O Open Banking teve sua implementação iniciada em fevereiro de 2021, e passou a disponibilizar desde ontem, segunda-feira, 27, novas possibilidades para os correntistas. A nova função liberada é um mecanismo que permite bancos, fintechs e outras instituições financeiras, autorizadas pelo Banco Central, compartilharem informações sobre o cliente. Nesta etapa, os bancos estão autorizados a permitir o compartilhamento de até 1% da base de clientes.
É importante ressaltar que o Open Banking é obrigatório para 1.065 instituições financeiras no Brasil, além de outras instituições que desejam fazer parte dessa revolução financeira. Para o cliente, no entanto, o compartilhamento dos dados é uma decisão pessoal e não-obrigatória, com a instituição que desejar e pelo tempo que escolher. Mas as facilidades que chegam com o Open Banking valem a adesão.
No mercado, operações de empréstimos e financiamentos costumam oferecer vantagens para clientes mais antigos, em que o banco já conhece o perfil do correntista, a estabilidade de sua renda e o cumprimento das dívidas pagas até o vencimento. Ou seja, bons pagadores pagam taxas menores e podem ter créditos maiores na praça.
Antes, se o cliente de um banco fosse procurar uma outra instituição para fazer um financiamento, por exemplo, essa nova instituição financeira não tinha como ter acesso ao seu perfil no banco anterior. Com o Open Banking, esses dados do histórico de transações dos clientes serão compartilhados e o correntista poderá comparar em um mesmo ambiente os serviços disponibilizados por cada instituição financeira. Ou seja, os consumidores poderão ver em quais instituições, com base em seu histórico de transações, oferecem o maior crédito, o maior cheque especial e as menores taxas.
A implementação do programa tem três temporadas e cada uma dessas tem uma série de etapas a serem cumpridas. O passo de agora, que faz parte da segunda fase e que vai até o dia 10 de outubro, libera as empresas a compartilharem os dados anteriores e as transações de cartões e de operações de crédito. Dentro da segunda fase tem ainda, de 11 a 24 de outubro, a permissão do compartilhamento de todos os dados cadastrais de 10% da base de clientes.
Já a terceira fase, que está prevista para o dia 29 de outubro, promove a integração entre bancos e instituições financeiras. Dessa forma, será possível fazer pagamentos por Pix utilizando aplicativos que não necessariamente precisam ser do banco onde está o saldo a ser utilizado.
Será liberado, inclusive, o pagamento por meio de apps que não sejam do banco, como os de varejistas e de redes sociais. A proposta é que essa concorrência reduza os juros cobrados dos consumidores. A ideia é que esse modelo seja uma alternativa ao cartão de crédito, principalmente quando o Pix puder ser parcelado, modalidade que será liberada em 2022.
A fase quatro, que abrange dados sobre câmbio e serviços de investimento, é o início da migração do sistema para o modelo de Open Finance. Esse mecanismo mais evoluído dá a liberdade de o consumidor compartilhar dados de aplicações financeiras, por exemplo, como renda fixa, operações na Bolsa de Valores e mesmo pagamentos de seguros e previdência.
Confira as quatro fases
- 1ª fase: 01/02/2021: Instituições financeiras cadastradas no BC disponibilizaram informações sobre seus produtos e serviços oferecidos para diferentes perfis de clientes.
- 2ª fase: de 13/08/2021 a 24/10/2021: Dados cadastrais dos clientes que permitirem o compartilhamento dos dados são disponibilizados para outros bancos. Informações incluem dados de contas correntes, poupança, contas pré-pagas, transações como cartões de crédito, operações de crédito (financiamento e empréstimos).
- 3ª fase - 29/10/2021: Será possível fazer pagamentos usando o saldo de uma conta de uma instituição A, utilizando o aplicativo de uma instituição B, onde o cliente já tenha conta. Consumidores poderão ter em um mesmo ambiente as informações de contas em diferentes bancos. A operação vale para transferências por TED ou PIX.
- 4ª fase - 15/12/2021: Dados de operações de câmbio, investimentos, seguros, previdência complementar e contas-salário também poderão ser compartilhados. (Com informações da A Gazeta (ES)
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