Quem costuma passar pela Praça Getúlio Vargas pode ver dezenas de pessoas sentadas nos bancos expondo-se ao sol, se refrescando nas sombras das frondosas árvores, namorando, enquanto outras utilizam o espaço para fazer caminhadas, levando os filhos para passear ou jogando um carteado. Há também quem escolha a praça como lugar ideal para caminhar em companhia dos seus cães de estimação. A tranquilidade, uma das características da principal praça do município, infelizmente, tem caído vertiginosamente após grupos de moradores de rua ocupar as cercanias e se instalar, principalmente, no coreto.
De acordo com comerciantes do entorno da praça, é preciso que a prefeitura em parceria com as forças de segurança se mobilizem para dar fim ao problema. “O coreto é constantemente ocupado por pessoas que vivem nas ruas. É preciso uma ação da Secretaria Municipal de Assistência Social para orientá-los da melhor forma. Eu já flagrei muitas brigas por aqui e consumo de drogas. A prefeitura precisa fazer uma ação para conscientizar essas pessoas”, disse um empresário.
Segundo um artesão, o problema não é a presença ds moradores em situação de rua, mas sim suas atitudes, consideradas hostis. Na opinião dele, para solucionar a questão, seria necessário uma abordagem humana e não a repressão. “O fato dessas pessoas ocuparem a praça não é um problema policial, mas social. Cada pessoa tem uma história, o por quê de estar ali, alguns ali tem família, vem de outras cidades. A Secretaria de Assistência Social poderia se informar sobre a vida deles e tentar dar um destino digno, sair das ruas, voltar para suas famílias”, sugeriu.
Já um feirante pediu que a região fosse mais fiscalizada, pois não são apenas problemas com relação aos moradores em situação de vulnerabilidade, mas comportamentos dos próprios moradores friburguenses. “Ainda não vi agentes da Guarda Municipal ou de alguma secretaria intervir por essas pessoas, acho importante que tentem tirá-las dessa situação. Inclusive seria ótimo ter a Guarda Municipal circulando aqui para coibir outras coisas, como por exemplo, ciclistas andando em alta velocidade pela praça. Eu já presenciei alguns atropelamentos envolvendo ciclistas e pedestres. A sensação é de insegurança”, lamentou.
Aglomerações e desordem nos fins de semana
É compreensível que sem opções de lazer, com eventos impedidos de se realizarem por conta da pandemia, cinemas fechados, os jovens procurem alternativas para se divertir. O problema é que as medidas que endurecem a restrição e reforçam as recomendações de distanciamento não estão sendo respeitadas e fazem com que a Praça Getúlio Vargas seja palco de várias aglomerações, principalmente nas noites de sextas-feiras e aos fins de semana.
Moradores e comerciantes do entorno da praça reclamam do consumo exagerado de bebidas alcoólicas – inclusive por adolescentes –, gritaria, atos obscenos, consumo de drogas e som alto. Segundo eles, é costumeiro presenciar cenas como essas na praça que também carece de manutenção, pois a iluminação precária devido a várias luminárias quebradas colabora para o aumento da insegurança.
“A gente entende que os jovens querem se divertir e, mesmo estando na pandemia, acho até que poderiam estar ali, desde que o lazer fosse curtido de uma forma respeitável e organizada. Não concordo com a bagunça. Muitos ali, inclusive, intimidam quem passa pela praça. Seria importante ter fiscalização ali”, desejou um comerciante.
O que diz a prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Nova Friburgo informou que a Guarda Municipal sempre trabalhou em ações para abordar, junto a equipe da Secretaria Municipal de Assistência Social, as pessoas que ocupam os bancos, alamedas e o coreto da Praça Getúlio Vargas. “É um trabalho conjunto que, devido a Força-Tarefa, contra o Covid-19, acabou sendo reduzido. Entretanto, a prefeitura vai analisar a situação para retomada deste trabalho”, finalizou a nota.
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