Câmara debate nesta sexta doenças raras e melhorias na saúde em Friburgo

Frente parlamentar será instalada para defender pessoas com patologias incomuns; canabidiol será debatido
sexta-feira, 11 de março de 2022
por Jornal A Voz da Serra
Ao participar da sessão, a AbraRio vai defender uma lei que facilite a distribuição de  canabidiol
Ao participar da sessão, a AbraRio vai defender uma lei que facilite a distribuição de canabidiol

A Câmara Municipal de Nova Friburgo realiza nesta sexta-feira, 11, às 18h, uma sessão para discutir melhorias no acesso aos serviços de saúde e informação às pessoas com doenças raras. A proposta é do vereador José Roberto Pacheco Folly (PSC), e, na ocasião, será instalada uma Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Doenças Raras. Para ampliar o debate, o vereador convidou o deputado estadual Bruno Dauaire (PSC), autor de leis em benefício da causa. O parlamentar tem atuado para que municípios do interior melhorem o atendimento a cidadãos portadores de patologias incomuns.

"Temos mais de um milhão de pessoas no Rio de Janeiro que foram diagnosticadas com algum tipo de doença rara. Como muitas deficiências não são visíveis, temos que ampliar o debate e lutar por melhorias para que esses cidadãos tenham acesso a direitos e mais qualidade de vida", afirma Bruno Dauaire.

Segundo Folly, a ideia é criar, em Nova Friburgo, mais mecanismos de assistência aos moradores que sofrem com tais patologias. "Vamos discutir ações necessárias para reduzir a mortalidade e as manifestações secundárias, por meio de ações de promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados paliativos", disse Folly.

Também vão participar da sessão representantes de diversas síndromes raras, como a Associação Brasileira Addsoniana, a Associação Brasileira de Narcolepsia e Hipersônia Idiopática. A Associação Brasileira de Acesso à Cannabis Medicinal do Estado do Rio de Janeiro (AbraRio) também estará presente para discutir os benefícios da cannabis medicinal (canabidiol) em pacientes que sofrem de diversas doenças e que precisam do tratamento alternativo. 

Ao participar da sessão, a AbraRio pretende disseminar o assunto no município e estimular a aprovação de uma lei municipal que permita a distribuição pelo município de cannabis medicinal para tratamento de doenças como a epilepsia. Projeto de lei semelhante já foi aprovado na Câmara de Niterói, cidade sede da associação. 

Fundada e presidida pela niteroienses Marilene da Silva Lima de Oliveira, a AbraRio reúne centenas de famílias e entrou com uma ação na Justiça Federal para que possa cultivar a maconha e fazer o extrato do medicamento para uso dos pacientes. Marilene tem autorização individual para plantar e fazer o óleo para o filho Lucas, de 20 anos, que sofre da síndrome de Rasmussen. 

A AbraRio é uma associação sem fins lucrativos originária do Rio de Janeiro  compromissada com as necessidades de pessoas que utilizam cannabis como tratamento terapêutico para diversas condições de saúde. A missão da associação é auxiliar pessoas que necessitam de cannabis, ou derivados da mesma, no tratamento de patologias, seja por meio de informação, assessoria ou acesso direto.

O canabidiol

O canabidiol ou CBD é uma substância química presente na “cannabis sativa”, conhecida como maconha. Diferente do que prega quem desconhece a substância, o canabidiol não possui THC, substância alucinógena presente nos cigarros feitos da planta. Com isso, seu uso não apresenta efeitos colaterais.

Ele é utilizado e eficaz no tratamento de doenças e sintomas, como dores crônicas, epilepsia, náuseas, vômitos e espasticidade (alterações no tônus muscular), por exemplo, além de proporcionar diversos outros benefícios aos seus consumidores.

O cérebro humano possui um sistema capaz de interagir com os componentes da maconha, conhecido como sistema endocanabinoide, que atua na regulação do sono, dor, humor, apetite e processos físicos e cognitivos. Então, é fundamental saber que o seu corpo tem receptores específicos para se conectar com o canabidiol, favorecendo o efeito positivo desse químico no seu organismo.

Apesar do uso da maconha ser proibido no Brasil, devido recomendação da OMS, os óleos concentrados de canabidiol com menos de 0,2% de THC não são mais controlados pelas Convenções Internacionais de Controle de Drogas. Além disso, o CBD já é classificado como “substância controlada”. Ou seja, é possível  importá-lo com a autorização da Anvisa e receita assinada por um médico.

Assim, para fazer uso do canabidiol é fundamental conhecer seus principais benefícios. Confira: 

Saúde mental — O óleo de canabidiol é eficaz no alívio e na diminuição do estresse e ansiedade, além de outras questões de saúde mental. Isso acontece, principalmente, porque essa substância tem a mesma atuação de antidepressivos e ansiolíticos, por exemplo, mas com menos efeitos colaterais.

Dependência química — O CBD é um grande aliado no combate à dependência de drogas, como a heroína. Ele não acaba com a doença em si, mas ajuda na diminuição do desejo do consumo de drogas ilícitas.

Dor — Tanto o gel quanto o óleo de CBD são capazes de minimizar as dores e inflamações nas articulações. Além disso, esse tipo de produto também pode ser usado no alívio de dores crônicas, dores provenientes de cânceres e convulsões epiléticas.

Qualidade do sono — O canabidiol pode gerar uma leve sonolência. Dessa maneira, essa substância pode ajudar no combate à ansiedade, estresse e insônia, por exemplo. Assim, o CBD é capaz de aumentar a quantidade de horas dormidas por noite, além de melhorar a qualidade do sono.

Algumas doenças tratadas com canabidiol

Esquizofrenia — Ao contrário do que acontece com o TCH, o CBD tende a reduzir as chances de desenvolvimento de esquizofrenia, além de diminuir os seus sintomas. Além disso, ele costuma acarretar menos efeitos colaterais do que o antipsicótico amissulprida, por exemplo.

Doença de Crohn — Por ter uma ação anti-inflamatória, o canabidiol é capaz de diminuir as inflamações do intestino, que é uma das principais características da Doença de Crohn. Dessa maneira, pacientes nessa condição podem se beneficiar do uso dessa alternativa natural.

Mal de Parkinson — O CBD também possui ação neuroprotetora, sendo uma ótima opção para tratamentos de doenças neurodegenerativas, como o Mal de Parkinson, por exemplo.

Enxaqueca — Por ativar receptores do sistema endocanabinoide do organismo humano, o CDB consegue diminuir, e até impedir, a ocorrência de inflamações que podem acabar ocasionando uma enxaqueca.

Epilepsia — Com o uso do CBD a frequência e a intensidade das convulsões epiléticas tendem a diminuir. Assim, essa substância tem sido bastante buscada por profissionais da saúde como tratamento alternativo à doença, em especial nas crianças.

Fibromialgia — A fibromialgia costuma causar dores dos tecidos fibrosos, sendo frequentemente tratada com anti-inflamatórios, opióides e corticoides. Porém, estes podem apresentar muitos efeitos colaterais, como o aumento de peso, problemas de visão e dependência química, por exemplo. Assim, o CDB tem sido utilizado para a diminuição de dor, apresentando um resultado mais rápido e eficaz que o tratamento tradicional.

 

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TAGS: saúde | Governo