O esporte e seus múltiplos benefícios. Pesquisadores da Johns Hopkins Medicine e do Dana Farber Cancer Institute, em Boston, encontraram uma possível esperança para o Parkinson, doença neurodegenerativa, sem cura que afeta mais de um milhão de pessoas só nos Estados Unidos. Os cientistas observaram que um hormônio, irisina, secretado no sangue durante exercícios de resistência, ou aeróbicos, reduz os níveis de uma proteína ligada à doença e interrompe os problemas de movimento muscular.
O estudo, até o momento, foi realizado apenas em camundongos. Entretanto, se confirmado em pesquisas laboratoriais e ensaios clínicos adicionais, a pesquisa pode abrir caminho para uma terapia da doença de Parkinson baseada no hormônio irisina. Os resultados do teste foram publicados no final de agosto na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
As mentes por trás do estudo são dos pesquisadores Ted Dawson, da Johns Hopkins Medicine, e Bruce Spiegelman, da Dana Farber. Para testar os efeitos da irisina na doença de Parkinson, as equipes dos dois cientistas começaram com um modelo de pesquisa usado por Dawson no qual células cerebrais de camundongos são projetadas para espalhar pequenas fibras finas de alfa-sinucleína, uma proteína que regula o humor e os movimentos relacionados ao cérebro neurotransmissor dopamina.
Quando as proteínas alfa-sinucleína se juntam, esses aglomerados matam as células cerebrais produtoras de dopamina, um dos principais gatilhos da doença de Parkinson. No modelo de laboratório, os pesquisadores descobriram que a irisina impediu o acúmulo de alfa-sinucleína e a morte de células cerebrais associada.
Em seguida, os pesquisadores injetaram alfa-sinucleína em uma área do cérebro de camundongos, projetados para apresentar sintomas semelhantes aos de Parkinson, chamada estriado, onde os neurônios produtores de dopamina se estendem. Duas semanas depois, os pesquisadores injetaram um vetor viral, que aumentou os níveis sanguíneos de irisina nos camundongos.
O resultado foi colhido cerca de seis meses depois. Os camundongos que receberam o hormônio não apresentaram déficits de movimento muscular, enquanto aqueles injetados com placebo apresentaram déficits na força de preensão. A irisina reduziu os níveis de alfa-sinucleína relacionada à doença de Parkinson entre 50% e 80%.
“Se a utilidade da irisina se concretizar, podemos imaginá-la sendo desenvolvida em uma terapia de genes ou proteínas recombinantes”, afirma Dawson.
Estima-se que 1% da população mundial acima dos 65 anos convive atualmente com a doença e atinge 8 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, acredita-se que 200 mil pessoas foram diagnosticadas com a enfermidade. O tema é preocupante devido ao envelhecimento crescente da população, que aumentou cerca de 16% nos últimos cinco anos, segundo dados do IBGE.
Os sintomas mais frequentes são tremores, rigidez nos músculos, lentidão nos movimentos e alterações na fala e na escrita. Além disso, pessoas com Parkinson podem apresentar sintomas não motores, como dores, cansaço, depressão, insônia, alteração de memória e tontura, entre outros. As informações são do jornal O Globo.
Em 2022, Brasil mostrou força nas modalidades olímpicas
Se o futebol, na disputa da Copa do Mundo, deixou um gosto amargo de decepção, em outras modalidades olímpicas como a ginástica, o surfe, o skate, o judô e as maratonas aquáticas o Brasil brilhou. Entre os destaques de 2022 está Rebeca Andrade, ginasta de 23 anos que foi o principal nome do Brasil, no Mundial de Ginástica Artística disputado em novembro, em Liverpool (ING). Na competição ela ficou com o ouro no individual geral e o bronze no solo.
Outra jovem brasileira a alcançar o topo do mundo foi Rayssa Leal. Também em novembro, mas no Rio, a maranhense de 14 anos garantiu o Super Crown (Super Coroa, na tradução literal) na prova final da Liga Mundial de Skate Street. Com isso, se tornou a skatista mais jovem a se sagrar campeã do circuito feminino da modalidade e foi a primeira a vencer as quatro etapas da temporada.
O surfe é mais uma modalidade na qual o Brasil aparece com grandes possibilidades de brilhar nos Jogos de Paris, em 2024. Em 2022, o país garantiu o quarto título consecutivo da WSL (Liga Mundial de Surfe). Desta vez o troféu ficou com o paulista Filipe Toledo, que em setembro derrotou o potiguar Italo Ferreira, numa final brasileira no WSL Finals, na praia de Lower Trestles, nos EUA.
Ana Marcela Cunha conquistou pela sexta vez o título da prova de 10km do Circuito Mundial de maratonas aquáticas. Além disso, ela brilhou no Mundial de Budapeste com dois ouros (nos 5km e nos 25km) e um bronze (10km). Vale ainda citar os recordes e as participações da friburguense Jhennifer Conceição, que agora começa a correr atrás do sonho olímpico.
No judô o ano foi das mulheres, com a gaúcha Mayra Aguiar faturando o inédito tricampeonato mundial. No Uzbequistão, Rafaela Silva também alcançou, pela segunda vez, o topo do mundo na categoria até 57 quilos. Já o grande nome do atletismo do Brasil no ano foi Alison dos Santos, o Piu, garantindo o título do Campeonato Mundial, da prova dos 400 metros com barreiras e, de forma invicta, o título da temporada 2022, da Diamond League (Liga Diamante), principal circuito de atletismo do planeta.
Quem também evoluiu em 2022 foi a tenista Beatriz Haddad Maia. A paulista de 26 anos finalizou a temporada como 15ª colocada do ranking de simples da Associação de Tênis Feminino (WTA, sigla em inglês), ganhando 67 posições em relação a dezembro de 2021.
Nos esportes coletivos, o vôlei brilhou. Na praia, Duda e Ana Patrícia ficaram no lugar mais alto do pódio do Mundial de Vôlei de Praia. Nas quadras, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães conseguiu ficar com os vice-campeonatos na Liga das Nações e no Mundial. Vale destacar ainda a boa campanha da seleção masculina de basquete na AmeriCup, a Copa América da modalidade. O Brasil empilhou vitórias até a final, na qual acabou perdendo para a arquirrival Argentina.
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