Variante Delta: uma nova ameaça está entre nós

Confira a entrevista com a pneumopediatra Renata Salgado sobre o assunto
sábado, 07 de agosto de 2021
por Jornal A Voz da Serra
(Fotos: Pexels)
(Fotos: Pexels)

Nesta semana, a Prefeitura de Nova Friburgo confirmou a contaminação de quatro moradores da cidade pela variante Delta, considerada a mais contagiosa do coronavírus, hoje, no mudo. Entre os infectados está uma criança menor de 5 anos. E, esse fato tem causado grande repercussão nas redes sociais e gerado muita preocupação entre os pais. Mas, especialistas garantem que, apesar de mais contagiosa, a Delta e todas as demais variantes, quando acomete crianças sem comorbidades (doenças crônicas), geralmente não se torna tão grave.

Esse é o primeiro caso da variante Delta registrado em uma criança no município de Nova Friburgo. Desde o início da pandemia, no entanto, pelo menos  473 crianças até 9 anos foram acometidas pela Covid-19, o que corresponde a  2,1% dos casos totais no município. Entre os adolescentes, de 10 a 19 anos, foram registrados 543 casos, 2,4% do total. De acordo com a prefeitura, não houve mortes de crianças por Covid-19 no município. 

A variante Delta já é responsável por quase a metade dos casos de Covid-19 atualmente na capital fluminense. Um estudo divulgado na última terça-feira, 3, pela Secretaria estadual de Saúde (SES) detectou que 45% das amostras de pacientes cariocas tinham a cepa Delta do coronavírus. Ainda segundo a SES, de todas as amostras coletadas no estado, e não só na capital, a Delta foi encontrada em 26%. Há duas semanas atrás, esse percentual estava em 16,6%. A secretaria afirma ainda que a variante está em circulação no estado com tendência de aumento e em conversão para se tornar a mais frequente no lugar da Gama, de origem brasileira.

A Delta em crianças

Especialistas garantem que a única forma para se diminuir a disseminação da Covid-19 entre as crianças e adolescentes, que ainda não estão comtemplados com a vacina, é através da vacinação dos adultos. Além disso, os cuidados com o distanciamento social, o uso de máscaras e a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou usando álcool em gel 70%, devem ser mantidos.  A VOZ DA SERRA conversou com a pneumopediatra Renata Salgado, que traz orientações e esclarecimentos sobre a Covid-19 e a variante Delta em crianças e adolescentes.

A VOZ DA SERRA: A variante Delta infecta mais?

Renata Salgado -  A variante Delta, que foi identificada pela primeira vez na Índia, é 97% mais transmissível e também gera uma maior carga viral nos indivíduos contaminados.

No Reino Unido, houve um surto dessa variante e mais crianças infectadas. Por que isso aconteceu?

Quando o número total de infectados aumenta, proporcionalmente aumenta também o número de casos em crianças e adolescentes. Não houve aumento do número de casos somente na faixa etária pediátrica em nenhum país onde a variante Delta predomina.

Nos Estados Unidos observa-se um aumento de casos de internações infantis. A que isso pode ser atribuído?

Quando o número total de casos aumenta na população geral, há um aumento proporcional na população pediátrica e, consequentemente, um aumento dos casos graves também. O que vemos é que essa variante acomete mais as pessoas que não foram vacinadas ainda, como os adultos jovens, adolescentes e crianças.

Quais os fatores de risco para crianças?

Os fatores de risco para as crianças são os mesmos fatores de risco para as demais variantes, os parâmetros não mudaram. As crianças continuam tendo sintomas leves ou são assintomáticas, em sua maioria.

Na variante Delta continua a menor proporção de transmissão entre crianças e de crianças para adultos?

Sim. A diferença é que a variante Delta é muito mais transmissível do que as demais variantes. Mas não houve aumento significativo de casos graves na população em geral.

Com um caso da Delta em uma criança no município vizinho de São Sebastião do Alto, a prefeitura proibiu as aulas presenciais. Acredita ter sido a melhor iniciativa? Quais os riscos das crianças na escola?

Não acho que o fechamento das escolas seja a solução. Pelo contrário, o ambiente escolar é seguro. Claro que se a escola tiver um protocolo eficaz, respeitando todas as normas de segurança. O risco não é a criança na escola. O risco é a falta do uso das precauções adequadas.

Quais os sintomas da variante Delta?

Os sintomas são semelhantes ao de uma gripe, com dor de cabeça e coriza como queixas principais. Tosse, febre e dor de garganta. A perda de olfato e paladar são menos comuns, mas podem acontecer. O mais importante é: caso a criança apresente qualquer sintoma sugestivo, procure atendimento médico imediatamente. 

Como prevenir a disseminação da variante Delta?

A prevenção é manter as medidas de segurança: uso de máscara, higiene das mãos ou uso de álcool gel, distanciamento social, evitar aglomeração e não deixar de vacinar-se. É importante destacar que quanto maior o número de pessoas vacinadas, menor será a circulação do vírus e menor o número de casos nos que ainda não foram vacinados. A vacina tem uma proteção maior contra a variante Delta somente depois da segunda dose. Portanto, vacinem-se, por favor. 

 

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