A produção industrial nacional avançou em setembro (+ 1,1%), acumulando taxa de crescimento de 3,1% em 2024, mas a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) destaca que, apesar do resultado, o desempenho no ano se deve mais à base de comparação baixa do que a fatores de crescimento sustentáveis. A expectativa da federação para o cenário à frente é de redução desse ritmo de crescimento devido ao novo ciclo de aumento da taxa Selic em curso.
A Firjan também ressalta que o momento é de elevada incerteza no ambiente econômico e político externo, com destaque para a disputa presidencial nos Estados Unidos. Para a federação, esse cenário evidencia a urgência da construção de uma base sólida que garanta a resiliência da economia brasileira. Nesse contexto, a superação da falta de sustentabilidade das contas públicas é um elemento crucial. A Firjan reforça que, para além de cortes pontuais nos gastos, é imprescindível que o governo adote um ajuste fiscal estruturado e de longo prazo, capaz de fortalecer a estabilidade da economia brasileira. A partir de um ambiente mais seguro e previsível, será possível, portanto, resgatar a competitividade da indústria brasileira em um mercado global cada vez mais desafiador.
Contratações no setor têm aumento de 75% e jovens são maioria
O número de postos de trabalho criados pelo setor industrial brasileiro teve aumento expressivo nos nove primeiros meses de 2024, com destaque para a contratação de jovens. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a indústria criou 405.493 novos postos de trabalho de janeiro a setembro, um salto de 75,5% em relação aos 230.943 registrados no mesmo período de 2023. Somente em setembro, os empregos na indústria tiveram saldo de 59.827 vagas — aumento de 40% em relação a setembro de 2023 e de 16% em relação a agosto.
Do total de vagas abertas no mês, 93% vieram da indústria da transformação (55.860), principalmente dos ramos de alimentação (22.488), borracha e material plástico (3.578), e veículos automotores (3.389). Pelo segundo mês consecutivo, o Nordeste foi a região em que a indústria mais contratou, com participação de 42,4% das vagas criadas em setembro (25.417). Em seguida vêm Sudeste (37,8%), Sul (9,9%), Norte (5,3%), e Centro-Oeste (4,2%).
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, programas do Governo Federal têm contribuído com o aumento das contratações. A pasta cita o programa Mover, voltado ao setor automotivo, a Depreciação Acelerada, que promove a modernização do parque industrial de 23 setores, a retomada do Regime Especial da Indústria Química (Reiq) e o Programa Brasil Semicondutores.
“Como resultado, o setor produtivo já anunciou planos de investimentos que chegam a R$ 1,6 trilhão para os próximos anos, R$ 1,06 trilhão da indústria da construção, R$ 130 bilhões do setor automotivo, R$ 120 bilhões de alimentos, R$ 105 bi de papel e celulose, R$ 100 bi de semicondutores e eletroeletrônicos; R$ 100 bi de siderurgia e R$ 39,5 bi do complexo industrial da saúde”, destacou o ministério. Do total dos 405.493 novos postos de trabalho criados nos nove primeiros meses de 2024, 57,4% das vagas foram ocupadas por jovens de 18 e 24 anos. (Com informações da Agência Brasil)
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