O dia 7 de abril foi instituído pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), como a data dedicada aos jornalistas. A profissão é voltada para aqueles que buscam a verdade e propagam a informação de forma clara e o mais rápido possível ao seu público.
Na atualidade, com as inúmeras plataformas digitais, o jornalismo tem enfrentado mudanças significativas, abalando a existência de inúmeros veículos da imprensa escrita, dos menores aos maiores, em todo o mundo.
Agora, surgiu uma pequena ferramenta capaz de, ao mesmo tempo em que pode auxiliar o trabalho dos jornalistas, por outro lado pode extinguir a profissão, tal como a conhecemos hoje. E você, jornalista ou não, conhece o Chat GPT?
Criado em novembro de 2022, o Chat GPT é uma tecnologia de modelo de linguagem capaz de compreender o significado das frases, podendo desenvolver conversas muito mais complexas e responder a um infinito número de perguntas.
Um chatbot tradicional, por exemplo, se baseia em regras estabelecidas previamente, que precisam ser programadas de acordo com um script manualmente definido com apenas aquilo que ele foi programado para responder.
Com a chegada desse modelo tecnológico e de outras inteligências artificiais, a dinâmica do mercado de trabalho está mudando. Ele é capaz de produzir conteúdo em massa, em questão de segundos, o que reduz drasticamente o tempo e o esforço necessários para a produção de matérias. E o jornalista, como fica diante dessa situação?
Prós e contras
O principal argumento em favor do uso do chat GPT na produção de conteúdo noticioso é que ele permite que as organizações de mídia gerem conteúdo em grande escala de maneira mais eficiente. Isso significa que mais histórias podem ser cobertas, permitindo que mais vozes sejam ouvidas e que mais questões sejam abordadas. Além disso, o uso de tecnologias de inteligência artificial também pode levar a uma redução de custos para as organizações de mídia, permitindo que elas invistam em outras áreas importantes, como a investigação e a verificação de fatos.
No entanto, existem várias questões éticas a serem consideradas ao utilizar o chat. Primeiro, há a questão da confiabilidade do conteúdo gerado pela ferramenta. Embora a tecnologia tenha avançado consideravelmente nos últimos anos, ainda não é capaz de produzir conteúdo tão preciso e confiável quanto o produzido por um jornalista humano, principalmente por utilizar informações publicadas na internet até 2021. Isso pode levar a uma queda na qualidade do conteúdo noticioso e prejudicar a credibilidade da organização de mídia.
Além disso, a produção em massa de conteúdo também pode levar a uma falta de diversidade de opiniões e vozes na mídia. Isso porque a tecnologia pode ser programada para seguir determinados padrões de linguagem ou para cobrir apenas determinados tipos de histórias. Isso pode levar a uma falta de representação de grupos marginalizados e uma limitação na cobertura de questões importantes.
Outra questão ética a ser considerada é o impacto que o uso de tecnologias de inteligência artificial na produção de notícias pode ter na ética profissional dos jornalistas. Os jornalistas têm a responsabilidade de produzir conteúdo preciso, imparcial e justo. A automação de conteúdo jornalístico pode levar a uma redução da qualidade e do rigor na produção de conteúdo, além de desvalorizar a experiência e o julgamento dos jornalistas.
O poder da máquina humana
O uso de inteligências artificiais no mundo do jornalismo não é de todo mal. As organizações de mídia podem investir em tecnologias que ajudam os jornalistas a realizar seu trabalho de maneira mais eficiente e eficaz, sem sacrificar a qualidade do conteúdo.
É importante ressaltar, no entanto, que, apesar das mudanças que a tecnologia está trazendo para o mercado de trabalho do jornalismo, a profissão ainda é fundamental para a sociedade. O jornalismo é responsável por informar a sociedade e formar opiniões, além de fiscalizar o poder público e garantir a transparência das informações.
Ainda é algo impreciso o quanto o Chat GPT pode influenciar no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo que nos auxilia na entrega de textos em massa, sua falta de emoção e confiabilidade nos traz certa insegurança em dar 100% de poder a essa tecnologia tão engenhosa.
De fato, chegaremos a uma era em que as inteligências artificiais tomarão conta da maior parte da nossa rotina: no entanto, será bastante difícil derrotar algo tão poderoso como o jornalista. Pois só ele, com seu poder de apuração, veracidade e investigação será capaz de impedir a propagação dos principais erros da tecnologia, como as fake news.
E é isso que deve ser celebrado neste 7 de abril: o poder que o jornalista é capaz de ter contra um mundo que muda cada vez mais. (Fonte: prensa.li/@matheus.rossi)
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