Cadima Colônias: Evento em homenagem aos colonizadores está de volta

Cultura e tradições dos povos formadores farão parte da programação
quarta-feira, 20 de julho de 2022
por Jornal A Voz da Serra
Cadima Colônias: Evento em homenagem aos colonizadores está de volta

Um dos eventos mais tradicionais de Nova Friburgo está de volta. Após dois anos de pandemia, o Cadima Shopping realiza a partir de hoje, 21, o Cadima Colônias. O evento vai até o próximo dia 31, nas praças Cadima e de alimentação, do shopping, e celebra as tradições friburguenses resgatando a gastronomia, arte e tradições dos povos formadores da cidade. 

As colônias da Suíça, Alemanha, Áustria, Espanha, Itália, Japão, Líbano, Portugal e a Pan-africana farão apresentações especiais de seus folclores e tradições. A programação contempla apresentações de dança típica, musicais, exposições, além de pratos da gastronomia dos nossos colonizadores.  

O maior objetivo do evento é resgatar a história da colonização de Nova Friburgo, trazendo para as novas gerações a riqueza cultural dos povos que deram origem à Nova Friburgo. O evento é gratuito.

Programação

Quinta-feira, 21

19h: abertura com representantes das colônias em trajes típicos e bandeiras; Grupo Swissando; 19h30: dança típica e escola de música Inside Out; 20h: dança do ventre e folclórica; 20h30: dança do ventre. 

Sexta-feira, 22

17h: oficina de origami; 18h: música típica (sanfoneiro); 19h: música com Agni, Abdré e Thiago Vidal e música típica (sanfoneiro); 20h: ritmo total / bailado nobre e música típica. 

Sábado, 23

16h: dança afro; 17h: tayko (tambores); 18h: dança do ventre; 19h: música com Stella Alves e dança do ventre; 20h: música típica. 

Domingo, 24

16h: oficina de arte; 17h: oficina de dança; 18h: capoeira com Mestre Caroço; 19h: dança cigana e espanhola e música típica (sanfoneiro); 20h: dança cigana e espanhola. 

Quinta-feira, 28

17h: oficina de pintura Bauer; 18h: música típica (sanfoneiro); 19h:  músicas típicas com Inside Out e Edgard Sanfoneiro; 20h: música típica com Yann Almeida. 

Sexta-feira, 29

17h: oficina de origami; 18h: dança típica (odori); 19h: dança cigana e espanhola; 19h30: dança do ventre, cigana e espanhola; 20h: dança do ventre. 

Sábado, 30

15h: dança afro e oficina de trança; 16h: oficina de dança afro; 16h30: oficina dança do ventre; 16h45: grupo Swissando (dança típica); 17h: Grupo Swissando; 17h30: dança típica (odori); 18h: coral Acrópoles; 19h: dança típica e dança do ventre; 20h: dança do ventre e música típica (sanfoneiro). 

Domingo ,31

17h: capoeira com Mestre Cobaia; 18h: dança de salão e música típica com Edgar sanfoneiro; 19h: música típica com Edgar sanfoneiro e dança de salão. 

Uma cidade, vários povos

Em Nova Friburgo, mais do que em outras cidades, a bandeira do Brasil tremula ao lado de muitas outras, já que temos por aqui dez colônias que integram a formação do povo friburguense.

O município, além de ser o único fundado a partir de um decreto real de D. João VI, em 16 de maio de 1818, também foi o único criado e planejado para depois receber os seus primeiros habitantes, os colonos suíços, vindos em sua maioria do Cantão de Fribourg. Em seguida, vieram os alemães a partir de 1824, consolidando definitivamente a nova vila.

Depois chegaram a Nova Friburgo imigrantes de Portugal, África, Itália, Líbano, Japão, Espanha, Áustria e Hungria. Com dez povos formadores, a cidade é a única do país com tamanho “intercâmbio” cultural e histórico.

Suíça: O primeiro grupo de famílias suíças chegou no dia 16 de novembro de 1819. Em 1820, só 600 ficaram em Nova Friburgo. Os demais ocuparam as cidades vizinhas de Bom Jardim, Duas Barras, Cordeiro, Cantagalo, entre outras. Tinham como missão ocupar a região e formar uma cidade, então, eram de diversas profissões, como lavradores, ferreiros, construtores, marceneiros e queijeiros.

Alemanha: Em maio de 1823, foi assinado um contrato em Frankfurt, para a vinda ao Brasil de 700 soldados e 326 colonos alemães. Os soldados foram para o Exército Brasileiro reforçar as fronteiras. Os outros vieram para trabalhar na lavoura, como ourives e em diversas outras atividades. As famílias alemãs seriam instaladas em Viçosa, no Sul do Estado da Bahia. Foram direcionados para a serra fluminense por conta da desistência dos suíços. Chegaram no Rio de Janeiro e na Vila de Nova Friburgo em 1824. Foi a primeira colônia alemã no Brasil e também a primeira comunidade luterana da América Latina.

Pan Africana: A vinda dos africanos, não só para Nova Friburgo, mas para o Brasil, não foi da mesma forma da chegada dos demais povos. Eles foram trazidos na situação de povos escravizados e não vieram por vontade própria ou para fugir de guerras ou fome. Não há números exatos dos africanos trazidos para Nova Friburgo, muitos morriam nas viagens de navio pelas péssimas condições e outros se jogavam ao mar preferindo a morte à vida que já levavam na viagem. 

Espanha: Os primeiros espanhóis vieram para Nova Friburgo por volta de 1880. Não se pode precisar a quantidade, pois eles vieram durante décadas seguidas e fundaram as olarias, que garantiram a fabricação da matéria prima básica para o desenvolvimento da construção civil na cidade. 

Líbano: A primeira vinda dos imigrantes libaneses a Nova Friburgo aconteceu por volta de 1890. Não há números dos primeiros imigrantes. Eles iniciaram suas atividades comerciais como mascates (vendedores de porta em porta).  Os libaneses se organizaram, tornaram-se comerciantes e foram responsáveis pela grande maioria dos empresários da Avenida Alberto Braune por décadas. 

Portugal: A criação de Nova Friburgo está intimamente ligada a Portugal, já que a partir do decreto de Dom João VI que a cidade nasceu e foi colonizada. D. João VI tinha o objetivo de desenvolver a agricultura e intensificar a colonização no interior do Brasil. Além disso, o cultivo do café foi a primeira atividade econômica de Nova Friburgo que se desenvolveu a partir de Cantagalo. 

Itália: A grande imigração de italianos para o Brasil iniciou ainda no século 19, em uma estratégia de substituição da mão de obra escrava nas fazendas de café com a mão de obra de italianos. Além disso, havia muitas regiões empobrecidas e com excesso de mão de obra. Em nossa região, os italianos se distribuíram pelas fazendas de café do interior.

Japão: Os primeiros imigrantes japoneses chegaram a Nova Friburgo na década de 1920. Vieram basicamente para trabalhar na agricultura. A cultura do caqui foi o primeiro legado, na linha do agronegócio. Os japoneses vieram primeiramente para o setor agrícola e aos poucos foram migrando para diversas atividades econômicas. 

Áustria e Hungria: Toda esta imigração de europeus e asiáticos acabou atraindo um pequeno grupo de húngaros e austríacos para Nova Friburgo que se dedicaram a hotelaria e fazem questão de trazer sempre a memória de seus antepassados.

 

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