. As equipes do nado livre serão formadas pelos quatro melhores das respectivas disputas individuais na seletiva.

O quarteto do medley, por sua vez, será composto pelo primeiro lugar das provas de 100m em cada estilo (livre, costas, peito e borboleta). Segundo a CBDA, porém, se a comissão técnica entender que o segundo colocado de um determinado estilo (e que também esteja convocado para a prova individual) viver momento melhor, ele pode ser o escolhido do revezamento.

No caso dos revezamentos femininos (4x100m livre, 4x200m livre e 4x100m medley) e misto (4x100m medley), que ainda não têm vaga em Tóquio, os atletas passarão por uma tomada de tempo na seletiva. A marca atingida pelos quartetos deve figurar entre as quatro melhores do respectivo revezamento no ranking mundial da Fina - considerando os países sem lugar garantido nos Jogos - até 31 de maio, quando termina o período de classificação.

Jhennifer Alves atravessa bom momento, quebrando marcas e recebendo premiações diversas, à exemplo do prêmio de melhor atleta universitária feminina de 2019 pela Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU). A lembrança veio pela conquista da medalha de ouro na Universíade de Nápoles, em julho de 2019, na prova dos 50 metros peito. Na ocasião, se tornou a primeira nadadora brasileira a vencer uma prova em uma edição desse torneio, que é considerado a Olimpíada Universitária.

Jhennifer obteve outra marca importante durante a turnê pela Europa, quebrando o recorde sul-americano dos 100 metros peito feminino, que durava dez anos. No Troféu Sette Colli, ela alcançou a marca de 1min07s64. A antiga marca era 1min07s67, de Tatiane Sakemi.

 

  • hennifer está muito perto da marca que garante sua vaga na Seleção Brasileira de Natação

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  • Jhennifer está muito perto da marca que garante sua vaga na Seleção Brasileira de Natação

    Jhennifer está muito perto da marca que garante sua vaga na Seleção Brasileira de Natação

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