De acordo com projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de café do Brasil em 2025 deve atingir 51,8 milhões de sacas de 60 quilos, uma queda de 4,4%. A menor oferta está relacionada às condições adversas, como restrição hídrica e temperaturas elevadas durante a floração. O resultado disso, o consumidor já sente: o preço do café disparou. Nos supermercados de Nova Friburgo, o pacote de 500 gramas de café pulou para R$ 29,90 e há marcas que já custam até R$ 34,90.
Em 29 de janeiro, por exemplo, o café arábica alcançou seu maior valor nominal em quase cinco décadas,sendo cotado a US$ 3,6655 libra-peso no ICE, principal referência mundial. Esse valor é mais que o dobro registrado em outubro de 2023, quando o preço era de US$ 1,6935.
No Brasil, o efeito também foi significativo, com a elevação do preço ao consumidor final em cerca de 40% em 2024. Em janeiro, o quilo do café torrado e moído custava R$ 29,62, enquanto em dezembro esse valor chegou a R$42,65.
Porque o café está mais caro
O preço do café disparou nos últimos anos por conta de uma série de fatores, mas principalmente, por causa de mudanças climáticas, que ocasionaram seca e calor extremo, além da geada em outras ocasiões. Por ser uma planta sensível, o calor e a seca geram um estresse para ela, que acaba abortando os frutos para sobreviver. Para piorar, o cenário climático não tende a melhorar este ano, o que continuará contribuindo para uma queda na produção do café.
Outro fator muito importante é que, mesmo com o aumento do preço, o consumo do café continua crescendo tanto no Brasil, quanto no mundo. Por conta da lei de oferta e procura, o preço aumenta para tentar equilibrar o mercado. Como o consumo em outros países também aumentou, a exportação é priorizada porque gera um lucro maior, o que acaba afetando o preço interno também. Entre janeiro e outubro de 2024, o consumo cresceu 0,78%, apontam dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
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