Um dos nomes mais importantes da história recente do Friburguense, Gerson Andreotti está de volta ao clube. O treinador, de 68 anos, vai comandar o Tricolor da Serra, na Série A2 do Campeonato Carioca, pelo menos, até o mês de junho. Experiente e conhecedor profundo do clube, ele vai liderar a comissão técnica formada por nomes como Ana Paula Siqueira (preparadora física), Afonso e Leonan.
Gerson chegou ao Friburguense para a sua primeira passagem em 2011, e comandou a equipe na histórica campanha do acesso, em meio ao cenário complicado em que Nova Friburgo e região se encontravam por conta da tragédia climática.
Em 2013, depois do Carioca, ele foi "emprestado" ao Macaé para jogar a Série C do Brasileiro, mas retornou com o fim da competição. Foram 159 jogos oficiais até 2016, quando deixou Nova Friburgo, sendo 62 vitórias, 46 empates e 51 derrotas.
Em 2017, o Tricolor foi comandado por Merica, e a partir do ano seguinte, até a última temporada, o ídolo Cadão esteve à beira do campo. Neste período, Andreotti trabalhou no clube como uma espécie de coordenador, auxiliando dentro e fora de campo, observando também os garotos das divisões de base do Tricolor.
Técnico do time principal desde 2018, o ex-capitão e ídolo Cadão está experimentando outros rumos profissionais, e não conseguiria conciliar com o cargo de treinador. Da mesma forma, Sérgio Gomes, auxiliar durante boa parte deste período, Bidu e Ziquinha, também cotados, assumiram compromissos recentes em áreas diversas. Desta forma, a direção de futebol do Tricolor foi ao mercado, e o nome de Gerson sempre esteve em pauta. A mudança para Portugal, no meio do ano, foi um dificultador, num primeiro momento, mas as partes se acertaram — o carinho existe de ambos os lados e teve peso decisivo.
De fato, Gerson Andreotti é querido e respeitado em Nova Friburgo. A demissão, em 2016, aconteceu por um desgaste natural dos cinco anos de trabalho. Mesmo em meio a algumas turbulências, comuns numa relação longeva, o técnico jamais correu riscos de demissão e sempre teve portas abertas no clube. Tanto que retornou anos depois para assumir um cargo na comissão técnica. A mesma que volta a liderar em 2022.
Time ganha forma
Após a escolha por Andreotti, as atenções se voltam para a montagem do plantel de jogadores. Aos poucos, mesmo com apoio ainda bastante restrito — até o momento, apenas a Unimed, entre as empresas e poderes da cidade, ajuda o Tricolor —, o elenco vai ganhando forma para a disputa da Série A2. O nome principal é o meia Jorge Luiz, ídolo da torcida e segundo maior artilheiro da história do clube. Recuperado da lesão que o afastou dos gramados na temporada passada, o “maestro” será o maior investimento do clube para 2022.
Não menos importante e com papel importante de liderança e referência técnica, o japonês Toshyia também reforça a equipe. Outros nomes conhecidos são os do zagueiro Christopher, um dos destaques em 2021, e do meia Rodriguinho, jogador bastante utilizado na última temporada. O volante Mirral retorna, em busca de ter mais oportunidades este ano.
Dentre as novidades estão o lateral esquerdo Breno, cria da base do Vasco, ex-Ceará e que estava no Falcon, do Sergipe, o volante Diogo, que pode atuar como zagueiro, e mais três jogadores que chegam através de parceria com o Serra Macaense: o atacante Renato, o zagueiro Zé Ronaldo e o lateral direito Poletti. O volante Jean também é aguardado no Eduardo Guinle. Vinicius, atacante que atua pelos lados do campo, é avaliado pela comissão técnica tricolor. Do grupo do Sub-20, que vinha treinando desde o final do ano passado, pelo menos 10 atletas serão aproveitados no time principal.
“Aguardamos também a situação de outros jogadores que atuaram aqui no ano passado, mas o time começa a ganhar uma cara. Não conseguimos ajuda praticamente ninguém na cidade, a não ser da Unimed, e mais alguns amigos e parceiros do clube. Sem eles, seria inviável iniciar o trabalho. Vamos pensar na questão do sócio torcedor”, resume Siqueirinha, gerente de futebol do Friburguense.
Gerson, comissão e os jogadores possuem pouco mais de 15 dias até o jogo de estreia do Frizão na Série A2 do Carioca, contra o Volta Redonda. A partida acontece em 30 de abril, às 15h, no Eduardo Guinle. A competição terá o mesmo formato da temporada passada, com 12 clubes divididos em duas chaves. O Friburguense está no grupo B, ao lado de Gonçalense, Maricá, Sampaio Correa, Artsul e Volta Redonda. Na chave A estão America, Cabofriense, Angra dos Reis, Americano, Macaé e Olaria.
No primeiro turno, na Taça Santos Dumont, as equipes se enfrentam dentro dos seus grupos, e os dois primeiros de cada um avançam. O campeão tem vaga nas semifinais do torneio. No segundo turno, na Taça Corcovado, os times enfrentam rivais do outro grupo, novamente classificando os dois primeiros para a fase seguinte. O campeão do segundo turno se junta ao vencedor do primeiro e às duas melhores campanhas no geral. Os vencedores destas semifinais fazem a final, e apenas o campeão sobe para a Série A1.
Deixe o seu comentário