Alta nos itens da ceia de Natal preocupa consumidores

Carne suína registra alta de 17,16% no acumulado dos últimos 12 meses, seguida pelos cortes bovinos, com 15,43%, e os de frango, com 16,09%, segundo IPCA
terça-feira, 17 de dezembro de 2024
por Liz Tamane
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

As festividades de fim de ano, tradicionalmente marcadas por ceias fartas e confraternizações familiares, chegam a 2024 com um peso maior no bolso dos brasileiros. Quem já começou a planejar o cardápio para o Natal deve ter percebido um aumento significativo nos preços dos produtos, especialmente das proteínas. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a carne suína registrou alta de 17,16% no acumulado dos últimos 12 meses, seguida pelos cortes bovinos, com 15,43%, e os de frango, com 16,09%.

Esses aumentos têm impactado diretamente o custo das cestas de Natal, que reúnem produtos típicos da ceia. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço médio da cesta em 2024 é de R$ 439,30, representando um acréscimo de 9,16% em relação ao ano passado. Entre os itens mais afetados estão o lombo de porco com osso (+19,72%), o pernil (+17,80%), o filé mignon (+16,87%) e o chester (+10,92%). Produtos como frango inteiro, peru e até mesmo o tradicional bacalhau também tiveram aumentos, variando de 3,58% a 9,26%.

Esses alimentos têm um papel simbólico importante para as celebrações de fim de ano. O peru, o chester e o lombo, por exemplo, são elementos centrais na composição da ceia de Natal em muitas famílias brasileiras. Além do aspecto nutricional, essas escolhas alimentares carregam tradições que são passadas de geração em geração, reforçando os laços familiares e a memória afetiva em torno da mesa festiva. Manter esses itens na ceia, apesar das dificuldades, representa um esforço coletivo para preservar o espírito natalino e a conexão cultural com as celebrações de fim de ano.

Para muitos brasileiros, a ceia de Natal é mais do que apenas uma refeição. Ela simboliza um momento de partilha e celebração das conquistas do ano, mesmo em um contexto de desafios econômicos. As tradições alimentares desempenham um papel essencial em manter viva a espiritualidade e a esperança associadas à época.

Por que os preços subiram tanto?

A alta sazonal nos preços das proteínas é comum durante os meses que antecedem o Natal, em função do aumento da demanda. O décimo terceiro salário e as compras para as celebrações impulsionam o consumo, gerando um efeito direto nos valores praticados. Contudo, em 2024, outros fatores agravaram a situação.

Este ano, além da alta na demanda, houve a desvalorização do câmbio, o ciclo da pecuária e o aquecimento do mercado interno. Esses elementos contribuíram para a elevação dos preços a níveis fora dos padrões habituais.

Entre janeiro e novembro, as exportações de carne bovina aumentaram 30,84% em comparação ao mesmo período de 2023, somando 2,95 milhões de toneladas. A carne suína seguiu a mesma tendência, com alta de 11,1%, enquanto a de frango cresceu 3,7%. O aumento das exportações reduz a oferta de produtos no mercado interno, pressionando ainda mais os preços. 

Outro fator relevante é o ciclo da pecuária, que, em 2024, enfrenta um momento de alta nos abates de fêmeas, devido à queda no preço dos bezerros. Isso atrasa a recomposição do rebanho e reduz a oferta de carne bovina, criando um desequilíbrio no mercado.

Mudança no consumo

Com o aumento significativo nos cortes bovinos e suínos, muitos consumidores têm buscado alternativas mais acessíveis, como frango e peru. No entanto, até mesmo essas opções estão mais caras. Como os cortes de frango costumam ser mais competitivos, a procura por eles aumenta em períodos de alta na carne vermelha. Isso também eleva seus preços.

Em 2024, até produtos considerados luxuosos nas ceias, como o bacalhau, registraram altas. Embora o aumento tenha sido mais modesto (3,58%), ele reforça a tendência de encarecimento generalizado.

Diante desse cenário, muitas famílias têm buscado alternativas para manter a tradição natalina sem comprometer o orçamento. Optar por cortes menos nobres, reduzir o desperdício e diversificar o cardápio com pratos à base de vegetais e grãos são algumas das soluções encontradas.

O planejamento antecipado das compras pode ajudar a evitar os picos de preços comuns nas semanas que antecedem o Natal. Aproveitar promoções e comparar os valores entre diferentes estabelecimentos também são boas práticas.

Apesar dos desafios, o Natal segue como um momento de celebração e união para muitas famílias brasileiras. Mesmo com os aumentos, a criatividade e o espírito de adaptação continuam sendo grandes aliados para garantir uma ceia especial.

 

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