Alimentos. Estado do Rio tem a cesta básica mais cara do Brasil

Compra de itens consome quase R$ 1 mil dos fluminenses
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
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Os consumidores do Estado do Rio de Janeiro, pagaram o valor mais alto de todo o país pelos itens básicos de alimentação em dezembro de 2024. E continuam se assustando ao passar as compras pelos caixas dos supermercados. A constatação é de um levantamento da empresa de inteligência de mercado Horus em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o estudo, o valor da cesta básica para os fluminenses, no mês passado, ficou em R$ 946. Em janeiro de 2023, o total era R$ 874, uma alta acumulada no ano de 8,2%. Em comparação a Salvador-BA, que tem a cesta básica mais barata do Brasil entre as capitais, de acordo com a pesquisa, (R$ 690), a diferença para o Rio é de R$ 256.

"Isso significa um valor de 34% acima das demais capitais e esse custo mais elevado pode ser explicado pela alíquota de ICMS e de frete", explica Roberta Atherino, diretora de produtos da Horus. Dos 18 produtos da cesta básica, um deles, subiu, pelo quarto mês seguido: o arroz, com alta de 2,9%. Hoje, o produto é encontrado em Nova Friburgo entre R$ 23,99 e R$ 36,49, em média, o pacote de cinco quilos. Mas a maior reclamação dos clientes, porém, é sobre os legumes (alta de 10,2%) e as frutas (alta de 7,2%). A banana chegou a R$ 12 o quilo e a batata inglesa, que chegou a custar até R$ 9,99, o quilo.

O feijão (teve alta de 4,6%), e o óleo de soja (alta de 3,6%) também estão mais caros. Nem o ovo escapou da alta (alta de 2,0%). No açougue, o jeito é substituir. Enquanto o preço da carne aumentou (+4,1%), o frango (-0,8%) e o porco (-5,4%) estão mais baratos.

A alta de preços provoca reclamações dos consumidores nas filas dos caixas dos supermercados. "Está cada dia mais difícil, para todo mundo”, diz uma dona de casa que admite ter substituído vários itens na hora das compras. 

Em Nova Friburgo, os alimentos que lideram a lista de reclamações dos consumidores são o óleo de soja, cujo preço varia hoje nos supermercados de Nova Friburgo entre R$ 7,47 e R$ 8,99, a garrafa pet de 900 ml, em média; o café em pó ou em grãos (15,8%), hoje entre R$ 21,90 e R$ 32,40 (pacote com 500 gramas) e a carne bovina. O quilo da alcatra pulou para R$ 34 a R$ 43, em média, nos açougues de Nova Friburgo, enquanto o acém (carne de 2ª) que antes custava a partir de R$ 21,90, hoje não sai por menos de R$ 29,99 em promoções. Em contrapartida, alguns produtos registraram queda nos preços. Os legumes e o leite UHT caíram 2,6% e 7,1%, respectivamente, no Rio, e a farinha de mandioca 5,9%. Hoje, a caixinha de leite longa vida, por exemplo, pode ser encontrada nos supermercados de Nova Friburgo entre R$ 3,99 e R$ 6,49.  

(Foto: Freepik)

Em 2025

O aumento do preço dos alimentos no Estado do Rio e em vários outros estados deixou o prato feito do brasileiro mais caro e continua a pressionar a inflação do país em janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, divulgado na última sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Afetados pelo calor e pela seca, segundo especialistas, os alimentos e bebidas registraram alta de 7,69% em 2024 - acima da inflação geral, que ficou em 4,83%, segundo o IBGE.

A prévia da inflação de janeiro mostrou um avanço de 1,06% do preço dos alimentos e bebidas no mês e contribuiu para que o índice geral registrasse alta de 0,11%. Alimentos como as carnes (1,93%), frango (1,99%) e alface (1,15%) seguiram o viés de alta que apresentaram em 2024. Além disso, cebola (4,78%) e tomate (17,12%) tiveram aumento de preço no mês após registrarem quedas expressivas. Hoje, em Friburgo, a cebola varia entre R$ 2,99 e R$ 5,99, o quilo, enquanto o tomate vai de R$ 3,99 a R$ 9,99, o quilo.  

(Foto: Freepik)

O Brasil registrou o ano mais quente da história em 2024. Os preços mais altos foram consequência de problemas na produção que foram motivados pelo clima extremo, com muito calor, seca prolongada e enchentes que afetaram o sul do país.

Comida mais barata

A inflação dos alimentos tem sido um tema frequente de debate no Governo Federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou ministros da área, na última sexta-feira, 24, para debater possíveis ações que possam contribuir para a queda nos preços dos alimentos. A orientação foi um dos temas centrais na primeira reunião ministerial do ano.

Essa tentativa do governo surge em resposta à crescente preocupação com a inflação dos produtos alimentícios, que tem impactado significativamente o orçamento das famílias brasileiras. Entre as principais medidas anunciadas, destaca-se a redução das alíquotas de importação para produtos alimentícios que apresentem preços mais baixos no mercado internacional em comparação com o mercado interno.

Análise do cenário atual

A situação atual dos preços dos alimentos no Brasil é resultado de uma complexa interação de fatores internos e externos. O ministro da Casa Civil,  Rui Costa, destacou que a inflação observada em 2024 foi fortemente influenciada por pressões do cenário internacional, especialmente no que diz respeito às commodities agrícolas.

Produtos como café, soja, milho e laranja, cujos preços são determinados no mercado global, têm exercido uma influência significativa sobre o custo da cesta básica brasileira. Essa dinâmica evidencia a vulnerabilidade do mercado interno às flutuações dos preços internacionais, ressaltando a necessidade de medidas que possam mitigar esses impactos sobre o consumidor brasileiro.

Além disso, eventos climáticos adversos têm afetado a produção agrícola tanto no Brasil quanto em outros países produtores, contribuindo para a escassez de alguns produtos e, consequentemente, para a elevação dos preços. Esse cenário é agravado pelo aumento da demanda internacional por produtos brasileiros, como carne e café, o que pressiona ainda mais os preços no mercado doméstico. (Com informações do portal G1) 

*Reportagem da estagiária Laís Lima sob supervisão de Henrique Amorim 

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