Dia Internacional da Igualdade Feminina

Nova Friburgo honra a data com duas mulheres na segurança pública do município
sexta-feira, 22 de agosto de 2025
por Ana Borges
(Foto: Michele Santa Rita e Daniele Farias)
(Foto: Michele Santa Rita e Daniele Farias)
O Dia Internacional da Igualdade Feminina, celebrado em 26 de agosto, em 2025 se dedica à campanha pela igualdade de direitos, oportunidades e empoderamento para todas as mulheres e meninas, em alinhamento com o tema global do Dia Internacional da Mulher, que também é celebrado em 8 de março: "Para todas as mulheres e meninas — Direitos. Igualdade. Empoderamento", de acordo com a ONU Mulheres.

Data comemora a ratificação da 19ª Emenda à Constituição dos EUA (1920), que concedeu o direito ao voto feminino: marco reitera a importância da luta contínua pela igualdade de gênero
Em 2024, as mulheres ocuparam cerca de 32% dos cargos de liderança no Brasil, um avanço ainda muito lento em relação aos anos anteriores. Na alta liderança, esse percentual fica em torno de 17%, com um aumento de 20% para 30% nos cargos de diretoria, mas uma queda de 34% para 20% na vice-presidência. A desigualdade de gênero persiste, com desafios como a falta de acesso a redes de poder e a persistência de estereótipos e assédio.

Em termos globais, os números tampouco mostram um avanço robusto. Em 2015, as posições de liderança ocupadas por mulheres eram 27,5%. No ano passado, a taxa chegou a 30,6%. A pesquisa aponta ainda que mulheres eram 41,9% das forças de trabalho há nove anos, e agora são 43,4%.

Os dados apontam que na média global o crescimento das mulheres nestes cargos desacelerou. Desde 2021, o avanço foi de apenas 0,5 ponto percentual. No Brasil, o crescimento no período foi de 0,1 ponto percentual.

“Ao olharmos para o topo das organizações e analisarmos a presença feminina, vemos que o número de mulheres diminui drasticamente. Essa disparidade é ainda mais acentuada em setores como tecnologia e serviços financeiros, onde a diferença de gênero é mais marcante, com quedas de até 40% e 46%, respectivamente, ao longo da progressão de carreira”, alerta Ana Claudia Plihal, executiva de Soluções para Talentos, do LinkedIn Brasil.

Para ela, mudanças culturais nas empresas e ações diretas “são necessárias para valorizar o trabalho que as mulheres já desempenham dentro das organizações”.

Nova Friburgo tem duas mulheres à frente da Segurança Pública

Em Nova Friburgo, o 11ºBPM tem a primeira mulher no comando: a coronel Daniele Ezequiel Farias da Silva, que tomou posse em cerimônia no Batalhão Tiradentes, na última quinta-feira, 21, com a presença de autoridades militares, civis e convidados e presidida pelo comandante do 7º Comando de Policiamento de Área (CPA), coronel Peixoto. A coronel Daniele sucede o tenente-coronel Sandro Aguiar dos Santos que foi transferido para o Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe), no Rio de Janeiro. 

Desde abril, o 6º Grupamento do Corpo de Bombeiros (GBM) no município também tem uma mulher no comando: a tenente-coronel Michelle Dias Pereira Santa Rita. 

“Numa sociedade onde a presença de mulheres em posição de poder ainda causa estranheza, certamente a nomeação de duas comandantes é emblemático. Representar a força da presença feminina nas estruturas de comando dessas duas corporações é desafiador.

Cabe a nós, conduzirmos nosso trabalho com um equilíbrio entre autoridade e sensibilidade, entre o rigor e o espírito de equipe. Harmonizar esses vetores é o caminho para alcançar o reconhecimento e conquistar o respeito de todos. 

Espero que nosso trabalho sirva de exemplo para futuras gerações, uma inspiração para as mulheres, do quão forte e bem sucedidas elas podem se tornar!

Desejo que a nossa presença nas estruturas de comando seja cada vez mais normalizada, indicando os sinais de avanço de nossa sociedade através de uma representatividade cada vez mais expressiva.”

(Coronel Daniele Farias, comandante do 11º BPM)
 

“Me sinto muito honrada em ser a primeira mulher a comandar o quartel de Bombeiros em Nova Friburgo — 6º GBM — e em especial dividir a área operacional de Friburgo e região com a Cel. Daniele Farias, que assumiu o comando da Polícia Militar de Friburgo 11º BPM, fazendo história por também ser a primeira mulher a comandar o Batalhão. 

Duas comandantes mulheres representa um marco para sociedade e em nossas corporações, que tem avançado cada vez mais no sentido de igualdade de gênero e quebra de estereótipos. Com isso, seguimos inspirando novas gerações de mulheres fortes e mostrando que é possível sermos quem quisermos ser.” 

(Tenente-coronel bombeiro Michelle Dias Pereira Santa Rita, comandante do 6º GBM).

 

Dados de liderança feminina em 2024
  • Porcentagem geral — As mulheres ocuparam 31,8% dos cargos de gerência no país. 
  • Alta liderança — A presença feminina nestes cargos foi de apenas 17,4%, segundo o estudo do Instituto Talenses. 
  • Estratificação por nível hierárquico — A participação feminina diminui conforme o nível hierárquico aumenta, sendo que o percentual de mulheres nas diretorias foi de 30%, enquanto nas vice-presidências caiu para 20%. 
  • Diferenças regionais e por setor — O Brasil ocupa a 11ª posição em um ranking global de presença feminina na liderança. O setor de franquias viu um aumento, mas a participação está longe do ideal. 

Desafios e barreiras
  • Redes — Mulheres têm menos acesso a redes de poder e oportunidades de promoção, com as estruturas corporativas sendo tradicionalmente criadas por e para homens. 
  • Estereótipos — O ambiente de trabalho ainda é marcado por sexismo, machismo, desrespeito e assédio moral, que impedem a ascensão profissional das mulheres. 
  • Jornada dupla e maternidade — Ambas são reconhecidos como fatores que desqualificam as mulheres para cargos de chefia, mesmo para aquelas sem filhos. 
  • Expectativa de excelência — A cobrança excessiva e a expectativa de que as mulheres precisem ser muito mais qualificadas do que os homens para as mesmas posições, também dificultam a ascensão. 

Avanços e oportunidades
  • Qualidades de gestão feminina — A empatia, a capacidade de criar conexões e um olhar para o desenvolvimento humano dentro das empresas são qualidades associadas à gestão feminina, que geram ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. 
  • Programas de diversidade e inclusão — Empresas que investem em programas de diversidade, equidade e inclusão têm maior engajamento e sustentabilidade. 
  • Políticas afirmativas — A implementação de políticas afirmativas, programas de capacitação e mentoria, além de institucionalização de políticas de cuidado, são citadas como estratégias para alcançar a igualdade de gênero. 

 

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