A Prefeitura de Nova Friburgo efetivou na terça-feira, 30 de maio, a desapropriação do casarão da Vila Amélia. Pela manhã, o prefeito Johnny Maycon visitou o imóvel, acompanhado pelo presidente da Fundação Dom João VI, Luiz Fernando Folly; do secretário municipal de Turismo, Renan Alves, e do subsecretário de Cultura, João Toledo.
“Com a desapropriação, queremos garantir a preservação desse patrimônio, evitando a deterioração e o desaparecimento de sua história. O objetivo é que o espaço seja completamente restaurado e adaptado para, em breve, receber o primeiro museu friburguense”, relatou Johnny Maycon.
O espaço, que durante décadas abrigou a 151ª Delegacia de Polícia Civil de Nova Friburgo, pertencia à Associação Friburguense de Amigos e Pais do Educando (Afape) e estava abandonado há alguns anos.
A criação do museu trará inúmeros benefícios para Nova Friburgo. Além de promover a valorização da memória local, o espaço será mais um importante atrativo turístico do município. A prefeitura, no entanto, não informou o valor que será pago pela desapropriação do casarão.
Imóvel está vazio há quase dez anos
Desde setembro de 2013, com a mudança da 151ªDP, para a Avenida Presidente Costa e Silva, o casarão da Vila Amélia está vazio e se deteriorando. A Afape, sem intenção de utilizar o imóvel para algum fim, vinha tentando nos últimos anos vendê-lo ou alugá-lo para colaborar com o custeio de suas atividades filantrópicas, mas não obteve êxito. Por integrar o patrimônio histórico municipal, há a impossibilidade de demolir o casarão, o que afastou qualquer negociação imobiliária.
O imóvel da antiga chácara da Vila Amélia foi interditado pela Defesa Civil devido ao mau estado de conservação. Em 2012, antes da Secretaria estadual de Segurança Pública transferir a sede da delegacia de Polícia Civil, a Afape protocolou na prefeitura um pedido de autorização para demolir o casarão. Isso porque, na época, recebeu uma proposta que previa a construção do Parque Residencial Vila Amélia. A intenção de uma construtora era erguer blocos de apartamentos ali e a Afape seria beneficiada com dez unidades, o que renderia uma renda fixa à entidade assistencial que poderia alugá-los ou até mesmo vendê-los e aplicar o dinheiro recebido no mercado financeiro, mas o projeto também não se concretizou.
A Afape também ofereceu o casarão a órgãos públicos e empresas, até mesmo de graça, em troca apenas da garantia de manutenção do prédio hoje infestado por cupins, escorpiões e roedores, mas não houve interessados.
Antes de ser condenado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli para servir como delegacia e carceragem, devido às condições insalubres a que eram submetidos os presos e os servidores estaduais que ali trabalhavam, o casarão rendia à Afape R$ 7 mil mensais de aluguel mas, segundo a instituição, há dívidas antigas do governo estadual que ultrapassam R$ 50 mil.
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