Associação húngara de Nova Friburgo recebe visita de pesquisadoras

No encontro foram apresentados projetos para a difusão da cultura do país na cidade e anunciada a inauguração do Espaço Cultural Paulo Rónai
sábado, 25 de janeiro de 2020
por Lyvia Stael (lyvia@avozdaserra.com.br)
O grupo em Friburgo
O grupo em Friburgo

 

Na última quarta-feira, 21, os representantes da Associação Húngara de Nova Friburgo, o vereadore Professor Pierre e o presidente da Câmara Municipal, Alexandre Cruz, receberam na sede do Poder Legislativo as visitas da húngara Timea Thomazy, antropóloga cultural e doutoranda em Multilinguismo, e da pesquisadora Adriana Silva, doutora em Educação.

As pesquisadoras apresentaram alguns projetos e Nova Friburgo poderá se inscrever para receber incentivos para a difusão da cultura húngara na cidade, especialmente voltados para a área de educação profissionalizante ou empreendedora que serviriam a toda comunidade friburguense, não somente aos descendentes, que promovam a inclusão social, através da culinária, artesanato ou linguagem.

A presidente da Associação Húngara de Nova Friburgo, Eva Bitó, informou às pesquisadoras que Nova Friburgo possui a Casa Húngara, na Praça das Colônias, no Suspiro. Segundo Eva, o espaço poderá abrigar cursos para o ensino da culinária, bordados e música relacionados à cultura do país europeu. A presidente adiantou ainda, que no mês de abril, a cidade irá receber uma exposição sobre os apreciados doces húngaros.

A antropóloga Timea Thomazy informou sobre as possibilidades de comunidades húngaras se inscreverem em programas e receberem apoio do governo húngaro para vários projetos de intercâmbio cultural, com estudo de línguas e dança. No encontro, o vereador Pierre noticiou que será inaugurado em breve o Espaço Cultural Paulo Rónai, um complexo de várias escolas do município, que homenageará o ilustre escritor e professor húngaro, que veio viver no Brasil e morou em Friburgo por alguns anos.

Quem foi Paulo Rónai

Paulo Rónai nasceu em Budapeste, Hungria, em abril de 1907 e morreu em Nova Friburgo, em dezembro de 1992. Ensaísta, tradutor, linguista e professor foi filho de um livreiro e, aos 19 anos, já traduzia poetas latinos para revistas. Em 1929, terminou o doutorado e começou a publicar textos de crítica literária. Lançou, em 1939, uma coletânea de poetas brasileiros, traduzidos por ele mesmo. No mesmo ano, entretanto, por ter ascendência judaica, foi enviado a um campo de trabalho forçado. Em 1941, através de contatos com intelectuais brasileiros, conseguiu refúgio no Rio de Janeiro.

No Brasil, casou-se com Nora Tausz, com quem teve duas filhas, Cora e Laura. Aqui, passou a escrever textos para periódicos cariocas, além de lecionar latim e francês e se empenhar em trabalhos de tradução. Recebeu diversas condecorações dos governos brasileiro, italiano, francês e húngaro. Dentre elas, premiações da Academia Brasileira de Letras, Ordem do Rio Branco, do governo brasileiro, e Ordem da Estrela com Coroa de Ouro, do governo húngaro.

Rónai se mudou para Nova Friburgo em 1977, onde viveu no sítio Pois É até sua morte. O corpo do professor húngaro foi velado na Academia Friburguense de Letras e está enterrado no Cemitério Evangélico Luterano Jardim da Paz.

 

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