A juíza federal Gabriela Hardt assumiu na última terça-feira, 23, a condução dos processos da Operação Lava-Jato em Curitiba-PR, um dia após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) afastar o juiz Eduardo Appio. No auge da operação, Gabriela atuou como substituta do ex-juiz Sérgio Moro na condução da investigação. Inclusive, em uma das substituições, Gabriela foi responsável pela sentença que condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2019. A condenação foi de 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio de Atibaia-SP.
A magistrada tem ligações com Nova Friburgo. Ela é filha da friburguense Marilza Ferreira Hardt, que reside no Paraná desde a década de 1970. Quando criança, Gabriela costumava passar férias no sítio de sua avó Jurema, no distrito de Mury. Segundo Marilza, que é ex-aluna do Colégio N.S. das Dores, os programas prediletos de Gabriela em Nova Friburgo, eram montar o cavalo, andar nas antigas charretes puxadas por bodes na Praça do Suspiro e subir o Teleférico.
Recentemente, Gabriela autorizou a operação que prendeu nove membros de uma organização criminosa que teria planejado um atentado contra Moro e familiares. Na oportunidade, a juiza conduzia os casos da 9ª Vara Federal de Curitiba durante as férias da titular, Sandra Regina Soares. Em sua primeira decisão na Lava-Jato, na última semana, a magistrada determinou a inclusão do Ministério Público Federal (MPF) na petição na qual o juiz Eduardo Appio determinou a retomada da investigação sobre o suposto uso de escutas ilegais na cela onde o doleiro Alberto Youssef ficou preso no início das investigações da Lava-Jato.
Como mostrou o site da Jovem Pan, Eduardo Appio foi afastado preventivamente na noite da última segunda-feira, 22, do comando da 13ª Vara Federal no Paraná, que tem jurisdição sobre os processos da Lava Jato. O magistrado é considerado suspeito de ter efetuado chamada telefônica anônima, com suposta ameaça, ao advogado João Malucelli, filho do desembargador Marcelo Malucelli, que reviu decisão de Appio sobre revogação da prisão do doleiro Rodrigo Tacla Duran.
A ligação, registrada em boletim de ocorrência, foi revelada em abril pela Jovem Pan News. Na decisão, comunicada ao Conselho Nacional de Justiça, o tribunal também determinou o bloqueio do acesso do magistrado “às dependências e prédios da Justiça Federal e de acesso eletrônico a sistemas da Justiça Federal”, a apreensão de seu computador funcional e a abertura de processo administrativo disciplinar. Ainda na última segunda-feira, em entrevista à TVs, Appio confirmou que usava o login LUL22 para acessar o sistema interno da Justiça Federal.
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