O trecho da antiga linha férrea de Nova Friburgo, entre a fábrica Ypu e o bairro Ponte da Saudade, costuma ser bastante utilizado por aqueles que gostam de fazer caminhadas em meio à natureza, correr ou pedalar, em meio à natureza, mas ultimamente essa opção está comprometida, pois a via tornou-se um vazadouro de lixo e entulhos de obras. A Prefeitura de Nova Friburgo tenta inibir essa prática errônea de parte da população instalando placas com avisos de alerta sobre a proibição do despejo de dejetos, principalmente nos trechos que margeiam o Rio Santo Antônio, mas o apelo tem sido em vão. Até móveis velhos e despedaçados são descartados ao longo da via.
Quem costuma utilizar o trecho da antiga linha do trem para caminhar pelas manhãs admite que a prática já começa a ser evitada por outros caminhantes e desportistas. “Teve um dia que durante uma caminhada com amigos cruzamos com ratazanas próximo aos amontoados de lixo e de entulhos. Isso inibe outras pessoas de praticarem esportes aqui e alguns amigos preferem agora ir até Olaria para caminhar na Via Expressa. O ambiente aqui está ruim”, observa Cínthia Barroso.
Um ciclista que costuma pedalar sempre pela antiga linha férrea e entrou em contato recentemente com a redação de A VOZ DA SERRA contou que já flagrou veículos descartando dejetos às margens da via em plena luz do dia. “Não querem arcar com o custo de caçambas para entulhos de obras e preferem trazer de carro, aos poucos, para jogar tudo aqui. As autoridades tinham que punir essas pessoas”, sugere ele.
A má conservação do trecho é outro problema enfrentado pelos motoristas que utilizam a antiga linha férrea. Ela é uma boa alternativa ao tráfego de veículos da RJ-116, quando há alguma interrupção na rodovia, como ocorreu semana passada com a queda de árvores nas pistas. Durante as cerca de cinco horas de interdição da rodovia, a antiga linha férrea foi a opção para os motoristas, já que ela tem duplo sentido de direção, mas a enorme quantidade de buracos no trecho sem pavimentação, entre os bairros Ypu e Ponte da Saudade é mais um agravante na via que hoje é o retrato do abandono.
À noite, a pouca iluminação favorece atos ilícitos no trecho. “Antes eu saía do trabalho no fim da tarde e vinha pedalar na antiga linha do trem. Costumava ir até Mury, mas presenciei dois assaltos a pedestres e hoje não faço mais isso. Ainda mais, porque raramente vejo algum policiamento por aqui”, disse outro leitor que contactou o jornal na última semana.
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