As secretarias estaduais de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e da Polícia Militar assinaram na segunda-feira, 2, um Termo de Cooperação Técnica que possibilitará o uso do sistema de software de reconhecimento facial para localizar mais rapidamente pessoas desaparecidas. Implantado no último réveillon para identificar e deter foragidos da Justiça, o mesmo sistema passará a ser utilizado a partir da segunda quinzena deste mês com um banco de dados de desaparecidos, priorizando inicialmente crianças e adolescentes.
“Estamos formalizando um trabalho que já vem sendo desenvolvido, e, que na prática ajudará a fortalecer a rede para diminuir o número de casos de desaparecidos. Esse passo é muito importante porque estamos falando de dados de pessoas. Então, houve todo um cuidado jurídico para preservar os direitos, mas garantir uma atuação que ajude a salvar vidas”, destacou Rosângela Gomes, secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
A proposta é ampliar esforços para aumentar ainda mais o índice de sucesso na localização de paradeiros de pessoas desaparecidas. Atualmente, 80% dos casos são solucionados. O projeto piloto, e inédito, será desenvolvido por técnicos das duas secretarias que incluirão no banco de dados utilizado pela PM as fotos e informações destas pessoas que precisam ser localizadas. Apesar dos casos mais recentes de crianças e adolescentes serem prioridades, a expectativa é de inclusão de casos antigos com o aperfeiçoamento do sistema.
Para o secretário estadual de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, essa ferramenta tem sido uma importante aliada da segurança pública, possibilitando a prisão de mais de 330 foragidos da Justiça.
“Estamos desenvolvendo conjuntamente um procedimento operacional padrão para nortear o policial militar na abordagem a pessoas desaparecidas quando são localizadas. É um atendimento diferenciado, especialmente em relação a crianças e adolescentes. Temos certeza que essa nova função do sistema representará um alento e muita esperança para milhares de famílias no nosso estado”, afirmou o coronel Menezes.
O secretário estadual de Segurança, Victor dos Santos, também presente à cerimônia, ressaltou que esse projeto mostra que a missão da segurança pública não é só combater o crime. “A segurança pública é um serviço transversal e a prova disso é esse evento que marca o uso da tecnologia como aliada na localização de pessoas. Devolver aos familiares um ente desaparecido é a maior ajuda que pode se dar à família que viveu momentos de angústia. Então esse trabalho é fundamental. E essa tecnologia veio exatamente para ajudar a identificar e localizar essas pessoas”, observou.
Mais de cinco mil desaparecidos
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio de Janeiro, houve 5.815 registros de desaparecimento em 2023. De janeiro a julho deste ano, já são 3.486 casos. Um crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
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