Comércio registrou alta de 1,2% no ano passado, mas dezembro foi ruim

Vendas no varejo no mês do Natal caíram 6,1%, diz levantamento do IBGE
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021
por Jornal A Voz da Serra
Comércio registrou alta de 1,2% no ano passado, mas dezembro foi ruim

Em dezembro de 2020, o volume de vendas do comércio varejista caiu 6,1% frente a novembro, na série com ajuste sazonal, após ter variado - 0,1% em novembro. A média móvel trimestral foi de -1,8%. Na série sem ajuste sazonal, frente a dezembro de 2019, o comércio varejista teve aumento de 1,2%, a sexta taxa positiva consecutiva. No acumulado no ano, o varejo passou de 1,3% em novembro para 1,2% em dezembro, indicando estabilidade no ritmo de vendas. Os dados são de um levantamento estatístico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibilizados em seu site (www.ibge.gov.br).

No varejo ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e materiais de construção, o volume de vendas caiu 3,7% em relação a novembro, descontando-se parte de sete meses consecutivos de acréscimos. A média móvel (- 0,6%) sinalizou redução no ritmo de vendas. Em relação a dezembro de 2019, o varejo ampliado cresceu 2,6%, sexta taxa positiva consecutiva. O acumulado no ano foi - 1,5%.

Oito atividades com queda em dezembro

O recuo de 6,1% no volume de vendas do comércio varejista na passagem de novembro para dezembro de 2020, na série com ajuste sazonal, atingiu todas as oito atividades pesquisadas: outros artigos de uso pessoal e doméstico (- 13,8%); tecidos, vestuário e calçados (- 13,3%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (- 6,8%); móveis e eletrodomésticos (- 3,7%); livros, jornais, revistas e papelaria (- 2,7%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (- 1,6%); combustíveis e lubrificantes (- 1,5%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (- 0,3%).

Considerando o comércio varejista ampliado, em dezembro, a queda de 3,7% no volume de vendas frente a novembro de 2020, na série com ajuste sazonal, foi seguida também pelos dois setores que a compõem, além dos oito citados anteriormente: Veículos, motos, partes e peças registrou recuo de 2,6% e materiais de construção, de 1,8%.

Varejo acumula crescimento pelo quarto ano consecutivo

Desde 2017, o comércio varejista apresenta números positivos no acumulado anual: 2,1% em 2017; 2,3% em 2018; 1,8% em 2019; e 1,2% em 2020. O crescimento do comércio varejista neste último ano se deu de maneira desigual entre os setores, apresentando decréscimo no primeiro semestre e acréscimo no segundo. O comércio varejista ampliado, por sua vez, acumulou queda de 1,5% em 2020, primeiro resultado negativo após três anos consecutivos acumulando ganhos.

Comércio varejista cresce 1,2% em comparação com dezembro de 2019

Em relação a dezembro de 2019, o comércio varejista cresceu 1,2%, com quatro das oito atividades registrando taxas positivas. Vale citar que dezembro de 2020 teve um dia útil a mais (22 dias) do que igual mês do ano anterior (21 dias). As atividades com crescimento foram: artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,8%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,5%); móveis e eletrodomésticos (2,9%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%). 

Por outro lado, as atividades que apresentaram queda foram: combustíveis e lubrificantes (- 6,5%); tecidos, vestuário e calçados (- 9,9%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (- 12,2%) e livros, jornais, revistas e papelaria (- 37,4%). As atividades que compõem o comércio varejista ampliado tiveram desempenho positivo no indicador interanual: veículos e motos, partes e peças (1,7%) e materiais de construção (18,8%).

No indicador semestral, a elevação da intensidade das vendas do comércio varejista na passagem do primeiro para o segundo semestre de 2020 foi registrada na maioria das atividades, com destaque para móveis e eletrodomésticos (de - 1,4% para 20,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (de -10,6% para 12,9%). No comércio varejista ampliado também se observou aumento de ritmo entre o primeiro e o segundo semestres de 2020 (de - 7,7% para 4,2%) resultante da combinação da perda de ritmo de queda em veículos, motos, partes e peças (de - 22,7% para - 5,4%) e do ganho das vendas em materiais de construção (de - 2,0% para 22,4%).

O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com aumento de 3,5% frente a dezembro de 2019, registrou a primeira taxa positiva após queda de 1,8% em novembro para essa comparação. O segmento exerceu o principal impacto positivo na formação da taxa global do varejo (1,5 ponto percentual do total de 1,2% da variação do indicador interanual). 

 

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