Neste feriado da Consciência Negra, quarta-feira, 20, separamos algumas sugestões de filmes e livros para refletir sobre essa temática que suscita debates sobre racismo, discriminação, igualdade social, inclusão dos negros na sociedade e também a cultura afro-brasileira. Durante todo este mês, esses temas tem tomado conta das discussões.
No Canal Brasil, diversos conteúdos vêm sendo apresentados como forma de dar voz às potências negras que constroem o cinema brasileiro, reafirmando a pluralidade. Nesta quarta, por exemplo, será exibida uma maratona de programas, filmes e séries, com destaque para a estreia do longa-metragem “A Revolta dos Malês”.
Rodado na Bahia, o filme resgata o maior movimento de revolta de escravizados na história brasileira e centra na história da escrava Guilhermina (Shirley Cruz), que consegue juntar uma quantia suficiente para comprar sua liberdade e a de sua filha, mas sua carta de alforria é negada. A partir da revolta, Guilhermina resiste e vai em busca de sua liberdade mais uma vez. “A Revolta dos Malês” será exibido às 22h30.
A maratona de filmes, reúne ainda outros longas-metragens, como: “Filhas do Vento”, de Joel Zito Araújo; “Bróder”, de Jeferson De; “Chico Rei Entre Nós”, de Joyce Prado; “Mirador”, de Bruno Costa; “Lima Barreto ao Terceiro Dia”, de Luiz Antonio Pilar; “Raízes”, de Simone Nascimento e Well Amorim; “Café com Canela”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa; e “Cabeça de Nêgo”, de Déo Cardoso. Também serão exibidos os curtas: “Rainha”, de Sabrina Fidalgo; “MEGG - A Margem que Migra para o Centro”, de Larissa Nepomuceno; “Mãe Solo”, de Camila de Moraes; “Cores e Botas”, de Juliana Vicente, e “Filhas de Lavadeiras”, de Edileuza Penha de Souza.
Nesta quarta-feira, o Canal Brasil exibe dois programas apresentados por Lázaro Ramos. Em “Espelho Especial”, ator recebe os cineastas Jeferson De, Sabrina Fidalgo, Viviane Ferreira e Joel Zito Araújo no episódio “Cinema Negro”. E em “Retratos Brasileiros”, Lázaro documenta a obra do cineasta Zózimo Bulbul, primeiro negro a protagonizar uma telenovela e a trazer sua luta antiracista para o mundo cinematográfico.
Também irá ao ar uma entrevista especial com Zezé Motta, às 13h30, no CineJornal, apresentado por Simone Zuccolotto. Na conversa, Zezé destaca a importância de ser uma mulher negra que, ao longo da vida, conquistou grande destaque no cinema e na televisão.
Mais seis filmes para refletir sobre racismo
- 12 anos de escravidão - O longa que nasceu clássico e garantiu a estatueta de Melhor Filme, é de 2013 e conta com direção de Steve McQueen. Em 1841 Solomon Northuo é um negro livre, que vive com sua esposa e filhos. Mas, após aceitar um trabalho que o leva para outra cidade, ele é sequestrado e acorrentado para ser vendido como um escravo. Assim, Solomon precisa superar humilhações físicas e emocionais e situações degradantes e desumanas para sobreviver. Disponível para assistir no Star+.
- Corra - Lançado em 2018, conta a história de racismo em formato de terror — mesmo que o preconceito já não fosse aterrorizante por si só. Na trama, o personagem Chris (Daniel Kaluuya) namora com Rose (Allison Williams) e eles viajam para conhecer a família da jovem em uma zona rural dos Estados Unidos. Porém, chegando lá, ele descobre que lidar com os sogros pode ser um horror bem maior do que poderia imaginar. Disponível na Netflix.
- Malcolm X - Denzel Washington conta a história de um dos principais nomes da luta contra o racismo nos Estados Unidos e, ao lado de Martin Luther King, um dos principais ativistas pelos direitos da comunidade negra no país durante as décadas de 1950 e 1960. O filme retrata toda a transformação de Malcom X, apresentando desde a violência que sua família sofreu por causa do preconceito até como ele se tornou um dos nomes mais importantes dos EUA na questão racial. Disponível na Prime Video.
- Cidade de Deus - Dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, mostra a vida nas favelas do Rio de Janeiro na década de 1970, com foco na vida do fotógrafo Buscapé (Alexandre Rodrigues) e Zé Pequeno (Leandro Firmino), um traficante da região. Além de ser uma grande história protagonizada por atores negros, o longa é um retrato das diferenças sociais — e que é parte do racismo estrutural brasileiro. Buscapé e Zé Pequeno são frutos dessa desigualdade brasileira e o filme mostra muito bem como, apesar de seguirem caminhos totalmente opostos, o racismo ainda delimita o destino desses dois jovens. Disponível na Netflix e Max.
- Eu Não Sou Seu Negro - É um documentário do diretor Raoul Peck que se baseia no livro de James Baldwin. O filme de 2016 faz um passeio pela visão de vários pensadores da questão racial nos EUA, incluindo Malcolm X, Martin Luther King e Medgar Evers. Só que, mais do que isso, o longa se debruça sobre como o preconceito aparece hoje na sociedade e busca entender suas raízes ao mesmo tempo em que demonstra suas consequências na vida cotidiana. Disponível para assistir na Prime video
- Histórias Cruzadas - A história se passa em Jackson, pequena cidade no estado do Mississipi, nos anos 60. Skeeter (Emma Stone) é uma garota da sociedade que retorna determinada a se tornar escritora. Ela começa a entrevistar as mulheres negras da cidade, que deixaram suas vidas para trabalhar na criação dos filhos da elite branca, da qual a própria Skeeter faz parte. Aibileen Clark (Viola Davis), a empregada da melhor amiga de Skeeter, é a primeira a conceder uma entrevista, o que desagrada a sociedade como um todo. Apesar das críticas, Skeeter e Aibileen continuam trabalhando juntas e, aos poucos, conseguem novas adesões. Disponível na Disney+
*Pesquisa da estagiária Laís Lima sob supervisão de Henrique Amorim
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