O grafite é uma expressão artística materializada em muros e paredes de espaços públicos (com tinta em spray), a partir da realidade da periferia urbana, com ênfase nas críticas sociais. Teve início nas periferias de Nova York, na década de 70, com os jovens manifestando suas lutas por meio do grafite. Assim surgiu e foi impulsionada a arte de rua.
Os grafiteiros expressam questões diversas que atravessam a realidade social, propondo críticas e reflexões por meio das formas, cores e traços nos muros. Junto a outras expressões artísticas, o grafite faz parte da cultura popular do hip hop, que traduz as vivências da rua por meio da arte. Nas periferias de Nova York, há 50 anos, o grafite surgiu em meio ao movimento da contracultura como crítica aos padrões impostos do “fazer arte”:
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A arte do grafite se junta às danças urbanas e ao rap e compõem a cultura do hip hop;
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O americano Jean Michel-Basquiat se tornou um dos principais nomes do grafite no mundo;
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No Brasil, Alex Vallauri enfrentou os desafios de fazer arte em meio à censura da ditadura militar;
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Atualmente, Eduardo Kobra, os Gêmeos e Cranio são artistas do grafite brasileiro de destaque internacional.
Origem da palavra
A palavra grafite vem do italiano graffito, que quer dizer em latim e italiano “escritas feitas com carvão” ou “escritas em paredes”. No idioma grego, a palavra vem de graphéin, que significa “escrever”.
O grafite remonta à pré-história e às manifestações dos romanos antigos feitas nas paredes como forma de protesto. Com a evolução das técnicas de pintura na Idade Média, as igrejas passaram a usar essas práticas em afrescos, uma técnica de pintura feita nas paredes e no teto das igrejas. No século XX, a arte mural obteve reconhecimento, por meio de nomes como Picasso e Miró, que fortaleceram a expressão cubista.
O início e a expansão dessa arte são explicados por alguns como advinda dos movimentos contraculturais de estudantes parisienses em maio de 1968, pois esses jovens realizaram protestos políticos por meio de pinturas em muros.
Mas foi nos Estados Unidos, nas periferias de Nova York, que o grafite ganhou propulsão para ocupar ruas e becos de todo o mundo. Na década de 70, em meio à negligência, falta de planejamento urbano e expansão da criminalidade, jovens de bairros da periferia nova-iorquina passam a difundir uma nova linguagem artística.
Dessa forma, a arte do grafite, desde seu surgimento, se deparou com a necessidade de transgredir um sistema opressor. Trata-se, portanto, de um movimento contra a cultura dominante nas cidades. Não é possível identificar com precisão quem foram os pioneiros do grafite nos EUA, devido aos sentidos de marginalidade que caracterizam essa arte desde seu início.
Artistas mundiais
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Jean Michel-Basquiat: o artista nova-iorquino começou suas produções com inscrições feitas em edifícios abandonados de Manhattan e se tornou destaque na arte contemporânea pelo mundo.
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Bansky: com uma estética única, o artista inglês é considerado como um dos mais famosos grafiteiros no mundo. Suas obras são feitas pela técnica do estêncil, caracterizada pelo desenho feito inicialmente em um suporte, como o papelão, e posteriormente colado à parede.
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Edgar Müller: o artista alemão ficou conhecido por seus desenhos tridimensionais impressionantes, marcados pelos efeitos de ótica e qualidade artística.
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Grafite e pichação
Por apresentarem algumas características em comum, o grafite é facilmente confundido com a pichação. Entretanto, a pichação é caracterizada pela escrita em locais públicos sem autorização, muitas vezes com o objetivo de insultar alguém ou protestar contra algo. O grafite se refere a uma manifestação artística, que envolve um processo de criação feito com autorização. Já a pichação é uma intervenção agressiva associada a atos de vandalismo.
(Fonte: brasilescola.uol.com.br)
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