Nesta segunda-feira, 26, festeja-se o Dia da Cultura Friburguense. A data foi instituída pela lei municipal 3.244/2003, de autoria do então vereador Jorge de Carvalho e refere-se à fundação, em 1863, da Sociedade Musical Beneficente Real Banda Euterpe Friburguense. A tradicional agremiação musical é uma das mais antigas bandas de músicas civis do Brasil em atividade ininterrupta, e celebra, nesta ocasião, 161 anos.
Para marcar a data, nesta segunda-feira, a partir das 19h30, a banda promoverá um desfile especial com seus músicos e diretoria na Avenida Euterpe Friburguense, em frente à sua sede. A apresentação terá a regência do seu maestro titular, Nelson José da Silva Neto. Logo em seguida, será promovida solenidade, na sede, para a posse da nova diretoria, eleita em novembro passado, para o biênio 2024-2025. Sucedendo ao advogado Paulo Benitez da Silva, assumirá a presidência José Nilson da Silva, o Nilsinho.
Mais atividades
Ainda integrando as comemorações pelos seus 161 anos, estão programados outros compromissos da banda Euterpe: na próxima quinta-feira, 29, um concerto na solenidade de reinauguração do Teatro Municipal Laercio Ventura, na Praça do Suspiro, apresentação conjunta à peça teatral “A Promessa”, da Companhia de Arte Jane Ayrão. O espetáculo revive a saga do maestro português Samuel Antônio dos Santos, fundador da Euterpe. Já em março, a Euterpe Friburguense participará de mais uma edição do programa cultural “Banda na Praça” em local ainda a ser definido.
Uma história de fé
A banda Euterpe foi fundada pelo maestro lisboeta, como a primeira promessa ao seu santo de devoção; a segunda foi a inauguração, em 1884, da capela de Santo Antônio, na Praça do Suspiro, uma história que mescla história e fé. Em 1858, durante uma travessia marítima entre Lisboa-Buenos Aires, por pouco uma tempestade não virou a embarcação com seus tripulantes, que acabaram desviados para a costa brasileira. Devoto de Santo Antônio, o maestro prometeu que, se conseguisse se salvar, logo no primeiro porto pediria baixa na Marinha, e na cidade que se fixasse criaria uma banda com uma escola para ensinar música e, ainda, ergueria um templo em louvor ao santo casamenteiro.
No Rio de Janeiro, cumpriu o prometido e ao conhecer o coronel Galeano das Neves, então presidente da Câmara da Vila de Nova Friburgo, soube que o Colégio Freeze estava precisando de professor de música. Fixando-se, então, em Nova Friburgo, cumpriu a promessa feita em alto mar. Com importantes apoios, entre os quais do comerciante português Antônio Clemente Pinto, o barão de Nova Friburgo, inclusive, seu filho, Bernardo Clemente, conde de Nova Friburgo, foi o primeiro presidente da banda.
Samuel fundou a Euterpe, sendo seu regente por 22 anos. A segunda promessa, de construir o templo, se concretizou 21 anos após a fundação da banda, Em 13 de junho de 1884, durante uma das festas em louvor a Santo Antônio, inaugurou-se a capela na atual Praça do Suspiro
Formando músicos e cidadãos melhores
Atualmente, a banda Euterpe Friburguense desempenha um indispensável trabalho de inclusão sócio-educativa e cultural, dando oportunidade a jovens estudantes na profissionalização, através da música. As aulas de teoria e iniciação musical, em instrumentos de sopro (metais e palhetas) e percussão, são gratuitas e oferecidas pela Escola de Música Samuel Antônio dos Santos, em homenagem ao fundador, mantém até hoje os ideais do primeiro curso profissionalizante do município, num trabalho de formar novos músicos, mas também de preparar melhores cidadãos para a sociedade.
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