Os friburguenses que saíram de casa nesta sexta-feira, 27, para aproveitar as promoções da tão famosa e esperada Black Friday, a campanha coletiva de descontos no comércio e que acontece sempre na quarta sexta-feira de novembro, tiveram que ter paciência para ir às compras. Por causa do maior movimento de clientes, as lojas tiveram que restringir o acesso para evitar aglomerações e o jeito foi fazer fila nas calçadas. Para entrar nos estabelecimentos foi preciso também cumprir as normas sanitárias para evitar o contágio pela Covid-19. Foi necessário aferir a temperatura corporal, usar máscaras e higienizar as mãos álcool em gel nas mãos.
A equipe de A VOZ DA SERRA percorreu algumas lojas do Centro e constatou que pela manhã, o movimento nas lojas do centro comercial da Avenida Alberto Braune foi mais calmo, o que não se repetiu à tarde. Também foi observado entre os entrevistados que o produto mais procurado nesta Black Friday mais uma vez foi a TV. A manicure Simone Garcia conta que acompanhou o preço do modelo da televisão que queria comprar por uns quatro meses antes da Black Friday e constatou que realmente o preço ficou mais convidativo nesta sexta-feira. “Estava querendo trocar minha TV desde o início deste ano, mas aí, veio a pandemia e acabei protelando a minha compra - mas continuei de olho nos preços, tanto nas lojas aqui da cidade como na internet, e decidi comprar hoje (sexta-feira, 27), já que o preço realmente diminuiu”, disse.
Intenção de compras
O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), José César da Costa, destacou que apesar da Black Friday 2020 ter acontecido em um cenário adverso, o consumidor permanece atento às promoções. “A Black Friday é uma boa oportunidade para a população aproveitar as ofertas e garantir os presentes de fim de ano num período tão difícil para a economia”, afirmou Costa.
Segundo uma pesquisa da CNDL, 61% dos entrevistados afirmaram que deixaram para fazer as compras de fim de ano na Black Friday, o que aferiu à campanha de descontos um crescimento de 24% em relação ao ano passado. Entre os que vão optaram por aproveitar a sexta-feira de descontos, 63% justificaram dizendo que este é um momento oportuno para comprar produtos que estão precisando com preços mais baixos. Um terço dos consumidores disseram que pretendiam adquirir mais produtos do que em 2019 (34%), 29% optaram comprar um número menor de itens e 23% a mesma quantidade.
Segundo o site Reclame Aqui, para a maioria (35,24%) a Black Friday é uma boa oportunidade para comprar roupas e calçados, enquanto 21,56% pretendem ir atrás de eletrodomésticos. Já os smartphones com 21,49%.
Produtos de decoração e itens para casa entram na lista 20,80%. Já as TVs aparecem logo em seguida, com 20,73%, móveis (18,63%), produtos de beleza (18,21%), tênis (17,66%) e eletrônicos em geral (17,24%).
Facilidade nas compras
Algumas lojas oferecem condições de parcelamento em até 30 vezes para pagar alguns produtos, como TVs e demais eletroeletrônicos. O que atrai - e muito - o consumidor na hora de fechar a compra. As melhores condições são aquelas vinculadas aos cartões das próprias lojas que fidelizam os clientes. Os consumidores, porém, precisam ficar atentos às condições propostas pelas lojas, pois, em sua maioria, elas não são iguais para todos os produtos.
O friburguense Antônio Machado, relatou que esses dois fatores (preço mais baixo e facilidade no parcelamento) foram essenciais na hora de fechar a compra. “Andei pesquisando muito os preços para comprar uma TV nova para minha casa. O preço realmente compensa mas se a loja não parcelasse nesse número de vezes, eu não teria condição de levar o produto, já que tenho outros gastos mensais”, esclarece o aposentado.
Direitos do consumidor
A advogada especializada em direito do consumidor, Flávia Presgrave Bruzdzensky, em uma entrevista ao site JC, rebateu a ideia que alguns consumidores têm de que produtos oferecidos na Black Friday não tem a mesma garantia de quando são vendidos fora de promoção. “A garantia é a mesma. O que acontece no Brasil é que alguns fornecedores dizem que não podem fazer a troca de produtos em promoção. Mas, claro, se a mercadoria vier com defeito, com peças faltando, ele pode ser sim substituído por outro ou ter o valor de compra devolvido”, sustenta.
Flavia menciona ainda o “direito de arrependimento” para compras feitas pela internet. “Para uma compra feita sem visualização da mercadoria, o consumidor pode desistir em até sete dias depois do produto recebido, e pedir ressarcimento”. Flávia Presgrave aconselha ainda que, em caso de problemas, o comprador deve buscar inicialmente a solução administrativa, tentar resolver com a própria loja ou plataforma de vendas online, antes de partir para a judicialização.
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