Em questão de meses, elas cavarão para emergir do subsolo, com os olhos vermelhos brilhando e um som ensurdecedor tomando conta do ambiente. Será uma confluência de criaturas nunca vistas nos Estados Unidos desde que Thomas Jefferson era presidente — e não acontecerá novamente até 2245.
Trata-se de um raro surgimento de insetos que alguns chamam de “apocalipse das cigarras”. Espera-se que bilhões delas surjam na primavera do Hemisfério Norte, à medida que duas grandes ninhadas diferentes — uma que aparece a cada 13 anos e outra a cada 17 anos — emergem simultaneamente.
A última vez que esse fenômeno foi registrado nos EUA, em 1803, milhões de cigarras deixaram o solo ao mesmo tempo. Este curioso fenômeno vai voltar a se repetir nos Estados Unidos após mais de 200 anos, segundo cientistas, neste primeiro semestre de 2024.
A invasão de cigarras deve durar por um período de cerca de seis semanas; e elas vão voar e cantar antes de colocarem os ovos e morrer.
Período reprodutivo
As cigarras periódicas têm ciclos de vida longos, diferentemente das espécies não periódicas que amadurecem a cada verão: passam a maior parte de sua vida, entre 13 e 17 anos, sob a terra na forma de larvas e, posteriormente, ninfas; se alimentam da seiva das raízes de árvores e crescem por muitos anos antes de chegar na fase adulta; é quando saem do solo, trocam de pele e finalmente voam para encontrar um parceiro durante o período de reprodução, que acontece na primavera do Hemisfério Norte.
O por quê do “Apocalipse”
O que está prestes a acontecer nos Estados Unidos é um fenômeno bastante raro, registrado pela última vez em 1803. Segundo cálculos matemáticos, ele só deve voltar a se repetir no ano de 2245.
Quatro espécies de cigarras da ninhada de número XIX estão saindo do solo no Sul do país após um ciclo de 13 anos, enquanto três outras espécies da ninhada XIII começam sua breve vida adulta no Norte após um ciclo de 17 anos.
Isso significa que as duas grandes ninhadas estão saindo do solo ao mesmo tempo, algo bastante incomum. Nas redes sociais, o evento está sendo apelidado de “apocalipse das cigarras”.
Os insetos devem começar a abrir caminho na terra rumo ao ar livre em maio deste ano, quando o solo, a 20 centímetros de profundidade, atingir uma temperatura de 18°C. Ao todo, 17 estados americanos, incluindo Illinois, Missouri e Alabama, devem enfrentar um mês e meio de muito barulho e visitas indesejadas dentro de casa.
No entanto, as cigarras não mordem e podem até servir de alimentação para animais de estimação e humanos, contanto que não tenham alergia a frutos do mar.
A coincidência desses ciclos é matematicamente rara, e a próxima ocorrência está prevista apenas para 2245, com um intervalo de 221 anos. Os insetos, que começarão a emergir quando o solo atingir 18°C a 20 cm de profundidade, afetarão 17 estados americanos, entre eles os três já citados.
Som angustiante
Apesar do incômodo sonoro e da invasão ocasional das residências, é importante destacar que as cigarras não representam risco, pois não mordem. Além disso, podem servir como alimento para animais de estimação e até mesmo para humanos, desde que estes não tenham alergia a frutos do mar.
O fenômeno, embora peculiar, não é totalmente inédito. Milhões de cigarras emergiram em 2015 nos Estados Unidos, e a previsão é que ocorra novamente em 2037.
As cigarras, que passam a maior parte de suas vidas como larvas e ninfas subterrâneas, alimentam-se da seiva das raízes de árvores, crescendo por muitos anos antes de atingirem a fase adulta, quando saem do solo para se reproduzirem antes de morrerem em questão de semanas.
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